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Ao iniciar uma dieta, algumas pessoas notam que o resultado é mais lento do que o esperado para o emagrecimento e até mesmo algumas mudanças que costumam surgir por causa da alimentação saudável demoram a aparecer, como uma pele mais bonita, cabelos mais brilhantes e um sono tranquilo. Esse é o seu caso?
A culpa pode ser de alimentos tóxicos que você consumia antes que causam diversos processos inflamatórios no organismo e fazem com que ele não consiga mais exercer as funções corretamente.
"É comum sentirmos sintomas dessa intoxicação, como dor de cabeça, fadiga e problemas intestinais", alerta a nutricionista Izabella Fratezi, consultora da Galgani Farmácia de Manipulação, em Belo Horizonte.
Para evitar esse problema, alguns nutricionistas recomendam adotar uma dieta desintoxicante antes de fazer a reeducação alimentar de fato. "Essa dieta ajuda o corpo a eliminar as toxinas acumuladas por causa do consumo de alimentos industrializados, açúcar refinado, gorduras saturadas e gorduras trans e hidrogenadas, além de vícios como álcool e cigarro", explica a nutricionista.
A duração da desintoxicação dependerá de cada organismo. Confira os alimentos que podem ser consumidos durante essa desintoxicação:
Quais alimentos realmente evitar
Alguns alimentos realmente sobrecarregam o fígado por serem ricos em substâncias que em excesso prejudicam organismo. Por isso, após momentos de abuso, é importante evitar alimentos que irão fazer com que esse órgão tenha uma atividade intensa.
A orientação é ter uma dieta balanceada, restringindo o consumo de alimentos ricos em gorduras trans e saturadas, é o caso da carne vermelha e produtos industrializados, como congelados e biscoitos. Comidas ou bebidas com aromas artificiais, corantes e aditivos químicos devem ter o consumo limitado, bebidas alcóolicas e açúcar também.
Alguns especialistas orientam cortar alimentos com glúten, como a farinha de trigo, lactose e soja. Caso a pessoa faça isso por conta, o tempo da dieta não deve passar de um a dois dias, se for mais do que isso a reintrodução dos alimentos é mais difícil, pois a pessoa pode ficar um pouco sensível às comidas e bebidas.
"Isto é uma precaução, pois as alergias com esses ingredientes são frequentes", justifica a Ph.D em nutrição Andrea Dario Frias, coordenadora do centro de pesquisas Sanavita. A cafeína também é restringida por alguns profissionais da área da saúde. "Como os chás serão consumidos com maior frequência e eles já possuem essas substância, é recomendado não abusar do café", explica Frias.
Quais alimentos priorizar
Uma alimentação leve já irá contribuir para o melhor funcionamento do fígado. "Consumir muitas frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e carnes brancas ajuda muito. Não adianta pular uma refeição, pois se o corpo fica sem comer entra em estresse e isso aumenta o peso porque o organismo vai atrás de mecanismos de estoque", explica a nutricionista Amanda Epifânio, do CITEN.
Além de não sobrecarregarem o fígado, estes alimentos são ricos em vitaminas, minerais, compostos fenólicos que tem ação antioxidante. Os peixes, grelhados, assados ou cozidos, e as sementes, como a chia e a linhaça, são ricos em ômega 3 que proporciona uma ação anti-inflamatória.
Os sucos com verduras e frutas e os chás também são muito recomendados por alguns profissionais da área de saúde. O consumo balanceado deles na dieta é benéfico. O chá verde é rico em catequinas que tem o poder de combater os radicais livres no organismo e ainda possui um efeito termogênico.
O chá de hibisco é uma boa escolha, por conter flavonoides e ácidos orgânicos que tem ação antioxidante e diurética. O chá de gengibre é outra bebida que possui forte ação antioxidante.
Fuja da dieta líquida
Algumas dietas detox envolvem passar dias ingerindo somente líquidos e isto pode causar uma série de problemas para a saúde. "Tirar alimentos e colocar líquidos faz com que o fígado trabalhe mais porque ele terá que conseguir energia de alguma maneira, isso ocorre em casos de dietas que durem mais do que uma semana", conta Epifânio.
Porém, manter a dieta líquida por apenas um dia já acarreta problemas, afinal esse tipo de alimentação é pobre em calorias, o que pode levar a desmaios, dores de cabeça, entre outros problemas.
Os rins também são prejudicados por uma alimentação essencialmente líquida. É este órgão que controla os eletrólitos, sódio e potássio, do nosso organismo e o excesso de líquidos causa um desequilibro entre esses eletrólitos que em casos graves pode causar até a desidratação. Ingerir mais de quatro litros de bebidas ao dia não é benéfico para a saúde.
Fuja do baixíssimo consumo de calorias
A restrição calórica excessiva além de ser prejudicial para a saúde também não irá provocar um emagrecimento saudável. "O corpo tolera por muito pouco tempo essa falta de energia, assim após sete dias começa a usar o seu estoque corporal que é o que chamamos de estoque de ouro, não é só a gordura, mas também músculos", alerta Epifânio.
Também podem ocorrer alguns problemas de saúde. "No curto espaço de tempo pode não acontecer prejuízos. A partir de uma semana o risco é ter hipoglicemia que pode levar a desmaios", diz Epifânio.
Evite o efeito sanfona
]Após uma dieta detox muito restritiva e por um período maior do que sete dias a pessoa pode não só voltar ao peso original com ganhar mais gordura. "Como expliquei, a falta de energia por muito tempo faz com que diminua a quantidade de músculos. Assim, quando o indivíduo volta para a dieta comum, o corpo quer voltar ao peso perdido, mas só recupera a gordura e então a pessoa fica mais flácida", constata Epifânio.
A melhor maneira para evitar o efeito sanfona é não realizar uma dieta detox muito restritiva, apenas priorizando alimentos mais saudáveis e evitando outros prejudiciais.
Quando acabar o regime é necessário mudar os hábitos alimentares. "O ideal é incorporar hábitos saudáveis na alimentação cotidiana. Continue priorizando os alimentos naturais e diminua o consumo de álcool, gorduras saturadas e trans, sódio e açúcar", explica Frias.
Procure ajuda profissional
Ao realizar uma dieta detox o ideal é procurar a ajuda de um profissional da área da saúde, nutricionista ou nutrólogo. "Caso a pessoa faça um regime desintoxicante por conta não recomendo que dure mais do que três dias. Se ela fizer a dieta detox por um longo período deve falar com um profissional da saúde, pois ele irá orientar uma suplementação de vitaminas e minerais", diz Frias.
Além disso, se a pessoa passar muito tempo sem ingerir a lactose e o glúten é preciso cuidado quando for voltar a consumir alimentos com a substância. Isto porque o organismo fica mais sensível a esses alimentos depois da dieta.
Evite o excesso de determinados alimentos
Ao longo da dieta detox é importante não abusar do consumo de chás. Alguns deles, como o chá verde e o mate, possuem cafeína e o excesso da substância pode causar insônia, taquicardia e gastrite, pois ela aumenta a secreção gástrica.
A orientação é não passar de três xícaras das versões simples à granel, como o de hibisco, chá verde e de gengibre. Com relação às versões industrializadas que são mais concentradas, o consumo não deve passar de dois copos ao dia. Quanto aos sucos detox o recomendado é não ingerir mais do que dois copos ao dia.
Invista na água
A maioria dos desequilíbrios orgânicos acontece no meio ácido. A ingestão de água pode ajudar a restabelecer o pH do organismo, sendo um elemento fundamental para a desintoxicação do corpo. Para combater o problema, a bebida precisa ser dotada de ORP negativo ou pH alcalino (acima de oito).
Antes de comprar a sua garrafa, verifique na embalagem qual é o pH da água - se for acima de oito, o ORP já é negativo. "A ingestão adequada de água também aumenta a diurese, facilitando a excreção de toxinas pela urina, além de ajudar no bom funcionamento do organismo como um todo", complementa a nutróloga Cristiane.