Clínico geral e nutrólogo, diretor da clínica Dr. Roberto Navarro. Formado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz...
iA regra básica da alimentação saudável consiste na escolha de alimentos que supram nossas necessidades nutricionais. Tornando-nos saudáveis e evitando, assim, doenças oportunistas ou que se desenvolvem por erros alimentares.
Hoje, encaramos o alimento de forma ainda mais abrangente. Além de ser nutritivo, deve ser funcional, possuir componentes que influenciam determinadas funções do organismo, nos ajudando na proteção e manutenção da saúde.
Sintomas que levam a queixas frequentes de cólicas, abdômen inchado, gases, flatulência, crises de constipação, diarreia, além de uma referência maior a enxaquecas e dores crônicas são comuns em pessoas portadoras de um distúrbio funcional denominado como Síndrome do Intestino Irritável (SII). Essa síndrome está relacionada a uma falha no movimento peristáltico e falta de coordenação do cólon e tubo digestivo.
Como isso nos afeta? Possuir a coordenação motora funcionando de maneira adequada é absolutamente necessário para gerarmos o bolo fecal e fazermos ele se movimentar adequadamente no intestino.
Essa coordenação depende do movimento peristáltico e de alguns agentes químicos que atuam nas fibras musculares, provocando contrações e nos ajudando a expulsar o bolo fecal. Esses agentes químicos ou mediadores, são tão importantes que a medicina hoje considera o intestino como um segundo cérebro.
Para entender o grau de importância, estudo publicado pela Universidade de Boston, nos Estados Unidos, declarou aumento de 40% no risco de depressão entre pacientes possuidores da Síndrome do Intestino Irritável. Esta doença atinge um quinto da população mundial e é mais frequente nas mulheres.
Cuidados com o intestino
O intestino acumula uma série de tarefas essenciais, entre elas, a nobre função de absorver nutrientes e eliminar toxinas. Portanto, é fundamental possuir uma flora intestinal saudável. Para manter sua flora intestinal equilibrada e saudável, é necessário evitar:
- Uso de medicamentos laxantes continuadamente e sem orientação médica
- Leite e derivados (em geral, portadores da SII possuem certo grau de intolerância à lactose)
- Condimentos picantes
- Alimentos refinados (como a farinha branca)
- Industrializados com excesso de conservantes e corantes
- Formadores de gases (como repolho, brócolis, feijão, batata doce, entre outros)
- Doces em geral, ricos em açúcar
- Bebidas alcoólicas
- Refrigerante e bebidas gaseificadas
Como proteger sua flora intestinal
Alimentos ricos em fibras não absorvíveis, favorecem a formação adequada do bolo fecal. Mas, a orientação se dá de acordo com a tendência a apresentar com maior frequência episódios de constipação ou diarreia, para uns mais fibras absorvíveis, para outros, mais fibras não absorvíveis.
Equilibrar a flora intestinal, deixá-la com mais bactérias benéficas do que com bactérias maléficas, evitando alimentos que desequilibram a flora e acrescentando probióticos em sua alimentação diária é uma atitude protetora do intestino e do sistema imunológico.
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A principal função dos alimentos acrescidos de probióticos é, além de ajudar no equilíbrio da flora intestinal, diminuir reações alérgicas e doenças inflamatórias intestinais. Se usados de maneira correta, os probióticos ajudam a diminuir o Ph intestinal, estimulam a produção de antibióticos naturais pelo organismo, melhoram a barreira intestinal, impedindo a passagem de bactérias para o sangue.
Algumas espécies de probióticos auxiliam na digestão da lactose (açúcar presente no leite), reduzem a constipação e a diarreia, aliviando os sintomas dos portadores da Síndrome do Intestino Irritável. Outras estimulam o sistema imunológico, a produção de vitamina B e inibem a multiplicação de causadores de doenças, além de restabelecerem a flora.
Além do leite fermentado
Laticínios como leite fermentado e iogurtes são as principais fontes desses micro-organismos, mas hoje eles já são vendidos, em forma de sachês em farmácias e drogarias.Ainda hoje, também encontramos alimentos, que não contêm lactose, enriquecidos com probióticos. Seu consumo é seguro e livre para todas as faixas etárias.