Clarissa Tamie Hiwatashi Fujiwara Deveza é nutricionista pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (F...
iRedatora especializada na cobertura de temas sobre alimentação e universo fitness.
Na realidade existem diversas plantas denominadas popularmente de catuaba. As mais comuns são as raízes de Anemopaegma arvense (Bignoniaceae) típica dos estados com cerrado como Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo, e as cascas do caule de Trichilia catigua (Meliaceae), que é uma árvore pequena comum na mata atlântica, mas comercialmente originada do estado da Bahia. A catuaba se destaca sobretudo pela ação afrodisíaca.
Nutrientes da catuaba
As raízes de Anemopaegma arvense contam com substâncias como chinchonaina Ia, IIa e kandelina A1, dentre outras. Essas substâncias mostraram atividade antioxidante. Já as cascas de Trichilia catigua apresentam cumarinas, taninos, flavanolignanas, esteróides e saponinas. Esta última trata-se da espécie com maior número de estudos farmacológicos atualmente, superando muito a outra espécie, por isso, ela é a mais orientada.
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Benefícios em estudo da catuaba
Melhora o desempenho sexual: As cascas da Trichilia catigua apresentam dois efeitos relacionados à atividade sexual masculina. Estudos realizados em animais observaram que elas provocam vasodilatação no corpo cavernoso peniano de modo similar ao sildenafil, ativo do Viagra. A ioimbina, um alcaloide antagonista do fator ativador de plaquetas (PAF, platelet activating factor), leva à redução da adesão plaquetária, colaborando para a vasodilatação da artéria peniana, maior fluxo sanguíneo ao corpo cavernoso e prolongamento do tempo de ereção.
Além disso, elas atuam nos neurônios promovendo diminuição na receptação de neurotransmissores, particularmente serotonina e dopamina, atuando como um antidepressivo e estimulante físico. Em conjunto, tais efeitos devem mostrar-se extremamente benéficos aos pacientes idosos com disfunção erétil decorrente de problemas vasculares genitais e estados depressivos leves, condições muito comuns no homem da meia idade em diante.
Atividade antioxidante: Estudos experimentais in vitro e em modelos animais, sugerem o potencial antioxidante de Trichilia catigua em sua atividade farmacológica especialmente à prevenção de desordens neurológicas associadas ao estresse oxidativo e redução de fluxo sanguíneo. O extrato etanólico demonstrou inibir a produção de espécies reativas de oxigênio (EROS) em células cerebrais de camundongos, sugerindo o efeito protetor atribuído especialmente ao conteúdo polifenólico da planta.
Quantidade recomendada da Catuaba
A quantidade diária recomendada das cascas em pó ou secas da Trichilia catigua é de 4000 mg. Já a tintura hidroalcoólica da Trichilia catiguá orientada é 10 ml por dia.
Chá de Catuaba
Ao consumir a casca seca ou em pó da Trichilia catigua separe cerca de 2000 mg e coloque em fervura por 5 a 10 minutos e depois beba, faça isso duas vezes ao dia. Para quem pretende ingerir a tintura hidroalcoólica, a orientação é consumir 5 ml em meio copo de água ao menos 2 vezes ao dia. A catuaba é orientada para idosos com dificuldades de ereção e com quadros leves de depressão, que não estejam em uso de outros medicamentos, sobretudo que atuem no sistema cardiovascular e sistema nervoso central.
Riscos ao consumir em excesso
Apesar de não haver estudos extensivos sobre os riscos do consumo em excesso da catuaba, é documentado que pode provocar midríase (dilatação da pupila), elevando-se a pressão intra-ocular sendo contra-indicado em pessoas que possuem glaucoma de ângulo estreito ou fechado. Doses elevadas podem aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial, além de provocar sintomas como ansiedade, tontura, dor de cabeça, irritabilidade e insônia. Adicionalmente é contraindicado devendo ter seu uso realizado mediante acompanhamento médico em pacientes com disfunção renal ou hepática, hipertensão, doenças cardíacas e doenças psiquiátricas.
Cuidados ao consumir
Evite o consumo das bebidas alcoólicas que levam a catuaba na composição, isto porque elas apresentam uma quantidade mínima da planta e tem outras substâncias que podem ser prejudiciais para a saúde. Os flaconetes estimulantes também devem ser evitados pelo mesmo motivo. Pessoas que já fazem o uso de vasodilatadores, pacientes com problemas cardíacos, hipertensos e quem tem hemofilia deve conversar com o médico antes de ingerir a catuaba. Ela também não é orientada para quem utiliza antidepressivos sintéticos à base de fluoxetina e derivados.
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Fonte consultada:
Farmacêutico Luis Marques, presidente da Associação Paulista de Fitoterapia.