O Dr. Marcelo Wulkan é médico desde 2002, cirurgião plástico e membro especialista e titular da Sociedade Brasilei...
iManuela Pagan é jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero (2014) e em fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2008).
iO que é ninflopastia?
A ninfoplastia é uma cirurgia plástica que tem por objetivo diminuir os pequenos lábios vaginais, estruturas que protegem a entrada da vagina. Além disso, os pequenos lábios também tem a função de proteger a vagina.
A cirurgia é feita, principalmente, em casos de incômodo estético ou até mesmo de dor durante a relação sexual. Quando indicado, a cirurgia íntima feminina também pode alterar o tamanho e formato dos grandes lábios.
O cirurgião plástico e o ginecologista são os profissionais mais indicados para esse tipo de cirurgia.
Outros nomes para o procedimento: Cirurgia íntima feminina, ninfoplastia, cirurgia de redução dos pequenos lábios da vagina, plástica dos pequenos e/ou grandes lábios.
Como é feita a ninfoplastia?
Normalmente é utilizada a anestesia raqui ou peridural com sedação simples, para que a mulher durma durante o procedimento. Como opção, pode-se ainda usar apenas anestesia local com sedação. Nesses casos é possível deixar o hospital no mesmo dia.
O cirurgião retira parte dos pequenos lábios e reconstrói essas estruturas. São dados pontos, normalmente absorvíveis, ou seja, que não precisam ser retirados posteriormente. As cicatrizes costumam ser discretas.
O procedimento dura, em média, de 40 minutos à uma hora em meia. Por se tratar de uma cirurgia de pequeno porte, a paciente pode ir para casa no mesmo dia.
Segundo o Dr. Marcelo Wulkan, cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira e Americana de Cirurgia Plastica, quando a cirurgia objetiva melhorar o aspecto dos grandes lábios, pode-se fazer basicamente duas abordagens: para se diminuir utiliza-se pequenas cânulas de lipoaspiração na parte interna do grande lábio (a cicatriz fica pouco aparente).
Quando o envelhecimento, perda de peso ou fatores de hereditariedade "murcham" os grandes lábios, o cirurgião pode melhorar a região com aplicações de gordura da própria paciente (lipoenxertia estruturada).
Para quem é indicada
Na maioria dos casos, a estética e o incômodo psicológico durante a exposição ao parceiro e a relação sexual é a motivação para a cirurgia.
Em casos mais raros, a dificuldade em higienizar a região acaba provocando acúmulo de secreções e urina levando a infecções constantes, como a candidíase, o que também leva as mulheres a optar pela cirurgia plástica.
Segundo o cirurgião plástico Henrique Arantes, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cirurgia também é indicada para casos em que o tamanho exagerado dos pequenos lábios pode causar dor durante a relação sexual.
O incômodo acontece pois estas estruturas acabam dobrando-se para dentro da vagina durante a penetração. Henrique Arantes explica que podem surgir até mesmo pequenas lesões devido a esse atrito.
Quanto retirar?
Esta decisão é tomada pelo médico, que irá retirar a quantidade correta para o benefício estético, pensando também na função dos pequenos lábios. "A ideia é tirar o excesso, ou seja, a porção dos pequenos lábios que fica aparente quando a mulher está em posição normal, é a parte dos pequenos lábios que se projeta para fora dos grandes lábios", explica o cirurgião plástico André Collaneri, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Contraindicações
A cirurgia íntima não possui contraindicações absolutas, no entanto, como em qualquer cirurgia, indivíduos com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e insuficiência cardíaca, descontroladas devem evitar procedimentos cirúrgicos.
Pacientes com infecção ativa no local ou corrimento devem fazer tratamento antes de se submeter à cirurgia. Também há uma recomendação especial para fumantes: abstinência por dois ou três meses antes da cirurgia. Por fim, mulheres com hipertensão, diabetes ou asma devem ser avaliadas sobre o risco da cirurgia.
Cuidados no pós-operatório
Equimoses (manchas arroxeadas): Não é comum que a região fique arroxeada, mas pode acontecer caso algum vaso sanguíneo de pequeno calibre for rompido durante a cirurgia.
Relações sexuais: Podem ser retomadas após 30 ou 45 dias após a cirurgia. "É preciso que os pontos estejam resistentes (não estejam visivelmente frouxos) para resistir ao atrito na região e não se abrirem", explica o cirurgião plástico André Collaneri.
Repouso e volta ao trabalho: O repouso deve ser mantido pelo período de dois a três dias após a cirurgia. Depois disso, quem trabalha em escritório, sem realizar grandes esforços físicos, pode voltar à rotina. Quem trabalha com esforço físico ou que precisa caminhar muito deve esperar três semanas para retornar ao trabalho.
Exercícios físicos: É possível retornar gradualmente aos exercícios físicos três semanas após a cirurgia. É indicado evitar exercícios que pressionem a região pressionada, como a bicicleta.
Sensibilidade: A região pode ter diminuição da sensibilidade após a cirurgia, mas a sensibilidade retorna após a cicatrização (cerca de 30 dias). A sensibilidade durante a relação sexual não será alterada. Algumas pacientes ainda relatam aumento da sensibilidade, mas não se sabe se existe algum fator psicológico para essa sensação.
Na hora do banho: A higiene da região íntima é feita normalmente com água morna e sabonete neutro, não é necessário o uso de sabonetes específicos para a genitália da mulher tampouco o uso de substâncias antissépticas.
Uso do banheiro: "É recomendado que a mulher limpe a região com água e sabonete depois de urinar", explica Fábio Rosito, ginecologista do laboratório SalamãoZoppi Diagnósticos. Alguns médicos usam uma cola cirúrgica para impermeabilizar o local da incisão da cirurgia íntima.
"Esse produto impede que secreções entrem em contato e infectem a região", explica o Cirurgião plástico André Collaneri. Nesse caso, a secagem simples com papel higiênico é suficiente. Quando estiver na rua, lembre-se sempre de carregar lenços umedecidos, que ajudam na limpeza.
Menstruação: O ideal é que a mulher não menstrue logo após a cirurgia, o que pode dificultar as medidas do pós-operatório, como a colocação de compressas frias, por exemplo. Portanto, o período recomendado para realização da cirurgia é logo após o final da última menstruação.
Caso a mulher menstrue, a recomendação é que seja usado o absorvente interno, uma vez que o externo pode abafar e aquecer a região.
Vestuário: A mulher deve usar calcinhas frouxas de algodão e roupas confortáveis que permitam que a região permaneça bem arejada até que a cicatrização esteja completa, o que ocorre cerca de 30 dias após a cirurgia.
Dor e inflamação: A dor após a cirurgia íntima feminina é leve, mas pode aumentar caso os pequenos lábios inchem demais, causando atrito entre eles e consequentemente aumentando a inflamação, num ciclo.
Para evitar o problema o cirurgião plástico Marcelo Wulkan dá algumas dicas: fazer compressas geladas na região, manter repouso de dois a três dias, não realizar exercícios físicos, tomar banhos mornos, não esfregar a região e usar o antibiótico e anti-inflamatórios recomendado pelo médico; como não costuma doer muito, analgésicos simples do tipo dipirona podem ser usados (se o paciente não apresentar alergia ao componente).
É possível sentar-se logo após a cirurgia, uma vez que a área não sofrerá nenhuma pressão anormal nesta posição.
Riscos da cirurgia
O cirurgião plástico André Collaneri explica que a cirurgia é bastante simples, por isso, os riscos remetem mais às intercorrências gerais, como infecções, sangramento e reações à anestesia.
Resultados
Depois de 30 dias a incisão já está cicatrizada, portanto é possível visualizar resultados parciais. Depois de 90 dias o inchaço já está reduzido e é possível ver o resultado final.
Saiba mais: Formato e cor da vagina raramente indicam doenças
Cuidados antes da consulta
- O médico que você irá consultar deve ter registro no Conselho Federal de Medicina (CFM), é possível fazer essa checagem no site da instituição
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- Converse com alguém que já fez a cirurgia com o mesmo médico e informe-se sobre o procedimento e os resultados
Fontes
Revisado por Cirurgião Plástico Marcelo Wulkan (CRM: 108732), membro da Socidedade Brasileira de Cirurgia Plastica, International Confederation for Plastic, Reconstructive and Reconstructive Surgery, International Society of Aesthetic Plastic Surgery e American Society of Plastic Surgeons
Ginecologista e obstetra Fábio Rosito (CRM:SP/38793), do laboratório SalomãoZoppi.
Cirurgião plástico André Collaneri (CRM: 87886), membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Cirurgião plástico Henrique Arantes (CRM: 90405), membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.