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Complicação difícil de lidar, o cálculo renal provoca dores horríveis, além de náuseas, vômitos, febre e até sangue na urina. A pedra se forma quando algumas substâncias secretadas pela urina - como o cálcio - estão presentes no rim em quantidade excessiva - o que causa um processo de cristalização, formando a pedra.
O tamanho do cálculo influencia a intensidade da dor - até quatro milímetros podem ser expelidos espontaneamente, sem grande incômodo. "Acima desse tamanho, a chance de episódios com dor aumenta", conta o nefrologista André Sloboda.
Confira alguns cuidados que especialistas recomendam para evitar que o cálculo se desenvolva e para ajudar o corpo a expeli-lo.
Hidrate-se
A principal recomendação para evitar as pedras e auxiliar o tratamento é a ingestão de líquidos acima de dois litros por dia. "Isso deixa a urina menos concentrada, auxiliando a diluição dos cristais", explica o nefrologista Eduardo Garcia, do Hospital Samaritano de São Paulo.
Atenção redobrada em climas quentes
A incidência de cálculo renal aumenta cerca de 30% no verão. "O principal motivo é a maior perda de líquido pela transpiração, levando a uma urina mais concentrada", conta Pedro Rocha, Nefrologista do Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro. Por isso, se você já tem pedras no rim ou quer evitá-las, aumente a ingestão de água nos dias quentes e use roupas mais leves, evitando a transpiração excessiva.
Evite o excesso de álcool
"A ingestão de álcool em grandes quantidades pode levar à desidratação e à elevação no ácido úrico", explica o nefrologista André Sloboda, da Sociedade Brasileira de Nefrologia. As bebidas fermentadas são as que têm maior teor desse ácido e seu consumo elevado pode levar a um agravamento das pedras ou ao surgimento delas.
Modere a quantidade de sal
O sal pode ser tido como o grande vilão na formação de cálculos renais. "O consumo elevado leva a uma maior excreção de sódio pelo rim, o que pode aumentar a produção de cálcio, fósforo, acido úrico ou oxalatos, causando a pedra no rim", conta o nefrologista André Sloboda.
Atenção às proteínas e ao cálcio
Em casos de cálculo renal mais grave, é recomendado evitar a ingestão de alimentos fontes de proteínas ou de cálcio em grandes quantidades. "O excesso de proteína animal aumentará a secreção de acido úrico urinário, podendo agravar ainda mais o cálculo", conta o nefrologista Pedro Rocha.
A restrição do cálcio é aplicada a pessoas que desenvolveram pedras formadas por esse nutriente - o cálculo renal por excesso de cálcio é o mais comum. É preciso esse controle para não formar mais pedras ou aumentar as já existentes.
Tratamento clínico e cirúrgico
Em casos de pedra nos rins acima de quatro milímetros, é necessário o auxilio de medicamentos analgésicos, para que ela possa ser expelida sem dor, e outros medicamentos que ajudem a sua passagem - todos receitados por um médico.
De acordo com os especialistas, é recomendado o tratamento cirúrgico quando as pedras possuem mais de 10 milímetros, já que são mais agressivas. Há dois tipos de cirurgias: litotripsia (emissão de ondas de choque que quebram o cálculo) e procedimentos endoscópicos (retirada da pedra através de sondas e cateteres).
Para todos os casos, a recomendação é conversar com o seu médico e descobrir qual é o método mais adequado.
Fique atento!
Existem doenças sistêmicas que podem ter o cálculo renal como o seu primeiro sintoma. Alguns exemplos são gota, doenças autoimunes, doenças inflamatórias intestinais e doenças renais. "Quando o cálculo renal aparece junto com febre, pode sinalizar uma infecção associada e deve ser motivo para procurar assistência médica imediata", conta o nefrologista Eduardo Garcia.
Todo cuidado é pouco: se você está desconfiando que o seu cálculo renal pode ser sintoma de qualquer complicação mais grave, fale com seu médico.