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O câncer de pele do tipo não melanoma é o mais incidente no Brasil, correspondendo a 25% de todos os tumores malignos registrados no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A maneira mais simples de prevenir a doença ou identificá-la em um estágio inicial é visitando o dermatologista com certa frequência.
Pequenos sinais ou condições da nossa pele podem denunciar o momento ideal de visitar o profissional. Por isso, listamos essas pistas para que você cuide da sua pele da melhor maneira. Confira:
Pele muito clara
Para se bronzear, a pele precisa de células chamadas melanócitos, que são as responsáveis por produzir o pigmento melanina - que, por sua vez, dá cor à pele. Pessoas de pele clara têm menos melanócitos, e consequentemente irão produzir menos pigmento quando expostas ao sol. "A melanina é o nosso protetor solar natural e quanto mais o indivíduo a possui, maior a proteção ao se expor ao sol e menos dano ele terá", diz a dermatologista Ranaia Papsukawa, do Hospital Santa Luzia, em Brasília.
Dessa forma, aqueles de pele muita clara sofrerão os danos da exposição solar mais facilmente, tendo, portanto, um risco aumentado tanto para o câncer de pele quando para o aparecimento de manchas e envelhecimento cutâneo. Por isso, é importante que pessoas com a pele mais clara e que dificilmente se bronzeia visitem o dermatologista regularmente, ainda que não haja qualquer pinta ou sinal suspeito.
Sardas no rosto
"As sardas (ou efélides) são características de pessoas de peles muito claras, muitas vezes ruivas e de olhos claros, e devido a isto devem ficar mais atentas", diz a dermatologista Samantha Kelmann, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Isso não quer dizer que as sardas se tornarão um câncer - as causas da formação de um e de outro são diferentes. No entanto, pessoas com sardas, normalmente, são mais sensíveis à luz solar, sofrendo um maior risco de desenvolver de lesões solares.
Pintas espalhadas pelo corpo
Quem tem muitas pintas pelo corpo deve ficar atento. "Pode ser algum tipo de síndrome genética que envolve outros órgãos e os sinais cutâneos, às vezes, são as primeiras manifestações que chamam a atenção para um problema maior", alerta a dermatologista Ranaia Papsukawa.
Segundo a dermatologista Samantha Kelmann, pode ser que as pintas sejam apenas marcas genéticas sem comprometimento clínico, mas de qualquer forma devem ser avaliadas por um profissional. "Isso porque uma das muitas pintas pode passar a sofrer modificações que indicam um câncer, e a pessoa pode não ficar atenta às mudanças", afirma.
Pintas que se concentram em uma área
Pessoas que têm uma alta concentração de pintas em determinadas partes do corpo, principalmente áreas de maior exposição solar, como os ombros, devem considerar a avaliação médica constante. "O acompanhamento se faz necessário devido a maior possibilidade de transformação maligna", explica a dermatologista Raiana Papsukawa.
Alterações nas pintas
As pintas podem ser benignas ou malignas, por isso, precisamos observá-las e monitorá-las. De acordo com a dermatologista Samantha Kelmann, são seguidos os critérios "ABCD" para avaliação de uma pinta:
- A: assimetria - lesões assimétricas são mais preocupantes que as regulares;
- B: bordas - pintas com bordas irregulares merecem mais atenção;
- C: coloração - se o nevo tiver duas ou mais cores deverá ser observado;
- D: dimensão da lesão - se houver mais de 6 mm, entram na classificação de lesão a ser monitorada.
"No entanto, não necessariamente uma pinta em relevo e com diversas cores ou contorno irregular será maligna, mas ainda assim deverá ser avaliada por um médico dermatologista", explica Samantha.
É importante ficar atento para algumas alterações: se a pinta começar a coçar, crescer, sangrar ou mudar de aparência (ficar mais áspera, mais escura ou clara), pode ser um sinal de malignidade e um motivo forte para procurar seu médico.
Pele com diferentes tonalidades
Algumas pessoas podem apresentar cores variadas na pele devido à exposição solar. Essa concentração de melanina em determinadas partes do corpo pede atenção e deve ser analisada por um dermatologista. "No entanto, essa diferença de tonalidade pode ser genética e não indicar malignidade", explica Samantha. De um modo geral, é importante que toda a pele seja examinada, seja no consultório médico ou no autoexame em casa.
Histórico de queimaduras solares
Os danos em nossa pele causados pelo sol, no geral, são decorrentes da exposição feita na infância, nos primeiros seis anos de vida - por isso, mesmo que você deve usar protetor solar sempre e visitar um dermatologista se no passado tomava sol de maneira desprotegida. O histórico de intensa exposição solar e queimaduras com formação de bolhas de água na pele na infância e adolescência merecem atenção redobrada.