Gláucia Vidal é Psicóloga Clínica com especialização na área de Psico-Oncologia. Psico-Oncologia é a área de interface e...
iComunicar o diagnóstico de câncer é um momento crucial na relação médico-paciente. É necessário transmitir, além do conhecimento técnico, respeito e humanidade, sabendo que há um ser humano, emocionalmente vulnerável, com todas as reações naturais a esta situação, como ansiedade, depressão, revolta, desconfiança e raiva.
É importante o profissional estar consciente e preparado para administrar esses sentimentos e estas reações que, muitas vezes, se voltam contra o profissional da saúde.Na fase do diagnóstico, o médico deve transmitir a segurança de seu conhecimento técnico demonstrando que, apesar de se tratar do diagnóstico de uma doença grave, essa doença tem cura e controle.
É importante a explicação do que irá ocorrer com o paciente de forma clara, simples e no grau de entendimento do paciente, por se tratar de uma doença que no passado assustava muito. Até hoje, a palavra câncer traz consigo o estigma da morte incorporado à nossa cultura.
A relação médico-paciente deve ser uma relação com características diferentes e mais próximas, pois, quando o paciente recebe o diagnóstico, a primeira reação costuma ser o medo de que, no seu caso, além de não ser curado, o câncer trará consigo sofrimento, humilhação física e dor.
É comum nesse momento, ocorrer uma revisão de valores e propriedades, pois, o paciente e seus familiares terão seus projetos de vida modificados, momentaneamente, em razão do diagnóstico e o tratamento de câncer.
Neste caso, é importante informar para o paciente que ele retornará a sua vida habitual o mais breve e da melhor maneira possível. Cabe ao profissional, respeitar a história de vida de cada paciente, e estar atento para estas modificações e adaptações que necessariamente virão.
Quando o paciente recebe o diagnóstico de câncer, também é natural surgirem preocupações com a autoimagem e, conseqüentemente, com a modificação eventual da sexualidade, com medos e insensibilidades. Ocorrem modificações no desempenho de atividades físicas mais intensas, o que pode frustrar alguns pacientes.
Além da competência técnica é importante a equipe ser compassiva ao lidar com as diversas etapas da doença, pois, o convívio é intenso em todas as fases.
O destino do paciente será decidido em cada momento e a consciência do risco torna as fases mais angustiantes, não só para o paciente, como também para o profissional.
É importante também, informar para o paciente que seu tratamento será orientado por seu médico de confiança, mas que há uma enorme equipe que cuidará de seu tratamento, pois, há médicos de diversas especialidades, tais como o oncologista clínico, o radioterapeuta, o patologista entre outros, e também uma equipe multiprofissional, como o fisioterapeuta, o enfermeiro, o psicólogo e o nutricionista entre outros.
Portanto, quando a relação médico-paciente é amistosa, afetiva e de confiança, certamente a angústia, o medo e a insegurança serão amenizados.
Por isso, é necessário a equipe de saúde estar junto, sentir sua dor, compartilhar afeiçoes, angústias e esperanças, enfocar a capacidade do paciente de transpor obstáculos, respeitando seus valores, crenças e, principalmente sua individualidade. Tudo isso possibilita minimizar a ansiedade e o estresse provocados pelo diagnóstico e o tratamento de câncer.
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