Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com título de especialista em pediatria pela Associação...
iApós anos de prática homeopática, após muitos textos e matérias escritas sobre o tema, após entrevistas concedidas a respeito da homeopatia, consegui chegar a uma conclusão: ainda existe um preconceito relacionado ao uso da homeopatia. Isso é um problema que afeta diretamente a saúde de inúmeros pacientes que por falta de informação, não encontram mais de uma opção para tratar seus problemas. Mas antes de continuar esse artigo, gostaria de colocar a definição de preconceito dada pelo dicionário Michaellis que mais cabe ao que acontece com a homeopatia: Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados ou ainda Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. Não é isso o que ainda acontece com a homeopatia?
Em uma recente matéria para o Revista Pais e Filhos, chamada "O valor do pediatra homeopata", por exemplo, surgiram alguns comentários a respeito da não cientificidade da especialidade, motivadas, possivelmente, pelo desconhecimento e por preconceito. Na quase totalidade das vezes, quem critica a homeopatia não a conhece de verdade. Eu tenho algumas perguntas:
-
Será que os pacientes que criticam sua utilização e a comparam com água com açúcar já fizeram um tratamento sério com mais de um homeopata ético e criterioso?
-Será que esses pacientes que dizem que não há trabalhos científicos que comprovem a eficácia da homeopatia procuraram com homeopatas esses trabalhos ou ouviram essa informação através de sites não especializados na internet ou até mesmo em programas de televisão que não citam fontes?
-
E os médicos que não reconhecem a homeopatia como especialidade médica (apesar de ela ser reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina desde 1980 e ter prova de título de especialista pela Associação Médica Brasileira desde 1990) já estudaram a fundo a homeopatia?
- E será que esses mesmos médicos já se trataram pela homeopatia?
Uma das "acusações" que a homeopatia recebe constantemente é sobre seu efeito placebo. Ou seja, o paciente se identifica com o médico homeopata que o escuta tanto na consulta, fala tanto sobre seus problemas, que ele melhora não pelo efeito do medicamento, mas sim pelo efeito psicológico do atendimento.
Os médicos (alopatas ou homeopatas) são formados nas mesmas faculdades de medicina, aprendem a fazer as consultas da mesma forma, têm o mesmo acesso ao mesmo paciente com os mesmos problemas. O efeito placebo não é uma exclusividade do homeopata.
O alopata também o utiliza, até em trabalhos científicos para comprovar a ação de um determinado medicamento, e passar a utilizá-lo com eficiência e segurança. Assim, durante a consulta, o paciente recebe seu efeito placebo tanto de um quanto de outro médico, desde que esse escute, de fato, seus problemas.
Tenho certeza de que tanto alopatas quanto homeopatas éticos e conscienciosos praticam a medicina de alto padrão, baseada em uma consulta adequada e precisa, escutando as queixas de seus pacientes e tentando, apesar de utilizarem técnicas pouco diferentes, resolver o sofrimento de quem os procura.
Se é assim, o que justificaria o sucesso do tratamento homeopático, comprovado pelo depoimento espontâneo dos pacientes que procuram a homeopatia para seu tratamento, se não o medicamento homeopático? O que justificaria procura crescente dos pacientes pela homeopatia, na maior parte das vezes justificado pelo insucesso no tratamento alopático?
Segundo depoimentos de pacientes, "a homeopatia é uma aliada, uma filosofia de vida. É a opção pela natureza, pelo autoconhecimento, pela saúde vista como uma escolha do modo de viver".
"É uma opção pela coragem de ser você mesmo o agente de sua saúde. É conceber o médico como alguém que te orienta com conhecimento e sabedoria, mas a atitude de cura é de cada um. A Homeopatia não é uma medicina passiva, mas ativa, compartilhada, responsável. Menos agressiva e mais eficaz. É uma medicina preventiva que resulta em adultos saudáveis e conscientes de sua integração com a natureza".
Muitas vezes, o paciente vem ao homeopata buscando tratar sua doença (alergia, insônia, indigestão, ansiedade) e se surpreende com "uma melhora de sua qualidade de vida, equilíbrio, harmonia, foco, consciência, disciplina e sabedoria para a árdua tarefa de se manter íntegro nesse mundo de contrastes e excessos".
De forma alguma, exclui-se a validade e a necessidade de outros tipos de tratamentos (nutricionais, físicos, psicológicos e até medicamentosos como a fitoterapia e a alopatia, bem como a acupuntura).
Mas não aceitar que a homeopatia possa promover grande benefício na saúde de um paciente significa, no mínimo, uma transgressão à lei que permite que cada cidadão escolha, livremente, dentre as formas terapeuticas reconhecidas pela Constituição, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, pelo Ministério da Saúde (através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares) para seu tratamento.
Convido as pessoas que não conhecem a homeopatia a procurar um médico homeopata para consulta ou até mesmo para obter uma informação mais precisa e até mais imparcial (afinal só o médico homeopata conhece, sabe e pode utilizar as duas formas terapêuticas em benefício de seus pacientes).