Possui graduação em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1981), doutorado em Ginecologia, Obstet...
iO Dispositivo Intrauterino (DIU) é um dos mais seguros e eficazes métodos anticoncepcionais existentes. Os DIUs são ?aparelhos? colocados na cavidade do útero, sendo que atualmente podem apresentar outros tipos de indicações, além da anticoncepção.
Existem várias explicações para o mecanismo de ação do DIU. As mais aceitas são que ocorre uma reação de corpo estranho dentro da cavidade uterina que é potencializada pelo cobre. Essa reação impede a gestação de duas maneiras: uma por dificultar a passagem dos espermatozoides pelo colo e cavidade uterina (a fecundação ocorre nas trompas); e a outra é que, se ocorrer a fecundação, o ovo fecundado não consegue se implantar ou, até mesmo, há um efeito tóxico diretamente sobre o ovo.
O DIU medicado libera um hormônio (levonorgestrel), que atrofia o tecido de revestimento interno da cavidade uterina. Essa atrofia impede que os espermatozoides cheguem às trompas (de forma muito mais eficaz que o DIU de cobre) e, caso ocorra a fecundação, esta não consegue se fixar na cavidade uterina. Esse efeito faz com que ele diminua a quantidade de sangramento menstrual, podendo ficar até sem menstruar em mais de 40% das usuárias, além de abrandar as cólicas e ter um efeito anticoncepcional maior. Já o DIU de cobre aumenta a quantidade de sangramento em cerca de 50%. Ele tem duração maior do que dez anos, já o medicado pode durar até cinco anos. A eficácia anticoncepcional dos dois é diferente, sendo a do medicado maior.
Além da anticoncepção, o DIU medicado pode ser usado como tratamento e controle de algumas condições de saúde como mioma, endometriose, adenomiose (endometriose na espessura da parede uterina) e menstruações abundantes. Ele também pode ser usado na menopausa para complementar a reposição hormonal.
A quantidade de hormônio liberada na corrente sanguínea por esse DIU é por volta de dois comprimidos de anticoncepcional a base de progesterona por mês. Pode ser usado por adolescentes ou mulheres que não engravidaram. Junto com os implantes, esterilização masculina (vasectomia) e feminina (laqueadura) o risco de uma paciente engravidar, é muito pequeno, por volta de um caso em 500 mulheres em uso por ano. É um método alternativo às esterilizações com mais eficácia.
Os DIUs são ótimas opções para quem quer um método reversível em longo prazo e não conseguem ou podem usar pílulas por causa das reações e/ou interações com os hormônios como: tromboses, medicamentos anticonvulsivantes, determinados tipos de cânceres hormônio-dependentes.
As contraindicações para o uso do DIU são: anormalidades do útero (muito pequeno ou muito grande), infecções ginecológicas, determinados tipos de câncer, sangramentos sem explicação e gravidez. Preferimos inserir o DIU durante a menstruação, e a paciente deve fazer exames antes de colocá-lo. O DIU medicado apresenta uma proteção maior para as DST pela associação com a progesterona, mas vale dizer que não exclui outros métodos de proteção, como o preservativo.
Os procedimentos de colocação e retirada são os mesmos, em ambulatórios, consultórios ou até mesmo em hospitais, quando há necessidade anestesia. Orientamos avaliar a posição do DIU com ultrassonografia de rotina, pois existe a possibilidade de sair do local, migrar e perder a sua eficácia anticoncepcional.
Saiba mais: Invista no cardápio contra TPM
Mas, afinal, qual DIU escolher? Isso deverá ser conversado com o médico ou profissional especializado, para a paciente estar segura da sua opção. Assim como todos os métodos anticoncepcionais, o DIU deve ser avaliado e acompanhado por um profissional, para que a mulher fique segura quanto ao método, e possa ter uma boa qualidade de vida.