Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF//MG) em 2002. Residência Médica em Neurologia pela...
iNão é fácil resumir os 200 anos da descoberta da doença de Parkinson em 200 palavras. Em 1817, James Parkinson, um neurologista inglês que publicou "Essay on the Shaking Palsy" mudaria o entendimento desta que é a segunda doença neurodegenerativa mais comum.
Muito se avançou nestes 200 anos, mas certamente a síntese da levodopa foi a maior revolução no tratamento desta doença até aqui. De lá para cá, descobrimos que a doença de Parkinson vai muito além de "tremor" nas mãos, destacando-se os chamados "sintomas não-motores" como alterações do sono e intestino; descobrimos mais de uma dezena de genes implicados na doença, descobrimos outras medicações como agonistas dopaminérgicos, e a cirurgia para Parkinson, com implante de eletrodos no cérebro, tornou-se segura e muito eficaz para pacientes selecionados. Claro que muito ainda está por vir. Em breve, por exemplo, teremos uma formulação de levodopa na forma de spray nasal.
Nestes 10 anos atuando como neurologista especializado em doenças neurodegenerativas, aprendi com meus pacientes inúmeras lições, especialmente com meus pacientes com Parkinson. E talvez, a palavra que melhor resuma o que esperar nos próximos 200 anos seja: esperança.
Mas que ela chegue bem antes...