Evelyn Vinocur é doutora em Pediatria, graduada em 1978 pela Universidade Federal Fluminense (UFF), especialista em Pedi...
iInúmeras pesquisas mostram que os adultos com TDAH tipo hiperativo apresentam 20% a mais de desajustes sexuais em comparação ao grupo controle (=grupo que não tem TDAH), cujas queixas são apenas de 2,4%.
Quando avaliada a atividade sexual, viu-se que o grupo hiperativo, apesar de apresentar a mesma freqüência de relações sexuais do que o grupo controle, começa a ter relações sexuais em idade bem mais precoce (por volta de 15-16 anos) do que o grupo controle e que o grupo hiperativo apresentou duas vezes mais parceiros sexuais no período de um ano em relação ao grupo controle.
Não foi observada nenhuma diferença entre a taxa de disfunções sexuais nem quanto a diferenças na orientação sexual.Diferença marcante foi observada em relação a grande taxa de rapazes hiperativos que haviam sido envolvidos como pais biológicos, com diferença de mais de nove (9!!) vezes, em relação ao grupo controle, o que corresponde a 38% para o grupo portador versus 4% para o grupo
controle.
Para as mulheres, a diferença foi ainda maior, de 68% versus 16%, com a taxa mais alta para mulheres do grupo hiperativo que se envolveram em gestações não planejadas.
Quatro vezes mais membros do grupo hiperativo (em relação ao grupo controle) também havia contraído uma doença sexualmente transmissível, 17% versus 4% e duas vezes mais haviam feito exame para HIV, 54% versus 21%.
Tais dados sugerem que as crianças hiperativas podem ter um estilo de vida sexual de alto risco ao atingirem a maturidade sexual, pois têm maior chance de serem pais precoces quando jovens e de contraírem doenças sexualmente transmissíveis.
Analisando-se os indicadores potenciais de vários desses riscos no grupo hiperativo vimos a associação entre uma maior prevalência de transtornos de conduta ao longo da vida e QI menor, com início mais precoce das relações sexuais.
O risco de gravidez precoce também foi previsto no grupo onde aparecia o transtorno de conduta.Em uma grande amostra de um estudo de seguimento com crianças hiperativas de uma comunidade observou-se que 19% delas haviam se tornado pais antes dos 26 anos.
Fica claro a relação de transtorno de conduta e o aumento significativo do risco de paternidade precoce, em estudo com 499 homens acompanhados até a idade adulta.
Russell A. Barkley & cols. 2008
Evelyn Vinocur é psicoterapeuta cognitivo comportamental. Atua na área de saúde mental de adulto e é especializada em saúde mental da infância e adolescência.
Para saber mais, acesse: www.evelynvinocur.com.br