Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF//MG) em 2002. Residência Médica em Neurologia pela...
iCefaleia é a doença neurológica mais comum, estimando-se que que pelo menos 95% da população terá pelo menos 1 episódio de dor de cabeça na vida. Dentre as centenas de causas de dor de cabeça destaca-se a enxaqueca.
A enxaqueca é caracterizada por episódios de dor, mais frequentes ou não, com características específicas como caráter pulsátil, unilateral, forte intensidade, piora com atividades físicas rotineiras, normalmente associada a náuseas e vômitos, aversão à luz e barulho, com duração de cerca de 4 a 72 horas.
Alguns pacientes podem, ainda, apresentar auras, que são geralmente fenômenos visuais que antecedem a dor, como pontos luminosos ou o apagamento de um campo da visão.
Do ponto de vista da frequência de crises, a enxaqueca pode ser dividida em crônica, quando existem mais de 15 dias de dor por mês ou episódica, quando a frequência de crises é menor.
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As maiores vítimas da enxaqueca são, certamente, as mulheres em idade fértil, especialmente, no período de 20 a 40 anos. Entretanto, até crianças podem sofrer de crise de enxaqueca.
A enxaqueca nem sempre tem origem genética. Existem diversos outros fatores que podem levar às crises, por exemplo, estresse, alterações do sono, do humor, alimentos, fatores hormonais entre outros.
Diagnóstico da enxaqueca
Em geral, o diagnóstico para detectar se o paciente possui enxaqueca baseia-se em critérios essencialmente clínicos. Perguntamos, por exemplo, sobre as características da dor como duração, localização, característica da dor, sintomas associados, fatores desencadeantes, medicações que aliviam ou que já foram utilizadas, além de procurar saber se existem sinais de alarme que fazem pensar em diagnósticos diferenciais. Em seguida, um exame físico geral e neurológico completo. Para uma minoria dos pacientes são solicitados exames complementares.
Tratamentos
Em relação ao tratamento da enxaqueca devemos, primeiro, tratar a crise, utilizando antiinflamatórios e/ou medicações da família dos ergotamínicos e/ou triptanos. Depois, para os casos com indicação, devemos usar medicações preventivas, que o pacientes usam todos os dias por pelo menos 6 meses para prevenir novos episódios de dor. Dentre eles destacam-se alguns antidepressivos e anticonvulsivantes
Além disso, cabe destacar que alguns hábitos de vida ajudam a melhorar as crises de enxaqueca como atividade física regular, sono de boa qualidade, evitar alimentos que desencadeiam crises (fast-food, chocolate, molho vermelho, queijos amarelos, embutidos e enlatados).
Finalmente, cada vez mais se tem utilizado o BotoxR como uma alternativa terapêutica para combater enxaqueca crônica. Trata-se de uma alternativa eficaz em particular para os casos mais refratários, uma vez que seu mecanismo de ação age impedindo que os estímulos nociceptivos (dolorosos) periféricos cheguem aos centros de dor no cérebro.
Assim, além de sua prevalência, a enxaqueca é um tipo de dor de cabeça com diferentes nuances e complexidades, mas que se devidamente identificada e tratada, os pacientes poderão encontrar alívio e conforto.