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Atualizado em 23/10/2020
A popular camisinha, ou preservativo masculino, é um método eficaz de prevenção à gravidez, assim como a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Entretanto, muitas dúvidas ainda surgem quando o assunto é camisinha. Pensando nisso, conversamos com especialistas, que desvendaram as maiores questões sobre o preservativo. Sabia, por exemplo, que mesmo com o uso da camisinha existe uma pequena possibilidade de contaminação pelo vírus HIV se as taxas do vírus estiverem muito altas na pessoa infectada?
Como colocar a camisinha
Na hora de colocar a camisinha, algumas orientações devem ser seguidas para que o preservativo consiga cumprir seu papel de proteção.
O pênis, por exemplo, deve estar ereto, livre de lubrificantes, cremes ou pomadas. A pessoa deverá então segurar o preservativo pela extremidade, deixando um espaço isento de ar na ponta para conter o sêmen, diminuindo assim a chance de rompimento. A seguir, a camisinha deve ser desenrolada, da extremidade para a base do pênis.
A camisinha também precisa em um lugar de fácil acesso antes do ato e o invólucro que a contém só deve ser aberto no instante do seu uso, segundo o urologista Sylvio Quadros, chefe do departamento de DST da Sociedade Brasileira de Urologia.
Após o ato sexual, ainda com o pênis ereto, a camisinha deve ser retirada com cuidado, de forma a impedir que o sêmen extravase. "Segure a camisinha na extremidade com os dedos de uma mão, ao mesmo tempo em que, com a outra, você retira a proteção no sentido da base para a extremidade."
Tamanho ideal de camisinha
O tamanho da camisinha mais encontrado é o de 52mm de diâmetro. Entretanto, podem ser adquiridos preservativos de 55 mm (extra) e de 49 mm ('teen'). "O tamanho devem ser escolhidos de acordo com as dimensões do pênis", declara o urologista Sylvio.
Quanto ao comprimento, as camisinhas variam de 16 a 19 centímetros, sendo de extrema importância a certificação do tamanho correto, pois camisinhas maiores do que o tamanho do pênis podem comprometer a proteção.
Na dúvida, escolha o tamanho padrão e troque em caso de desconforto. As espessuras das camisinhas também podem variar, sendo as mais finas - modelos "sensíveis" - indicadas para pessoas que perdem a sensibilidade com a camisinha normal e acabam sentindo menos prazer no ato sexual.
Dá para engravidar usando camisinha?
Existe o risco de gravidez em um sexo com camisinha. Porem, normalmente, a gestação neste caso está associada ao mau uso do preservativo.
"Se a camisinha é colocada corretamente e usada do início ao fim da relação, em todas as relações, as chances de gravidez são próximas de zero", diz a ginecologista Arícia Helena Giribela, da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.
Usar duas camisinhas juntas: pode?
Não é recomendado o uso de duas camisinhas juntas, pois a fricção das duas malhas de látex pode causar um rompimento das camisinhas, muitas vezes sem a percepção do usuário.
"Usar mais de um preservativo irá diminuir a sensibilidade do homem naquele local, fazendo com que ele não note o rompimento ou então não sinta prazer no ato", explica o urologista Sylvio. A mesma lógica vale para a camisinha feminina, que deve ser usada individualmente, nunca em conjunto com a masculina.
Camisinha furou: o que fazer?
Caso a camisinha fure, o urologista Sylvio orienta interromper o sexo imediatamente e que um novo preservativo seja colocado no pênis. A ginecologista Arícia também recomenda o uso da pílula do dia seguinte, para os casos em que se quer evitar a gravidez. É preciso salientar, porém, que a camisinha raramente irá estourar se for usada e conservada adequadamente.
Prazo de validade da camisinha
O prazo de validade da camisinha varia de três a cinco anos, dependendo do fabricante. "Esse tempo é contado a partir da data de fabricação, que vem impressa na embalagem" alerta Sylvio Quadros.
Para sua melhor conservação, devemos mantê-la longe de umidade e calor excessivo, além de evitar dobrá-la, amassá-la ou mantê-la por muitos dias dentro da carteira, da bolsa, porta-luvas ou porta-malas do carro. "Sem esquecer que ela deve ser retirada do invólucro apenas instantes antes da sua utilização."
Camisinha protege contra toda DST
Usar camisinha não significa estar protegido(a) de todas as DSTs. Isso porque base do pênis e área externa na vagina não são contempladas pela proteção da camisinha. "Portanto qualquer ferida ou verruga causada por DST nessas partes pode ser transmitida pelo contato", diz o urologista Sylvio.
Desse modo, todas as áreas da região íntima que ficam em contato tem potencial para transmitir DST, como verrugas e feridas consequentes de HPV e gonorreia. "A camisinha ainda é o único e mais seguro recurso para proteger das mais diversas doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada." Para o caso de pessoas que tem uma DST na parte externa da genitália, o melhor é buscar tratamento e suspender as relações sexuais, evitando o risco de transmitir ao parceiro.
Camisinha protege contra a AIDS
Sobre a Aids , o especialista diz que existe uma chance passar por entre as microscópicas malhas do látex que compõe os preservativos. Para isso acontecer o portador precisa apresentar taxas muito altas do vírus.
Reutilizar a camisinha: é possível?
Nunca se deve utilizar duas vezes a mesma camisinha, mesma que não haja ejaculação. "Um dos fatores de rompimento da camisinha é o seu uso prolongado, pois aumentará a fricção ou mesmo diminuir a área de extravasamento", alerta Sylvio Quadros. O ideal é ter sempre mais de um preservativo disponível, para que ele possa ser trocado a cada ato sexual consecutivo.
Camisinha no sexo anal: precisa?
A camisinha no sexo anal é necessária, principalmente para evitar infecções e contaminações na área. "Isso porque a flora bacteriana da região anorretal é diferente da que encontramos na uretra ou vagina, podendo oferecer uma dificuldade extrema de tratamento caso venha causar infecções uretrais ou vaginais", explica o urologista Sylvio. Outro ponto é a transmissão de DSTs, que também pode acontecer por meio do sexo anal, sendo necessário o uso de camisinha.
Sexo oral deve ser feito com camisinha
Durante a prática do sexo oral, a camisinha deve ser usada. De acordo com a ginecologista Bárbara Murayama, o sexo oral é a modalidade "campeã" do não uso do preservativo - algo mencionado pela própria Organização Mundial de Saúde.
Não usar camisinha durante o sexo oral, entretanto, abre porta para ISTs. "O preservativo impede o contato da boca com o sangue - se houver algum ferimento na região - e com a mucosa da vagina e do ânus, evitando, dessa forma, a transmissão de algumas doenças, como herpes, HIV e hepatite. A presença do vírus da Aids na saliva é pequena - daí ser muito difícil a transmissão do HIV através do beijo. Porém, se houver feridas na boca ou mesmo presença de sangue, há possibilidade de ocorrer a transmissão.
O que fazer em caso de alergia o látex?
Quem tem alergia ao látex, material da camisinha, não deve usar o preservativo masculino feito com o material. Hoje no mercado existem as camisinhas feitas de silicone, ou mesmo a camisinha feminina, que é feita de poliuretano ou borracha nitrílica, materiais com pouco potencial alergênico.
Falta de lubrificante rompe a camisinha?
Um dos principais fatores de rompimento da camisinha é a falta de lubrificação. Por isso, a penetração só deve acontecer quando a mulher já estiver excitada e devidamente lubrificada.
"No caso do sexo anal, em que não há lubrificação natural, é recomendado o uso de produtos lubrificantes adequados", afirma o urologista Sylvio. Caso a mulher tenha muito pouca ou não possua lubrificação natural, é indicado também o uso dos produtos.
Camisinha exclui o uso de outros métodos contraceptivos?
Usar a camisinha durante as relações sexuais não impede o casal de manter ou começar a usar outros métodos contraceptivos, como a pílula anticoncepcional, entre outras alternativas.
Da mesma forma, uma mulher que já faz uso desses métodos não deve dispensar as camisinha durante as relações sexuais, uma vez que esses métodos protegem apenas contra a gravidez, e a camisinha também previne DSTs.
Vale lembrar que a pílula anticoncepcional é aquela de uso contínuo, e não a pílula do dia seguinte - essa deve ser usada apenas no caso de a camisinha ter estourado ou qualquer outra situação que levante a suspeita de gravidez após a relação sexual.
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