Formado pela Faculdade de Medicina do ABC. Especializou-se em pediatria na Unifesp/EPM, obtendo em seguida título pela S...
iEm ano de Copa de Mundo, muitas famílias vão aproveitar para curtir o clima de festa em outra cidade ou estado. Mas quem não está muito interessado no mundial, o rumo pode ser outro país. Apesar da segurança e agilidade que os aviões proporcionam, as crianças precisam de atenção e cuidados diferenciais para este tipo de transporte.
Para os recém-nascidos, o mais indicado é que viajem somente após completar dois meses, quando já terão recebido boa parte das primeiras vacinações. Antes disso, a imunidade do pequeno ainda está muito baixa. A viagem e o contato com mais adultos só deve ocorrer antes dessa idade em caso de extrema necessidade.
Especificamente sobre a vacinação, no Brasil a única vacina exigida em viagem para alguns estados é a da febre amarela. No entanto, ela só é dada a partir dos seis meses de idade. Por isso, atualize a carteirinha dos seus filhos antes de viajar.
Para evitar as dores no ouvido ou infecções, indico que se faça a lavagem e limpeza do nariz da criança com soro fisiológico no mesmo dia, um pouco antes da viagem. Com a pressão, a secreção que está na garganta pode subir pela Trompa de Eustáquio, canal que interliga o nariz, o ouvido e a garganta. Geralmente, a criança sente dores na hora da decolagem ou da aterrissagem, podendo advir uma infecção nos ouvidos.
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Na bagagem de mão da criança leve apenas o necessário para ser usado no período da viagem. Medicamentos devem estar com a prescrição médica e nome do paciente, e na embalagem original para melhor identificação na hora da inspeção. Alguns desses remédios que indico são: o soro nasal, analgésico, antiemético (para o alívio dos sintomas de enjoo, náuseas e vômitos) e pomada contra alergia e infecção.
Quanto à alimentação, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) permite que se levem mamadeiras e alimentos infantis industrializados. Por isso, coloque na sua lista de viagem itens como papinha, leite em pó e a mamadeira. A frequência das mamadas deve seguir a rotina normal. Porém, alimentar a criança com muita frequência pode aumentar a quantidade de ar presente no estômago e no intestino, causando desconforto e choro. Em altitude de cruzeiro, devido à baixa pressão atmosférica, a presença do ar aumenta cerca de 20% nesses órgãos.
Uma recomendação importante: criança doente não deve viajar, exceto em casos específicos, como levá-la a um hospital distante. Se possível, evite a viagem caso a criança esteja resfriada, pois isso pode evoluir para uma otite durante o voo por causa da pressão. A pressurização do avião tem influência direta de pessoa para pessoa e, em crianças, essa situação também pode diminuir a imunidade, facilitando a entrada de outras doenças ou piora do quadro, se já estiver doente.
Cadeirinha do bebê
Os pais têm o direito a atendimento preferencial. Crianças menores de 12 anos podem embarcar e desembarcar antes dos demais passageiros. Com crianças pequenas e bebês de colo, recomenda-se solicitar assentos na primeira fileira. Quanto aos bebês pequenos, a indicação é que ocupem um assento individual, o que garantirá uma maior segurança. Nesse caso, solicite informações da companhia aérea sobre procedimentos e custos extras.
Não é indicado que o bebê permaneça no colo durante a decolagem e o pouso. Isso pode trazer graves consequências, como o risco de traumatismo e morte. Para o transporte de bebês, a cadeira no avião deve seguir as mesmas regras que as utilizadas em automóveis. Dê preferência ao bebê-conforto, que poderá ser afivelado ao cinto de segurança do avião e posicionado para trás. Geralmente, as empresa aéreas não disponibilizam esse assentos.
Antes de viajar, verifique a documentação necessária: carteira de identidade ou certidão de nascimento do bebê para voos nacionais e passaporte para viagens internacionais. Seguindo as dicas com cautela, o voo e a viagem serão proveitosos e seguros para toda a família.
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