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O que é o transplante capilar
Transplante capilar é o procedimento que realoca folículos capilares que não tem predisposição para calvície para a região que está calva. Quando os folículos são transferidos dessa forma, o cabelo volta a surgir nessa área. Esse procedimento é considerado a única solução definitiva para a calvície androgenética, aquela que é hereditária.
É importante ressaltar que calvície não é a mesma coisa que queda de cabelo. Nela os fios não caem e sim entram em um processo de miniaturização - se tornando semelhantes aos pelos do rosto fora da área da barba, ou seja, bem pequenos e quase que imperceptíveis. Isso só ocorre em pacientes predispostos geneticamente a esse problema, que é desencadeado pelos hormônios masculinos (a testosterona e seus derivados, principal a di-hidrotestosterona, também conhecida com DHT).
A DHT é cinco vezes mais potente que a testosterona e é o hormônio chave no surgimento da alopecia androgenética. O fato de que os receptores para este hormônio não se encontrarem distribuídos igualmente em todo o couro cabeludo explica os padrões de perda de cabelos. Por isso mesmo, o transplante capilar retira fios dessa área e os realoca nas regiões em que já houve miniaturização, pois, por algum motivo ainda desconhecido, esses fios não correm o risco de também passarem pelo processo de transformação.
Outros nomes
Autotransplante capilar
Muitas pessoas chamam o processo de implante capilar, o que é errado, já que o implante pressupõe a colocação de um cabelo não natural na região afetada pela calvície e o transplante capilar utiliza fios do próprio paciente.
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Indicações do transplante capilar
O transplante capilar pode ser feito em qualquer pessoa que sofra com alopecia androgenética e deseje ter novamente cabelo na região que está calva. No entanto, é importante avaliar na consulta com o especialista em que estágio o processo de calvície se encontra. Alguns especialistas preferem realizar o procedimento quando ele está estabilizado.
Como é feito o transplante capilar
Existem duas técnicas de transplante capilar, a mais convencional chamada de FUT (sigla inglesa para transplante de unidade folicular) e a técnica que não causa cicatriz linear chamada de FUE (sigla inglesa extração de unidades folicular). Elas mudam, na verdade, a forma como é retirada a área doadora nessa cirurgia.
Na técnica convencional FUT, uma faixa de cabelo é removida da região de trás da nuca, levada para microscópios de alta potencia e resolução e dividida em fatias finíssimas de menos de 1 mm de espessura chamadas slivers, para então serem separadas em unidades foliculares de 1 fio, 2 fios ou 3 fios.
Já na técnica FUE, o cirurgião remove diretamente do couro cabeludo a unidade folicular pronta com punchs bem pequenos de 0,6 milimetros de diâmetro, que depois são levadas ao microscópio para serem lapidadas. A diferença entre as técnicas está somente no modo de obtenção das unidades foliculares, que depois de prontas serão transplantadas para a área receptora através de micro incisões no couro cabeludo.
Área doadora
A escolha da área doadora é extremamente cautelosa, já que se a calvície está no início, há o risco de a região escolhida também ter propensão à miniaturização dos fios, o que levará ao retorno do problema. Para essa escolha, os critérios que são levados em conta são a quantidade de folículos com três fios na região, a distância dos folículos capilares e a elasticidade desses fios, para que o resultado final seja uma área mais cheia.
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Em geral, a região escolhida fica bem próxima à nuca e a cicatriz formada no FUT é escondida pelos cabelos da região. Existe inclusive um processo, chamado sutura tricofítica, em que os fios crescem na cicatriz, tornando-a ainda mais disfarçada. É normal que a cicatriz começa fina, e com o tempo fique bem avermelhada, isso ocorre mais ou menos no terceiro mês após a cirurgia. Com o tempo, a coloração vermelha vai diminuindo, mas só passa mesmo depois de dois anos, mais ou menos.
Processo da cirurgia
Durante a operação, quando os folículos doadores são retirados, eles já são levados para sua divisão em unidades foliculares no mesmo momento, enquanto o cirurgião sutura a região. Conforme são separados, eles são conservados em soro fisiológico, até o momento de sua realocação.
Quando a área doadora é fechada, cerca de 20% das unidades foliculares já está pronta e eles já começam a ser transplantados.
Anestesia
É realizada uma anestesia local, semelhante a usada em dentistas, e uma leve sedação somente para não ter nenhum incomodo no momento da anestesia. No final do procedimento o paciente já está totalmente acordado.
Duração da cirurgia
A cirurgia com a técnica FUT dura entre 5 ou 6 horas, de acordo com as unidades foliculares obtidas. Já a técnica com FUE é mais demorada, levando de seis a 10 horas.
Quem é o profissional apto a realizar o transplante capilar
Médicos, de preferência com especialidade em cirurgia plástica, pois eles têm todo o conhecimento da parte cirúrgica.
Pré-operatório do transplante capilar
São realizados exames pré -peratórios básicos iguais a qualquer outro tipo de cirurgia. Na técnica convencional FUT não é necessário nenhum preparo para realizar o procedimento, já na técnica FUE é necessário raspar com maquina 1 os cabelos da área doadora.
Pós-operatório do transplante capilar
Após a operação pode ser aplicado um spray fixador especial, que evita o uso de bandagens. No dia seguinte ao procedimento o paciente retorna à clínica para lavagem dos cabelos e, a partir desse momento, está liberado para exercer as atividades normais do dia-a-dia, salvo algumas restrições como, evitar o sol, praia, piscina, atividades físicas intensas e ter um cuidado especial na lavagem dos cabelos. Em torno de 15 dias todos os fios transplantados cairão e não existirá mais nenhuma restrição a qualquer atividade.
Resultados
Por volta de três a quatro meses os cabelos transplantados começarão a crescer e levará em torno de um ano para que se tenha o resultado final da cirurgia. Mas este crescimento gradual dos fios ajuda a dar um aspecto totalmente natural ao pós-operatório e até faz as pessoas suporem que o paciente esteja tomando algum medicamento e não que tenha feito uma cirurgia.
O cabelo pode voltar a cair após o transplante capilar?
Como o folículo transplantado não sofre com a ação do hormônio DHT, os fios transplantados não sofrem mais modificações. Porém, nada impede que outros folículos não transplantados e que estejam sujeitos a esse processo de miniaturização e com que a calvície continue avançando.
Possíveis complicações do transplante capilar
A cirurgia é minimamente invasiva, o que leva a poucas possíveis complicações. Entre elas, podemos enumerar: baixa integração dos novos folículos (principalmente em pacientes diabéticos e pessoas que fumam muito), pequenas zonas de insensibilidade e inchaço na testa dos primeiros três dias após a operação.
Não existe chance de rejeição ou infecção, já que esse é um autotransplante, ou seja, o folículo transplantado é do próprio paciente.
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Fontes
Cirurgião plástico Antônio Ruston (CRM-SP 73.200), especialista em microtransplante capilar, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da International Society of Hair Restoration Surgery
Dermatologista Tatiana Gabbi (CRM-SP 104.415), médica assistente do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo