Graduada em Odontologia pela Universidade de São Paulo (USP) desde 2004, Fabíola tem vasta experiência na área, atendend...
iO processo natural de troca dos dentes decíduos, ou dentes de leite, pelos dentes permanentes ocorre na fase entre os 5 a 12 anos de idade normalmente. O início dessas trocas ocorre em média na faixa dos 5 aos 7 anos com os incisivos centrais inferiores e costuma envolver muita ansiedade e insegurança por parte dos pais e das próprias crianças.
Á medida que o dente permanente vai completando sua formação dentro do osso, ele vai estimulando a reabsorção da raiz do seu dente decíduo correspondente. Assim, o dente decíduo vai perdendo sua raiz e ficando sem inserção no osso e é esse processo que faz com que ele fique amolecido até que sobre somente a coroa dentária e ele se solte completamente.
Perigos de arrancar o dente de leite
Quando um dente amolece, muitas vezes, todos à volta da criança (pais, tios, professores e etc.) tem a vontade de "arrancar" o dente como se ele representasse algo ruim, mas não sabem o que isso pode acarretar.
A melhor coisa que os pais podem fazer nesses casos é deixar o processo acontecer naturalmente, pois muitas vezes esses dentes caem durante a alimentação, escovação ou até mesmo sozinhos. É importante não forçar para remover o dente antes do momento ideal.
Isso pode prejudicar a dentição permanente, caso o dente permanente não esteja no momento certo de erupcionar, além de poder causar dor, muito sangramento e consequente trauma na criança. Não significa que não pode tirar o dente em casa, mas isso deve ser feito de forma tranquila, sem pressa e nem pressão, no momento que o dente já tiver bastante mobilidade.
Como arrancar o dente em casa
Para que os dentes sejam removidos em casa, os pais devem estar seguros e ter certeza que é o momento certo. É importante que a criança ou os pais lavem bem as mãos para não levar microrganismos para a boca. A melhor maneira é segurar o dente gentilmente com uma gaze ou pano limpo e fazer leves movimentos até que ele se solte por inteiro.
Algumas dicas são: agir com naturalidade e não demonstrar ansiedade para as crianças; pedir ajuda para os filhos nesse momento também é uma boa ideia, para cortar a gaze por exemplo, colocar a mão junto para balançar o dente; não utilizar a palavra "arrancar", e sim "ajudar" o dente a cair; transformar em um momento lúdico e importante.
Após a remoção do dente, é normal ocorrer um sangramento na região da gengiva e este pode ser contido ao morder a gaze, pano ou algodão por 15 minutos. É importante evitar se alimentar uns 30 minutos e não deixar a criança fazer bochechos ou ficar cuspindo, pois isso aumentará o sangramento e dificulta a cicatrização da gengiva.
A importância da boa higiene mesmo nos dentes que estão com muita mobilidade e prestes a caírem também deve ser ressaltada para que a criança não fique incomodada devido a uma maior inflamação e sangramento gengival no local e para proteção dos dentes contra cáries.
O dente de leite pode ficar com uma mobilidade por um mês em média até cair, mas esse tempo pode ser maior e depende de cada caso. Se não estiver atrapalhando a mastigação, fala, higiene e não estiver causando nenhuma dor, não existe problema nenhum se esse tempo for grande e esperar até que o dente caia sozinho.
No consultório odontológico
Normalmente, a extração do dente de leite pelo dentista é feita de maneira muito menos traumática do que em casa, uma vez que poderá aplicar anestesia e fazer uma radiografia da região caso necessário, além de ter todo o conhecimento da anatomia e características dentárias, dos ossos e gengivas
Nos casos em que os dentes permanentes já aparecem na gengiva à frente ou atrás de seu dente decíduo antecessor que ainda não caiu, muitas vezes se faz necessária a extração em consultório odontológico. Isso pode ocorrer quando o dente permanente perde seu caminho correto de erupção e acaba não causando a reabsorção completa da raiz do dente decíduo, o que dificulta que esse dente se solte sozinho.
Existem alguns casos em que alguns dentes permanentes não se formam no osso, o que é chamado de agenesia dentária. Isso é visualizado em radiografias panorâmicas e o dente decíduo sem seu sucessor deve ter acompanhamento de um profissional para que seja avaliada a melhor conduta nessas situações antes que ele seja perdido e seu espaço se feche, prejudicando toda a arcada dentária.
Para que os pais e as crianças possam ter uma maior tranquilidade e adequadas orientações nesse processo de trocas dentárias, é altamente recomendável que procurem um acompanhamento de um dentista especialista e que façam as visitas regularmente. A saúde bucal deve ser priorizada desde o nascimento dos primeiros dentinhos e a consulta com um dentista pode ser feita antes mesmo do nascimento da criança, durante a fase de gestação.