Um estudo realizado recentemente pela pesquisadora Karen Oliveira, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) mostrou que a canela, famosa por ser um alimento termogênico, pode ter um efeito potencialmente negativo para pacientes com hipotireoidismo.
Segundo os pesquisadores, os testes feitos com ratos de laboratório mostram que a canela diminui a quantidade do hormônio tireoidiano na circulação sanguínea de animais saudáveis. Dessa forma, o consumo de canela seria prejudicial àqueles que possuem hipotireoidismo, já que a iguaria diminuiria o hormônio T3 a níveis indetectáveis.
"A julgar pelos dados em animais, talvez para um indivíduo com hipotireoidismo consumir canela não seja uma boa coisa", afirma Karen. Além de reduzir os níveis de T3, o consumo da especiaria ainda promoveu um aumento do LDL, o colesterol ruim, nos testes feitos com ratos com hipotireoidismo.
A pesquisadora ainda afirma que, quando pensamos em interferências no sistema endócrino, já associamos a produtos químicos, como o agrotóxico e o bisfenol, e nunca lembramos que os próprios alimentos podem ter substâncias bioativas que interferem na fisiologia endócrina.
A quantidade de canela consumida pelos ratos nesses experimentos equivaleria a uma porção de 3 a 4 gramas de canela por dia para humanos. Karen ainda enfatiza que são necessários testes em humanos para verificar se o resultado seria o mesmo do que o observado nos ratos.
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Além deste resultado, o grupo de pesquisas de Karen já observou que a exposição à canela no período de lactação, em ratos, resulta em mudanças endócrinas, levando os filhotes à obesidade na idade adulta.