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"Em vários levantamentos oficiais feitos de tempos em tempos, constata-se que de 70% a 80% dos pacientes de consultórios dermatológicos não usam o protetor solar diariamente, mesmo com a orientação do médico", conta a dermatologista Giselle Sanches.
É um erro, como afirma a dermatologista Tathya Taranto: "O uso regular do protetor solar reduz as chances de câncer de pele e evita queimaduras solares, manchas e envelhecimento precoce da pele. Está comprovado que a exposição ao sol sem proteção é a principal responsável pelo câncer de pele tanto do tipo melanoma quanto do tipo carcinoma".
As especialistas falam, a seguir, sobre oito situações em que o uso do protetor solar normalmente é deixado de lado, mas não deveria.
Antes de partir para eles, fica um alerta de Giselle: "Todas as dicas valem para adultos e para crianças. Por incrível que pareça, muitos pais esquecem que os filhos também precisam de protetor solar o máximo de tempo possível. Eles não querem interromper a brincadeira e acabam expondo a saúde dos pequenos desnecessariamente".
1. No trabalho
Por se tratar de um ambiente fechado, o escritório é visto como lugar em que a pele já está naturalmente protegida. Não é bem assim. "A radiação solar atravessa os vidros, que filtram muito pouco os raios UVA e UVB. Pegar sol dessa maneira coloca a pele tão em risco quanto se a pessoa estivesse ao ar livre", diz Giselle.
A dermatologista acrescenta que a luz artificial também prejudica a pele, embora não seja causadora de nenhum tipo de câncer. "Lâmpadas incandescentes, brancas ou de LED emitem a luz visível, que é associada ao surgimento de melanoses, as manchas da pele. O protetor solar evita que a pele seja danificada por essa luz".
2. Em dias nublados
Na praia, na piscina ou no trabalho, o uso do protetor solar não é dispensado quando o sol está escondido atrás das nuvens. Elas proporcionam a mesma proteção que o vidro em relação aos raios UVA e UVB, ou seja, praticamente nenhuma.
Segundo Tathya, "mesmo onde não conseguimos ver o sol, ele está lá, e as radiações continuam chegando à superfície e provocandos os mesmos danos à pele."
3. Em dias de mormaço
Desde pequenos ouvimos dos mais velhos que mormaço queima. Queima mesmo, seja na praia, no campo ou na cidade. "Os raios UVA e UVB também nos atingem nesse tipo de clima, por meio do calor e da reflexão dessas radiações solares nas superfícies", afirma Tathya.
4. Sob a sombra do guarda-sol
A sombra do guarda-sol engana da mesma maneira que os dias nublados: por não haver sol aberto sobre o corpo, muitos acham que estão imunes aos raios solares - e, é claro, não estão. "Na praia, a radiação vem de cima para baixo, que é o caminho natural do sol, e de baixo para cima, porque a areia funciona como um refletor do sol. A água da piscina e o chão claro dos clubes atuam como a areia no sentido de reflexão dos raios UVA e UVB", explica Giselle.
5. Em casa
Profissionais autônomos ou as pessoas responsáveis por cuidar da casa ou do apartamento durante o dia também precisam se proteger contra os raios ultravioletas do sol. O caso deles é um misto do que ocorre com quem está no escritório e com quem está ao ar livre.
Giselle ilustra a situação: "Enquanto se está dentro de casa, sempre há a exposição a alguma luz artificial ou à radiação que entra pelos vidros. Quando é preciso ir ao quintal ou à varanda, por exemplo, a pele fica sob o sol. A proteção é necessária por todos os motivos."
Muitas pessoas associam a aplicação do protetor solar apenas aos momentos em que estejam declaradamente tomando sol - na praia ou ao redor de uma piscina, por exemplo.
6. Em atividades na natureza
Caminhadas em trilhas são tidas como inofensivas para a pele por muitos de seus praticantes por causa das amplas sombras pelo caminho. Como já foi dito anteriormente, as sombras estão longe de significar proteção contra os raios UVA e UVB. E, na prática da atividade, reações corporais aumentam a vulnerabilidade da pele.
"A transpiração excessiva faz com que os cuidados tenham que ser redobrados. A pele fica exposta a queimaduras, manchas, envelhecimento precoce e câncer de pele. Nessas ocasiões, inclusive, o ideal é usar, além do protetor solar, medidas de barreira, como chapéus, camisas de manga longa e óculos de sol", observa Tathya.
7. Nadando em ambientes abertos
Estar sob a água na maior parte do tempo não protege e pele dos raios do sol. Por isso, quem nada no mar ou em piscinas ao ar livre precisa, e muito, se cercar de cuidados. Para essas pessoas, Giselle recomenda o uso de produtos especiais para nadadores.
"Existem protetores solares específicos para essas situações, que trazem em seus rótulos expressões como 'resistente à água', 'water resistant' ou 'waterproof', assim como roupas com Fator de Proteção Solar (FPS). Vale a pena investir neles para se proteger", pondera.
8. Em uma viagem de carro durante o dia
Todo carro tem vidros, e por eles, já não é mais novidade, passam os raios UVA e UVB do sol. Não existe posição dentro de um carro que esteja imune à incidência deles. Por isso, o protetor solar deve ser usado por todo mundo que esteja participando da viagem.
"Sem contar que dirigir ou ser passageiro sem protetor solar deixa o corpo queimado de forma desigual. Quem dirige fica com o braço esquerdo torrado, quem está ao lado dele acaba com o braço direito desse jeito. É perigoso para a saúde e nada agradável esteticamente", afirma Giselle.