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Eu sempre fui aquela pessoa conhecida como "formiga". Aquela que troca qualquer salgado por um doce. Bolos, tortas, balas, chocolate e sorvete sempre foram um grande prazer na minha vida. E, claro, nada era doce demais. Até quando ia comer algo saudável, eu preferia as opções que tinham sabor doce.
O problema foi quando esse prazer começou a fugir do meu controle e eu não conseguia me imaginar recusando um doce. Foi quando eu percebi que passar um dia sem açúcar estava fora de cogitação na minha rotina. Então eu me assustei, não gostei da sensação de perceber que algo sobre o meu próprio corpo estava fora do meu controle.
Eu não percebia, mas parte do inchaço no meu corpo era causado pelo consumo do açúcar. Também não imaginava como o meu bem-estar estava atrelado aos doces (e aprendi isso de uma maneira um pouco dolorosa que você vai ver abaixo). Inspirada em desafios que vi na internet, decidi embarcar nos 30 dias sem açúcar. Confesso que não tinha muita ideia da bucha em que eu estava me enfiando. Sim, foi difícil, e como foi! Mas eu sobrevivi e já adianto para vocês: essa experiência me transformou.
Abaixo, conto mais detalhes de como foi tudo isso, mas, antes de mais nada, deixo claro exatamente o que foi cortado da minha alimentação: açúcar refinado e qualquer outro tipo de açúcar (como açúcar demerara e açúcar mascavo), adoçantes, mel, melaço de cana, etc. Os únicos alimentos doces que consumi no período foram frutas e frutas secas, ou seja, frutose. E não, eu não cortei o carboidrato. Se você quiser entender melhor a relação do carboidrato com o açúcar e como ele age no organismo, clique aqui.
1ª semana
Os três primeiros dias foram tranquilos, porque a motivação por fazer desafio ainda estava bem alta, então é mais simples recusar o açúcar. Tive algumas tentações, como resistir ao sorvete depois do almoço com a família, mas consegui. Só que depois do 4º dia, tudo acabou.
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Foi quando eu me vi chorando por ter pedido um leite com achocolatado na padaria, sem lembrar que não poderia tomar. Assim que a bebida chegou na mesa, antes que eu começasse a beber, me dei conta que não poderia e, então, um sentimento de frustração e tristeza enorme tomou conta de mim. Comi meu pão na chapa com os olhos marejados, sai rápido da padaria, entrei no carro e chorei de soluçar igual uma criança.
Esse episódio descreve bem como foram os dias seguintes do meu desafio. Durante essa semana eu senti, inclusive, problemas para me concentrar e me organizar no trabalho. Por isso, é importante contar com a compreensão dos colegas e amigos nesse momento, você vai precisar.
2ª semana
Uma montanha russa de emoções. Tinha dias que eu me sentia péssima, sem energia e muito irritada. Já no dia seguinte, a sensação era como se eu estivesse no melhor dia da minha vida: alegre, bem-humorada e disposta. Também notei algumas mudanças no corpo, como diminuição do inchaço e barriga mais sequinha.
Não notei mudanças na balança e nem me apeguei muito nisso, porque não era o meu objetivo principal, afinal eu queria mudar a relação com o doce, e porque junto com o corte do açúcar eu acabei adotando um treino e uma alimentação que contribuíram para o meu ganho de massa magra.
Essa foi outra vantagem: acabei ficando mais preocupada com a qualidade da minha alimentação no geral. No mercado, acabava olhando os rótulos dos alimentos para ver se tinham açúcar ou adoçante, o que fez com que eu me interessasse por conhecer melhor tudo o que estava consumindo.
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É aí que percebemos que as opções de alimentos sem açúcar ou adoçante são bem poucas, especialmente quando falamos de alimentos industrializados. Alimentos fit, diet, feitos com itens naturais, enfim, praticamente tudo tem alguma substância que adoce. Isso dificulta o processo do desafio e faz com que você precise planejar muito bem o que vai comer ao longo do dia, especialmente nos lanchinhos entre as refeições. O melhor é optar pelo que for mais natural possível e, se conseguir, preparar em casa seus lanchinhos.
3ª semana
A vontade de comer doce diminuiu, mas as tentações não. Com a proximidade da Páscoa, os chocolates começaram a surgir no trabalho e em casa, mas consegui resistir firmemente. Apesar de eu já não pensar tanto em doces, ver outras pessoas comendo acabava despertando uma vontade de experimentar também. Mas, para driblar as tentações, eu usava as frutas e frutas secas, que ganharam um espaço maior no meu coração. É incrível como elas ficam com mais sabor, conforme nosso paladar se desvincula do açúcar refinado.
Outro aspecto que mudou foi a minha pele, que é naturalmente acneica e que ficava muito mais prejudicada pelo açúcar. Com o corte dos doces, senti minha pele menos oleosa e não tive nenhuma espinha nova.
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4ª semana
Na reta final do desafio já pude notar uma redução da celulite nas pernas, o que hoje, após o final do desafio, me dá mais motivação para manter o controle sobre o consumo dos doces. Ao encerrar esse período, também não estava desesperada para comer doce. Muito pelo contrário, poderia tranquilamente continuar sem açúcar. Mas se você segue a gente no Instagram (@minhavidaoficial), deve ter visto que eu tomei um milkshake de brigadeiro para ver qual seria a reação do meu corpo depois dos 30 dias. Clique aqui e veja nos nossos destaques do Instagram como foi o desafio e a experiência de comer um doce depois.
Porém, de todos os benefícios que eu tive (foram benefícios mesmo, nenhuma desvantagem), o mais bacana foi perceber que eu posso negar um doce e que eu vou sobreviver por não comer açúcar diariamente. Quebrar o ciclo de dependência com o doce é mais libertador do que podemos imaginar.
Acabou o desafio, e agora?
Não adianta nada terminar o desafio e não tirar nenhuma mudança real disso tudo, certo? Por isso, meu objetivo é ficar longe dos doces durante a semana e me permitir comer sobremesas no fim de semana, sempre com equilíbrio, sem querer "descontar" por não ter comido doce nos dias anteriores. Me permitirei comer o doce se sentir vontade para isso.
Muita gente achou que quando encerrasse o desafio eu fosse querer "recuperar o tempo perdido" e comer todos os doces que visse pela frente, mas não. E essa é a hora de estabelecer e fortalecer esse novo hábito no corpo. Os doces continuam saborosos, apesar de eu não conseguir mais comer a mesma quantidade de antes. Mas nós sabemos que o corpo se adapta e que pode facilmente voltar ao modo antigo de descontrole pelo açúcar. Portanto, é fundamental estabelecer certos limites na rotina para continuar colhendo os bons frutos de uma alimentação balanceada.
E se você quiser saber mais detalhes sobre como foi o desafio todo, veja a cobertura que fizemos no nosso Instagram: clique aqui para acessar os destaques no nosso perfil.