Com experiência na cobertura de saúde, especializou-se no segmento de família, com foco em gravidez e maternidade.
Desde o nascimento, estamos em constante contato com o mundo através dos nossos sentidos. Ainda muito novinhos, já experimentamos sensações e julgamos se são boas ou ruins. Para o paladar, o ideal é que a descoberta de novos sabores além do leite materno seja feita só após os seis meses. Vale ressaltar que é importante que essa experiência seja prazerosa para criança, mas, acima de tudo, o essencial é que seja nutritiva. A cada mês, o bebê precisa ser apresentado a certos alimentos, que devem ser preparados da forma correta.
O prato colorido e diversificado é importante para nossa saúde, mas até os seis meses precisamos e devemos ter contato com um alimento só: o leite materno. "Ele possui vitamina D, vitaminas do complexo B, vitamina E, vitamina C, ácido fólico, zinco. É um alimento completo para o bebê", detalha a nutricionista Carol Faria. Ela reforça que, nessa fase, não se pode oferecer nem água.
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Em situações específicas de mulheres que não conseguem amamentar, a solução é que os pais dêem as fórmulas infantis. Nesse caso, em geral, a nutricionista recomenda que se complemente a alimentação com água, mas somente isso.
Aos seis meses, a família já pode começar a oferecer outros alimentos. O leite continua como o protagonista das refeições até o bebê completar um ano. Esse é o momento em que a proporção se inverte, mas o ideal é que o desmame ocorra apenas após os dois anos.
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A pediatra Priscila Zanotti Stagliorio ressalta que é importante conversar com o médico da criança para passar por todas essas mudanças. Não há regras de cardápio e os pais não devem se restringir a alguns alimentos.
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No 6º mês:
A primeira comida do bebê devem ser as papinhas de frutas. A pediatra explica que as papinhas devem ser dadas com a criança sentada e com postura reta para facilitar a alimentação.
Duas a quatro semanas depois, quando o pequeno já estiver acostumado com as comidas na colher, a nutricionista indica que os pais introduzam a papinha salgada.
Segundo a nutricionista, ela precisa ser composta por um alimento de cada grupo alimentar:
- uma hortaliça
- um cereal ou tubérculo
- uma leguminosa
- legumes
- e uma proteína animal.
"Basicamente, é o mesmo que o prato do adulto, mas em menores quantidades", explica Carol. É importante tomar cuidado com o sal e o açúcar em excesso.
A água também começa a ser oferecida. "É importante não dar água antes da alimentação pois o estômago do bebê é pequeno e pode comprometer a quantidade de comidinha que a criança deve comer", ressalta Priscila.
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No 7º mês:
Nessa fase, os pais podem introduzir mais uma papinha salgada entre as refeições. Agora, o almoço e o jantar do seu filho serão a comida que você preparar.
Do 8º mês até 1 ano:
A partir dessa etapa, a cada mês é possível ir apresentando mais um tipo de proteína. Se você já deu carne bovina, ofereça também frango, peixes ou ovos. "A ordem pode mudar dependendo dos hábitos alimentares da família ou suas vontades. Não há problema, por exemplo, em oferecer frango antes da carne ou do ovo", explica Carol.
A mastigação de alimentos mais sólidos pode começar nessa fase, pois não depende dos dentinhos terem nascido. "Inicie o processo com micropedaços de alimentos cozidos e molinhos para a criança ter contato e se adaptar", recomenda a pediatra.
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De 1 ano até 1 ano e meio:
Só a partir dessa idade você pode começar a adoçar receitas com mel, de acordo com a nutricionista.
De 1 ano e meio a 2 anos:
Aqui, seu bebê já consegue andar, falar as primeiras palavras e tem até os primeiros dentes molares. É importante prepará-lo para a alimentação junto com a família. É também nesta etapa que você pode introduzir os iogurtes.
O que evitar?
Para que as crianças não se acostumem com alimentos não tão bons para a saúde, é importante adiar o primeiro contato ao máximo. A nutricionista destaca a importância de evitar os industrializados, o açúcar refinado, refrigerantes e café. Até um ano, o mel também não é recomendado.
Segundo a pediatra, apresentar o açúcar e os refrigerantes podem fazer a criança perder o interesse por alimentos saudáveis.
Participar das descobertas do paladar do seu filho demanda paciência e empenho, mas pode ser muito gratificante. "Não se preocupe com a quantidade do prato e sim com a qualidade do que se oferece para a criança", aconselha Priscila.
Se você já tem outros filhos, evite comparar os hábitos e quantidades do bebê. Assim, não pula etapas e nem acelera nenhuma delas. "Os casos de alergia por alimentos, engasgos e até mesmo reações adversas por conta de alimentos e bebidas nas crianças menores de dois anos acontecem por negligência, muitas vezes, dos pais e ou cuidadores que não se atentaram às recomendações dos pediatras e ou nutricionistas", finaliza a pediatra.