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Obrigação. Tudo que começa com essa premissa acaba ficando chato e desestimulante, e é isso que acontece muitas vezes com a atividade física nas nossas vidas. A gente sabe que ela faz bem pra saúde, que ajuda a emagrecer e que a gente PRECISA fazer. Pronto, já ficou chato. Mas nem tudo está perdido: saiba que tem gente (como eu) que se exercita porque gosta, porque tem paixão pela coisa e a gente quer te ajudar a achar o seu caminho nessa história.
Pensando nisso, pedimos para algumas pessoas contarem um pouco sobre como a atividade física consegue melhorar a vida como um todo e dicas para você viver isso também:
Superação no pole dance
Nem sempre o esporte foi algo importante na vida da Andréa Costa. Ela achava tudo muito chato e "sempre tinha uma 'desculpa' para não fazer a atividade", lembra. Mas há três anos isso mudou, quando ela conheceu o pole dance, uma atividade que pode ser enquadrada como esporte ou como dança/arte.
"Estava justamente buscando alguma atividade física nova, pois estava há muito tempo parada. Quando era criança/adolescente eu fazia dança (ballet, jazz, sapateado) e amava. Já adulta, busquei musculação, spinning, caminhada, cheguei a tentar praticar boxe, mas nenhuma delas realmente me agradou" conta.
Então, ela decidiu retomar esse gosto da infância e testar alguma aula de dança, mas para se manter motivada, ela queria encontrar algo diferente e desafiador. "O pole, além da parte coreográfica, exige bastante força e flexibilidade. E conforme você vai praticando, vai adquirindo um pouquinho mais de cada. É um treino completo e como tive essa identificação forte, eu nem sinto como uma atividade. Eu saio das aulas me sentindo renovada, a cada movimento novo, sinto que superei mais um limite", afirma Andréa.
Mudanças que vieram com a atividade física: "Com relação ao corpo, me sinto mais disposta e mais forte, mas acho que as mudanças na mente são as mais interessantes. Consigo me desligar dos problemas enquanto estou nas aulas, fico focada naquele momento, sinto que estou cuidando de mim, fazendo algo por mim. Também ajudou muito com relação a autoestima, pois vejo que meu corpo é capaz de fazer coisas que eu nem imaginava e não há nada de errado com ele. Me sinto orgulhosa do que meu corpo é capaz de fazer e me sinto bem por estar cuidando dele", diz ela.
Conselhos para quem quer começar: "Em geral, sinto que as pessoas focam em atividades mais tradicionais e acabam não se adaptando bem a elas. O ideal é abrir mais a mente, tentar coisas muito novas, procurar atividades mais divertidas e diferentes, como dança, luta, atividades circenses, atividades ao ar livre. Não se pode parar de experimentar e nem ter vergonha ou medo de tentar algo completamente novo. Todo mundo passou pela fase de iniciante em algum momento e é completamente natural ter dificuldades nas atividades. Quando encontrei uma atividade física que me identifiquei, isso passou a ser um lazer e não uma obrigação. Tentei algumas atividades diferentes até encontrar uma que realmente gostasse", completa.
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Coração dividido entre Muay Thai, crossfit e yoga
Na infância, Ludmila Andrade fazia atividade física na escola e adorava. "Meu interesse foi se expandindo e decidi fazer faculdade de Nutrição, ciência aliada da prática esportiva. Depois de adulta, passei a treinar em academia e também a fazer Muay Thai, onde atualmente sou graduada com prajied verde com ponta branca. Neste ano, entrei no crossfit e yoga e, atualmente, concilio essas três atividades: Muay Thai, crossfit e yoga", conta.
Para ela, manter o corpo em movimento é uma forma de buscar sempre o seu melhor. "Gosto de desafios e busco me superar. Para mim a atividade é uma competição comigo mesma. Além de sentir que na atividade física eu equilibro corpo e mente, me sinto mais disposta para desempenhar outras atividades do dia a dia?, diz Ludmila.
Mudanças que vieram com a atividade física: Sim, ela é do tipo que gosta muito de atividade física e sentiu na pele os efeitos da prática a longo prazo. "A vida muda completamente. Além da questão estética, há diversas mudanças que só quem pratica exercícios com frequência consegue sentir. O rendimento e a concentração no trabalho e nos estudos aumenta, pois há menos cansaço e preguiça, o estresse diminui consideravelmente. A sensação é de estar sempre bem disposta, principalmente quando o exercício é feito pela manhã", relata.
Conselhos para quem quer começar: "Daria três conselhos basicamente. O primeiro é tentar modalidades de estilos diferentes. Por exemplo: natação, crossfit, lutas, corrida e yoga são algumas opções com ritmos diferentes. O ideal é experimentar e ver qual se adapta melhor ao seu perfil. O segundo conselho é dar um tempo suficiente para o corpo se adaptar ao exercício. Muitas vezes o organismo sedentário não está habituado com determinada atividade e acaba rejeitando de início. É algo natural, mas tudo é uma questão de adaptação. Com foco e disciplina, naturalmente temos evolução e adaptação. Um terceiro conselho é conciliar os exercícios com meditação, que desenvolve demais a consciência corporal e a nossa mente, e toma muito pouco tempo do dia, podendo fazer antes de dormir ou logo que acordar, por exemplo, por cerca de meia hora", ressalta.
Movimento e fantasia no circo
Para Damiris Ribeiro, se movimentar é algo comum desde a infância, quando era bastante agitada. Depois, ela foi ginasta federada de aeróbica competitiva pelo Palmeiras dos 12 aos 17 anos. "Quando saí do esporte, ainda queria fazer algum tipo de atividade, mas nunca curti academia. Então, testei pilates, yoga e circo, que foi o que eu mais curti. Gosto porque me acalma e faz eu me sentir bem. É um momento de distração e concentração que me tiram da rotina", conta.
Mudanças que vieram com a atividade física: "O circo é uma atividade bem lúdica. Então concilia a arte e o corpo. Ajuda para distrair e focar a mente no exercício, o que ajuda a desestressar bastante, porque é um momento muito meu, o 'aqui e agora'. Em relação ao corpo, sempre ajuda a dar uma melhorada na estética, mas esse nunca foi muito meu foco", afirma Damiris.
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Conselhos para quem quer começar: "Hoje em dia temos muitas opções diferentes de atividade física fora da musculação. Tem dança, escalada, circo, lutas... É claro que acaba ficando mais caro que pagar uma academia, mas vejo muita gente pagando e não indo, porque não tem motivação. Vale mais a pena você realmente investir em uma coisa que gosta e que te deixa bem, porque isso vai te dar vontade de ir treinar", ressalta a designer. Lembre-se disso: sempre vale investir no que te faz bem!
Corrida: suor e vento no rosto
E chegamos à minha história. Meu nome é Amanda, vou editora de alimentação e fitness do Minha Vida e corredora nas horas vagas. Na infância eu corria bastante brincando, adorava, mas quando chegou a adolescência, não tinha quem me fizesse participar de uma aula de educação física. Achava terrível, era desengonçada demais. Então, na vida adulta, eu fazia provavelmente o mesmo que você: me matriculava na academia, frequentava um mês e abandonava.
Então, próximo do meu casamento, queria emagrecer e decidi começar a correr. Fui sem cobranças, sem metas, sem expectativas. O que rolasse estaria ótimo. E nisso já são três anos correndo, muitas meias maratonas e estou me preparando para a minha primeira maratona.
Mudanças que vieram com a atividade física: As mudanças externas e internas foram enormes. Emagreci cerca de 10kgs no primeiro ano, sem mudar a alimentação, meu corpo nunca foi tão forte e tão bem condicionado. E acho que posso dizer o mesmo da minha mente. Com a corrida aprendi tanta coisa sobre a vida, que poderia escrever páginas e páginas, mas resumidamente: aprendi a controlar melhor a minha ansiedade, porque na corrida não se pulam etapas. Se você pular, muito provavelmente vai se lesionar. A vida é muito assim. Nunca fui tão disciplinada como agora e isso se reflete na minha casa, no meu trabalho, em tudo. E aprendi que uma boa música, um tênis, suor e vento no rosto podem fazer milagres depois de um dia ruim.
Conselhos para quem quer começar: Não crie expectativas. Não comece uma atividade já achando que em uma semana vai correr longas distâncias ou vai virar fisiculturista. Tenha metas menores e fique feliz pelas suas conquistas, por mais simples que elas possam parecer, porque você dedicou tempo e deu suor por elas. Lembre-se sempre que está fazendo tudo isso por você, pelo seu bem-estar, pelo cuidado com a sua saúde, com o seu corpo. E não, ninguém é motivado o tempo todo. Se você desanimar, insista e tente ir mesmo assim. Se não der certo, não se culpe, mas retome o ritmo no dia seguinte. Vida que segue.