Com experiência na cobertura de saúde, especializou-se no segmento de família, com foco em gravidez e maternidade.
O atraso na menstruação, o teste de farmácia e a confirmação do exame de sangue: estas são as etapas que dão início a uma das experiência mais transformadoras: a maternidade. Engravidar envolve muitas emoções, dúvidas e ansiedades. E é preciso um bom médico para cuidar de você neste momento. Um obstetra não deve ter um olhar atento apenas para o desenvolvimento do bebê na barriga, mas também acolher a mãe nesse momento tão sensível.
Nem sempre o obstetra que acompanha uma gravidez é o que fará o parto. Na maioria das vezes, quando se dá entrada na maternidade para ter o bebê, quem faz o procedimento são os plantonistas que estão trabalhando no momento. Mesmo os médicos que atendem pelo plano de saúde costumam cobrar uma taxa extra para estarem disponíveis na hora que o pequeno der sinais de que está chegando.
O que esperar de um obstetra?
Mesmo assim, escolher bem o médico que acompanhará o pré-natal é essencial. Um bom acompanhamento durante a gravidez evita problemas e surpresas no parto. O obstetra Omar Filogonio Macedo reforça: "O pré-natal tem um papel fundamental na prevenção e na detecção de doenças maternas e fetais. Isso vai permitir o desenvolvimento saudável do bebê e reduzir os riscos para as gestantes."
Segundo ele, o primeiro encontro com o profissional deve acontecer o quanto antes, desde que a gravidez for confirmada, e se repetir, pelo menos, a cada mês. Nas consultas, além de pedir exames laboratoriais, o profissional precisa conversar para entender todo o histórico de saúde da mulher e, acima de tudo, fazer os exames no próprio consultório. "O exame clínico é fundamental. Ao apalpar o abdômen da paciente, é possível saber a posição do bebê. Ao medir o útero, medir a pressão, é possível prevenir, por exemplo, a pré-eclâmpsia?, reforça Omar.
Apesar de não ser uma unanimidade, os obstetras podem também se disponibilizar para tirar algumas dúvidas fora do consultório, como por telefone ou Whatsapp. Na opinião de Omar, não há problema se tudo for combinado. "Minhas pacientes têm o meu celular. Às vezes, me mandam perguntas que tento responder, mas existe um limite ético. Há situações em que é necessário uma consulta, e eu oriento nesse sentido". O parecer 14/2017 do Conselho Federal de Medicina vai no mesmo sentido e autoriza essas comunicações.
Quais as perguntas devo fazer a um obstetra?
''O médico pode ser muito gentil, educado, atencioso, mas se ele não está disposto a lhe ajudar a trazer seu filho ao mundo como você gostaria, nada disso fará diferença na hora do parto''. É o que aconselha Vani Gonçalves, bancária, doula e mãe de três crianças. Todos eles nasceram em partos humanizados.
A falta de confiança de que o obstetra iria respeitar sua vontade de ter um parto normal fez Vani mudar de médico quando já estava na 34ª semana de gestação de Isabela, sua primogênita.
O receio de que ele não iria atender às suas vontades na hora do nascimento só foi confirmado quando Vani levou a ele seu plano de parto e ele se recusou a concordar. O documento é um termo assinado pela a mãe e pelo obstetra se comprometendo a algumas práticas de assistência humanizada, como respeito à posição preferida pela mãe, permanência de acompanhantes e cesárea só quando for estritamente necessária.
A Unicef disponibiliza em seu site uma ferramenta para você criar seu plano de parto com suas próprias preferências
Mesmo que o médico concorde com as suas escolhas, é preciso de atenção. ?Observe as reações às suas perguntas. Ele pode dizer uma coisa e fazer outra?, alerta Vani.
Se você também receia que seu filho nasça via cesárea sem necessidade, é possível consultar qual a proporção de partos deste tipo que o profissional faz. Segundo a resolução 368 da Agência Nacional de Saúde Suplementar, os planos de saúde são obrigados a divulgar a taxa dos médicos e dos hospitais. As cesáreas só são necessárias em cerca de 15% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Outra recomendação de Vani é que a família pergunte ao obstetra quantas mães ele está acompanhando com a data prevista de parto próxima à sua. ''Se forem muitas, você corre o risco de ele não estar disponível para seu parto''.
Quero trocar de obstetra! E agora?
Quando esse atendimento não passa confiança ou não atende às expectativas, assim como Vani, muitas mães decidem trocar de obstetra no meio do caminho. Entre os desabafos postados no fórum do Baby Center, há quem tenha optado por essa mudança no final da gestação. As queixas mais comuns são a falta de clareza dos profissionais, o fato de eles não pedirem determinados exames e a recusa em considerar a possibilidade de um parto normal.
O obstetra enfatiza: "trocar de médico é um direito de qualquer paciente". Para que essa mudança seja segura para a gestação, porém, ele reforça a necessidade de que, em cada consulta, o médico preencha os dados da gestante, do bebê e dos exames em um cartão de pré-natal. Assim, o próximo profissional ficará ciente de tudo que se passou desde as primeiras semanas.