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Ter filhos pode ser um momento de grande felicidade para as mães. Antes mesmo do nascimento do bebê, ocorre a construção de laços maternais tão fortes, que transcendem qualquer forma de amor já sentida. Entretanto, repetir a experiência da gravidez parece ter efeitos adversos para a saúde das mulheres: Segundo um estudo realizado pela Universidade de Cambridge, há uma relação entre ter muitos filhos e o aumento do risco de ataques cardíacos.
Os pesquisadores chegaram à seguinte conclusão: Mães com mais de cinco filhos, tinham chances 38% maiores de serem hospitalizadas por conta de um ataque cardíaco. Mulheres com mais de cinco filhos também apresentam um risco 29% maior de terem doenças cardiovasculares, 25% maior de terem um acidente vascular cerebral e 17% maior de terem insuficiência cardíaca.
As descobertas foram apresentadas durante a conferência "British Cardiovascular Society", em Manchester. Os dados ainda incluem a informação que mulheres que perderam um feto, por motivos como o aborto espontâneo, tem chances 60% maiores de desenvolverem doenças cardíacas do que mulheres que tiveram um ou dois filhos. Isto ocorre por conta dos problemas de saúde provenientes da perda de gravidez, de acordo com os autores do estudo.
A autora do estudo, Dra. Clare Oliver-Williams, diz que as informações sugerem que o risco de desenvolver problemas cardíacos aumenta a cada vez que a mulher engravida novamente.
Fatores de risco
O estudo não encontrou uma ligação direta entre problemas cardíacos e a natalidade, porém, fatores como o estresse de criar uma família grande, e subsequentemente, ter o tempo para cuidar de si mesma reduzido, potencializam os riscos. A pesquisa visa encorajar pais com muitos filhos a redobrarem a atenção na saúde cardíaca.
Como o estudo foi feito
A equipe analisou dados de 8.583 mulheres residentes dos Estados Unidos, com idades entre 45 e 64 anos de idade. A saúde das participantes foi monitorada por três décadas. Entre todas as participantes, 843 delas tiveram ataques cardíacos, 750 tiveram acidentes vasculares cerebrais e 1.352 foram diagnosticadas com doenças cardíacas crônicas durante o tempo da pesquisa.
Conclusões
"Não queremos causar um excesso de preocupação para as mães", diz Oliver-Williams, em entrevista ao Newsweek. "Ao invés disso, queremos que as pessoas tenham mais oportunidades para se atentar a saúde de maneira assertiva. Uma mulher de 40 anos, por exemplo, pode observar a quantidade de filhos que tem, e saber se terá maiores chances de acidentes cardiovasculares, e caso ela tenha, é possível se prevenir", conclui Oliver.