Médico graduado pela UFRJ, especialista em Medicina Preventiva e Social pelo IMS/UERJ, especialista em Amamentação pelo...
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Com a chegada do bebê, a mãe muitas vezes se esquece de cuidar de si mesma, especialmente durante a fase de amamentação. O grande problema é que a saúde dela desempenha um papel crucial no bem-estar do recém-nascido, já que nos primeiros meses de vida, eles dependem inteiramente do leite materno.
Embora não haja um consenso absoluto sobre o que comer ou evitar durante a amamentação, é sabido que alguns alimentos e bebidas podem causar desconforto na criança, levando a gases e cólicas.
Uma dica valiosa é que o que faz mal para mãe também costumam fazer mal para o bebê. Por isso, o ideal é ficar de olho não só nos sinais do corpo dele, mas também do seu.
Pode ajudar manter um diário alimentar para registrar as refeições e as reações de vocês dois, como gases, refluxo e prisão de ventre. Assim fica mais fácil identificar quais alimentos podem estar relacionados às cólicas.
Mantenha um diário alimentar para registrar as refeições e as reações do bebê, como gases, refluxo e prisão de ventre. Isso ajudará a identificar quais alimentos podem estar relacionados às cólicas e devem, portanto, ser evitados.
Alimentos que causam cólica no bebê
1. Leguminosas
As leguminosas são campeãs de reclamações no quesito cólicas. Afinal, o feijão, a ervilha e a soja têm uma tendência maior de fermentar no intestino e ela pode ser passada para o bebê pelo leite materno, causando gases intestinais, um dos maiores responsáveis pelas cólicas infantis.
2. Vegetais crucíferos
Vegetais da família das crucíferas, como o brócolis e o repolho, também entram para a lista dos causadores de gases intestinais, já que contêm enxofre em sua composição.
3. Chocolates e doces
Outro alimento para ficar de olho é o chocolate que, quando consumido em excesso, pode provocar dores e desconfortos abdominais nos bebês. Isso acontece por conta das proteínas do leite presentes no doce, que aumentam os movimentos do intestino e a produção de gases nas barrigas - das mães e dos filhos.
4. Leite de vaca
Como a proteína do leite de vaca é diferente da encontrada no leite materno, ela pode desencadear reações indesejadas no bebê. “Evite o consumo excessivo, especialmente se houver histórico de alergia à proteína do leite na família”, orienta o pediatra Marcus Renato de Carvalho, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em amamentação.
5. Carne Vermelha
Devido ao processo de digestão mais lento, a carne vermelha pode fermentar no intestino e agravar a formação de gases intestinais, assim como as leguminosas e os alimentos ultraprocessados.
Cuidados que fazem a diferença
Durante a amamentação, não é aconselhável fazer dietas restritivas, como alerta Marcus Renato de Carvalho: "Muitas vezes, as mães recebem uma lista de alimentos flatulentos, ou seja, que produzem gases, para deixar de consumi-los. Porém, é preciso lembrar que essas mulheres estão em um momento crítico, quando precisam de 500 calorias a mais por dia para a produção de leite".
O especialista recomenda uma alimentação rica em vitaminas, nutrientes e fibras, incluindo grãos integrais, frutas e verduras, mesmo que flatulentos. Alimentos ricos em proteínas, cálcio e ferro, como carnes magras, leite, queijos e ovos, também são essenciais.
Evite o consumo excessivo de gorduras saturadas, como frituras, manteigas e alimentos congelados, pois não fornecem os nutrientes necessários. O álcool deve ser consumido com moderação, pois pode afetar a nutrição do bebê. Se o consumo for inevitável, consulte seu pediatra para orientações.
Lembre-se que, ao longo da amamentação, é comum sentir mais fome, devido à maior demanda energética. Mantenha lanchinhos saudáveis, como abacate, sementes e castanhas, à disposição. Iogurte com frutas e torradas com queijo são opções práticas.
E se a cólica aparecer?
Mesmo com cuidados na alimentação materna, os bebês podem enfrentar cólicas devido a outros fatores, como a ingestão de ar durante o choro. Nestes casos, medicamentos específicos podem ser úteis. Consulte o pediatra para mais informações!