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iO Viagra é um remédio conhecido por ser facilitador de ereções para homens com disfunções eréteis. No entanto, pesquisadores do Centro Médico Acadêmico da Universidade de Amsterdã testavam o uso de uma versão genérica do medicamento em mulheres com dificuldades na gravidez. Eles acreditavam que o princípio ativo, a sildenafila, poderia melhorar o fluxo de sangue para a placenta e estimular o crescimento de bebês com desenvolvimento atrasado. Nos testes, 11 bebês morreram com complicações pulmonares, e a pesquisa foi interrompida.
A pesquisa era feita pela universidade holandesa, mas em parceria com outros hospitais. Entre os bebês de 93 mulheres grávidas que tomaram a sildenafila, 19 morreram. No entanto, a suspeita é que 11 dessas mortes estejam ligadas à sildenafila, pois aconteceram devido a um a alta pressão sanguínea nos pulmões. Viagra é, na verdade, o nome comercial da substância sildenafila.
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No grupo de controle, 90 mulheres tomaram placebo ao invés do medicamento. Entre esses bebês, nove morreram, mas nenhum por problemas pulmonares. Outros três nasceram com problemas nos pulmões, mas vivos.
A saúde das mulheres que participaram das pesquisas não mostrou sinais de que foi afetada. A fabricante do medicamento, Pfizer, não tinha relação com as pesquisas.
As informações são da agência alemã Deutsche Welle.
Bebês que crescem pouco
Há alguns fatores de risco que geram a restrição do crescimento fetal. De acordo com a ginecologista Barbara Murayama, a restrição do crescimento fetal, também chamada de restrição de crescimento intra-uterino (RCIU), é o termo usado para designar um feto que não atingiu seu potencial de crescimento devido a fatores genéticos ou ambientais. Pode ser causada por fatores fetais, placentários e/ou maternos.
Entre os fatores maternos, estão:
1. Redução do fluxo sanguíneo para o útero:
Distúrbios médicos maternos como, por exemplo, hipertensão, insuficiência renal, diabetes, doença vascular do colágeno, lúpus eritematoso sistêmico e síndrome antifosfolípide; e complicações obstétricas, como pré-eclâmpsia, diminuem a entrega de sangue satisfatória para o combo útero-placentária e resultam em RCF.
2. Ingestão calórica diminuída
A fome materna grave durante a gravidez pode ter grande impacto sobre o crescimento fetal.
3. Hipoxemia (menos oxigênio para os tecidos)
Quando a mãe tem alguma doença pulmonar, doença cardíaca e anemia severa, pode levar à redução do oxigênio estão associadas ao crescimento fetal diminuído.
4. Doenças hematológicas e imunológicas:
Doenças hematológicas, como anemia falciforme, podem causar trombose da placenta. Doenças auto-imunes podem causar inflamação crônica da placenta e isso pode causar subnutrição fetal e hipóxia.
5. Uso de drogas e tabagismo:
O tabagismo, o consumo de álcool e o uso de drogas ilícitas podem causar restrição do crescimento intrauterino, quer por um efeito tóxico direto ou indireto a partir de variáveis relacionadas, tais como alimentação inadequada. Fumar durante o terceiro trimestre parece ter maior impacto sobre o peso ao nascer.
6. Toxinas:
Substâncias tóxicas, incluindo vários medicamentos, tais como anticonvulsivantes e os antineoplásicos, podem produzir restrição do crescimento. Não está claro se a restrição de crescimento em mulheres hipertensas é apenas resultado da doença ou, em parte, um efeito colateral de medicamentos anti-hipertensivos.
7. Tecnologias de reprodução assistida:
Gravidez concebida por meio de tecnologias de reprodução assistida aumentam o risco de baixo peso fetal.
Em comunicado, a Pfizer afirmou que não está ou esteve envolvida em nenhum aspecto deste estudo e não financiou nem forneceu produtos para o mesmo. Os Investigadores do Centro Médico da Universidade de Amsterdã confirmaram que uma versão genérica de sildenafila foi utilizada no estudo e que nenhum dos participantes do ensaio clínico recebeu Viagra nem qualquer outro medicamento produzido pela Pfizer. Viagra é indicado para o tratamento da disfunção erétil em homens adultos (com 18 anos ou mais). A segurança e a eficácia de Viagra foram bem documentadas em mais de 130 estudos clínicos envolvendo cerca de 15.000 pacientes.