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Através de cenas intensas, trilhas sonoras sedutoras e uma atmosfera envolvente, a sétima arte pode nos inspirar a buscar uma maior sensualidade em nossos relacionamentos. A inventividade cinematográfica possibilita que saiamos de nossa zona de conforto, nos dando ideias criativas para aprimorar a eroticidade que reside dentro de nós.
Propositalmente, as obras a seguir trazem à tona desejos e fetiches ocultos em nossa personalidade, capturando os variados nuances do romance e da atração:
1. De olhos bem fechados (1999)
Dirigido por Stanley Kubrick, o longa conta a história de um casal, que após uma festa, conversam sobre suas fantasias e desejos. Entretanto, em meio ao diálogo, Alice (Nicole Kidman), revela a seu marido que já cogitou abandonar o casamento e a filha por conta de uma atração avassaladora que sentiu por outro homem.
Perturbado pela revelação da esposa, Bill (Tom Cruise), resolve andar pelas ruas de Nova York durante a madrugada, para refletir sobre o que lhe foi dito. Este é o momento em que o personagem embarca em uma odisseia sexual que confronta seus valores, medos e cobiças mais profundas.
A obra aborda temas como a repressão sexual, a traição e os disfarces sociais que adotamos diariamente para nos afastarmos de quem somos e o que realmente queremos. Entretanto, em meio à temas indigestos e incômodos que encostam em nossas feridas, o longa cede espaço à sensualidade, com cenas que permeiam o erótico e o bizarro.
Na época de seu lançamento, Tom Cruise e Nicole Kidman estavam casados, o que contribuiu para potencializar o clima hiper-sensual do filme, servindo até mesmo como ferramenta de marketing pela Warner Bros na época de seu lançamento.
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2. Azul é a cor mais quente (2013)
O longa metragem francês nos apresenta a história de Adèle, uma garota de 15 anos que apaixona-se por outra, chamada Emma. Por estar ainda na adolescência, ela precisa manter este amor em segredo, ao mesmo tempo em que está em constante conflito com sua família, que é conservadora.
O romance entre as duas personagens é apresentado de maneira crua, com cenas de sexo que entregam nudez frontal e sequências sem cortes que potencializam o poder sensual do longa.
Mas não se engane, estes elementos não são acrescentados no roteiro por um viés apelativo. Na verdade, as características "quentes" do filme contribuem para uma realidade genuína que nos acorrenta à história, fazendo com que nos sintamos ao lado das atrizes nos momentos mais íntimos.
3. Plata Quemada (2000)
"Intensamente erótico". Foi desta forma que o New York Times descreveu o romance policial gay em sua época de lançamento. A obra conta a história de Nene e Angel, dois criminosos que roubam o dinheiro de um caminhão que transporta uma grande quantidade de dinheiro. Após o feito, eles precisam se esconder em um apartamento, enquanto aguardam documentos falsificados que irão possibilitar a saída deles do país.
Entretanto, a demora para que isto aconteça faz com que eles convivam um grande tempo a sós, o que intensifica tensões pré-existentes no relacionamento. A tensão sexual entre o casal associada ao risco iminente de serem capturados pelas autoridades faz com que o longa transite entre a sensualidade e a ameaça de modo enérgico.
4. Closer (2004)
Dirigido por Mike Nichols, responsável por clássicos como "A primeira noite de um homem", o longa apresenta a história de Anna (Julia Roberts), que trabalha como fotógrafa. Ela divorcia-se de seu marido, e passa a flertar com um romancista chamado Dan. Entretanto, o "affair" não se transforma em um relacionamento sério, e Anna acaba se casando com outro homem.
Mesmo após o casamento, Anna continua nutrindo um romance com Dan, que inicia um relacionamento com uma stripper apenas para causar ciúmes e reconquistar a fotógrafa. O filme flerta com as decepções que o amor traz, ao mesmo tempo em que retrata o poder que a sedução exerce sobre os rumos de nossa vida, trazendo as mais variadas consequências.
5. Ata-me (1989)
O filme é dirigido por Pedro Almodóvar, um dos ícones do cinema latino. Na história, Ricky (Antonio Banderas), recebe alta de um hospital psiquiátrico, e pouco tempo depois sequestra uma ex-atriz pornô chamada Marina Osorio (Victoria Abril) que havia conhecido no passado.
Presa em seu próprio apartamento, Ricky informa Marina que ela só será solta se aprender a amá-lo. Em momentos cômicos e satíricos, e em outros obscuro, o filme pode ser interpretado como uma metáfora aos relacionamentos que nos agridem internamente, e que mesmo assim, permanecemos neles.
Assim como na vida real, o sexo no longa funciona como mediador nos momentos mais extremos, o que afirma o papel das relações sexuais como agente primordial e às vezes dominante nas relações.
6. E sua mãe também (2001)
Realizado pelo mexicano Alfonso Cuarón, diretor vencedor de dois Oscars, o longa acompanha as experiências de dois garotos adolescentes e uma mulher que embarcam em uma viagem pela estrada.
Durante esta viagem, eles descobrem e ressignificam suas sexualidades, ao mesmo tempo em que amadurecem amorosamente. A fotografia acoplada às paisagens mexicanas potencializam a sensação "ensolarada" do filme, que se conecta harmonicamente com o clima de sensualidade da obra.
7. A bela da tarde (1967)
Provocante e melancólico, "A bela da tarde" retrata a vida de uma dona de casa que vive uma vida entediante e sexualmente insatisfatória com seu marido. Para escapar da monotonia, ela decide passar suas tardes em um bordel, se tornando uma prostituta.
A escolha extremista da personagem nos faz refletir sobre o quanto uma vida sexualmente insatisfatória pode levar a lugares obscuros de nossa personalidade, ao mesmo tempo em que coloca em situações de fragilidade emocional.
A eroticidade eletrizante da história acompanha a sufocante narrativa de Sèverine, que busca a felicidade no prazer e nas fantasias.
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