Redatora especialista na cobertura das editorias de saúde, alimentação, fitness e bem-estar.
Correr pela primeira vez me soou como um grande e até apavorante desafio. Às vezes eu até arriscava uma velocidade mais alta na esteira da academia, mas logo depois de 3 minutos correndo já ficava cansada e sem ar. Explico. Apesar de já ter praticado algumas atividades físicas (como natação, futsal, balé e musculação), nunca tive muito fôlego. Tenho rinite, sinusite e vários "ites", o que faz com que eu respire bastante pela boca e, consequentemente, canse fácil com exercícios aeróbicos.
Logo o primeiro pensamento que me correu à mente quando aceitei o desafio foi: "eu não tenho fôlego, como vou conseguir correr por 1h30?!". Por incrível que pareça, aceitar esse desafio me trouxe algumas surpresas. A primeira é que não apenas eu, mas muita gente também tem dúvidas de como começar a correr. Isso porque, em uma enquete publicada no Instagram do Minha Vida (@minhavidaoficial), nossos seguidores apontaram quais modalidades esportivas tinham vontade de conhecer e a corrida foi uma que se destacou.
A segunda grata surpresa foi descobrir que um treino de corrida de 1h30 poderia ser muito mais prazeroso do que eu tinha imaginado. A experiência ainda possibilitou que eu me livrasse de alguns achismos que eu tinha a respeito.
Participei de uma aula de corrida junto à Run&Fun Assessoria Esportiva no Parque do Povo, São Paulo. Apesar do encontro e alongamentos serem em grupo, a prática é individualizada: cada pessoa tem seu próprio tempo, exercícios e distâncias a serem percorridas conforme seus objetivos. Isso garante uma prática personalizada e acessível aos mais diferentes perfis de corredores - e fez com que eu me sentisse bem mais confortável.
O treino começou pontualmente às 6h30. O professor Marcus Vinicius se apresentou a mim e reuniu o grupo para um alongamento inicial. Depois, cada pessoa iniciou seu treino. Cada corredor tem uma planilha com o tipo de treino a ser realizado, conforme a meta a ser alcançada. Algumas pessoas objetivam emagrecer, enquanto outras pretendem apostar em corridas nacionais e as demais almejam competir em maratonas no Chile, por exemplo. Algumas exigem maior cuidado com articulações, enquanto outras podem ter uma prática mais intensa. Este método foca, portanto, nas potências individuais dos mais diversificados alunos.
Para mim, este método se encaixou como uma luva. Achei que, ao chegar, já teria de sair correndo, acompanhando o ritmo do grupo; que iria desistir no meio do treino. Meros enganos (ainda bem!). Tive um treino focado em meu condicionamento, sensações durante a prática e medição da pressão arterial (feita pelo professor), o que fez com que eu entendesse e respeitasse os limites do meu próprio corpo.
Sequência de treino de corrida
- Alongamento de membros inferiores
- Caminhada em ritmo habitual por 500m
- Caminhada em ritmo acelerado por 1 km
- Intercalar caminhada em ritmo acelerado por 3 minutos com trote lento por 1 minuto em 500m (2 voltas)
- Intercalar caminhada em ritmo acelerado por 3 minutos com trote mais acelerado/corrida por 2 minutos em 1 km (3 voltas)
- Caminhada em ritmo habitual por 500m
- Alongamento de membros inferiores
Para iniciar, como comentei acima, fizemos alongamento em grupo - somente de membros inferiores. Então, fiz um aquecimento caminhando em ritmo habitual pelo menor percurso do parque. O percurso foi dobrado e a caminhada foi trocada por passos mais rápidos.
Após isso, o treino consistiu em intercalar minutos de caminhada rápida com trotes - e, quando dei por mim, acelerei e a caminhada rápida se transformava em corrida. Meu corpo foi se adaptando ao ritmo, ao ambiente, ao prazer em se exercitar e começou a correr.
A parte dos trotes foi a mais difícil. Apesar de simples, é uma atividade cansativa: você percorre uma menor distância se movimentando bastante. Fui constantemente ultrapassada por demais corredores durante os galopes, mas mentalizava o conselho do professor Marcus de me ater ao meu ritmo.
A concentração em mim mesma foi também facilitada pelo ambiente. Além do espaço arborizado e arejado, eu me desafiava em passar novamente por um objeto específico, que no caso era uma estátua. A sensação de desafio me motivava a continuar, a prestar atenção em minha respiração, em confiar de que eu era capaz em fazer mais uma volta.
No dia seguinte, senti os músculos das pernas puxando quando fazia movimentos como subir e descer escadas. Mas nada preocupante ou doloroso - pelo contrário, uma sensação comum quando praticamos uma nova modalidade ou uma nova intensidade de treino. Contudo, senti-me realizada com a prática, com a impagável sensação de conquista pessoal, o que me fez procurar por mais informações para prosseguir com as aulas.
Foi uma experiência muito gratificante! Portanto, se você deseja iniciar na corrida, minha dica é: se joga! É uma atividade muito satisfatória, ao ar livre, em que você terá maior autoconhecimento do seu corpo e qualidade de vida. Se você ficou curioso e quer saber ainda mais sobre cuidados e benefícios da corrida, clique aqui.