Andressa Bortolasso, autora de Sintonia de Mãe, publicado pela Luz da Serra Editora, é odontopediatra, especialista em a...
iDepois que o bebê nasce, ficamos totalmente em função dos cuidados com nosso pequeno. Afinal, o bebê precisa desse contato. Por mais que a gente tenha ajuda, há muitas coisas que só são resolvidas com a mãe, como amamentar, por exemplo. Assim, nos dedicamos integralmente à função mãe. E isso é bom para a gente também!
Apesar de ser cansativo, é também prazeroso! Ter esse período para "lamber" nossa cria parece que reforça nosso papel de mãe e nos ajuda a começar a entender um pouco mais de quem nos tornamos após a maternidade. Nossos valores e prioridades mudam tão rapidamente quanto nossa rotina de vida após o parto.
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Nesse momento, muitas de nós nem se importam com a vida social, rotina de atividades físicas, e trabalho. O que importa é nosso pequeno tesouro estar bem, mamando bem e crescendo saudável.
Porém, em algum momento, mais cedo para algumas e mais tarde para outras, sentimos aquela necessidade de sairmos da "bolha da maternidade" e ver como ficou o mundo que deixamos aí fora.
Começa então a vontade de se arrumar mais, cortar o cabelo, fazer as unhas e resgatar pelo menos um pouco da mulher que éramos antes de nos tornarmos mães. Nesse momento, já percebemos que o bebê já pode ficar longe de nós e que ele vai ficar bem!
Se você já atingiu essa fase, preparei algumas dicas para as primeiras saídas sem o bebê que pode ter ajudar a ficar em paz
A importância de sair sem o bebê
Dedicar 100% do seu tempo para o bebê parece bom, mas não é bem assim! Pode chegar um momento que isso te dê uma estafa de exaustão. Porque essa dedicação será por longa data. E não é tão bom você deixar de se cuidar, deixar até mesmo suas necessidades físicas, suas vontades e desejos só porque se tornou mãe.
Na verdade, eu percebo que nenhuma mulher aguenta isso por muito tempo. Uma hora, a panela de pressão explode. Você precisa estar bem para cuidar de alguém!
Por esse motivo, eu sempre falo às mamães que eu acompanho para escolherem uma coisa de que gostam muito e que elas faziam antes do bebê nascer e se organizarem para fazer isso. E para isso, precisamos pedir ajuda, acionar nossa rede de apoio, assim como eu ensino no meu livro Sintonia de Mãe (Luz da Serra Editora).
Quando meu segundo filho, Pedro, tinha por volta de 30 dias, eu tinha o Felipe com 2 aninhos e entrei em uma crise de exaustão de quem não aguentava mais. Andava me arrastando pelas paredes de casa e meu corpo todo doía! E o pior: mesmo quando eu tinha as raras oportunidades de dormir e descansar um pouco, não conseguia relaxar.
Um dia, me deu um estalo: deixei as crianças na casa da minha sogra e marquei uma sessão de massagem relaxante e Reiki em uma clínica na rua da casa dela. Aquilo para mim foi libertador! Depois disso, combinei com minha sogra que toda sexta-feira faria isso e ela topou!
Mesmo com criança pequena é possível você estabelecer estratégias para continuar a realizar suas atividades. Isso nos dá a sensação de liberdade e cuidar torna-se mais prazeroso quando não é puramente obrigação.
É bom também dedicar algum tempo à sua relação como casal. Mesmo que o assunto durante um jantar romântico seja o bebê de vocês, estarem juntos fortalece a relação e a cumplicidade, escapar para um encontro a dois é saudável para a relação.
Quando deve acontecer a primeira saída?
Isso vai variar da vontade e disponibilidade de cada mãe. O importante é que você programe que as primeiras saídas sejam mais rápidas, de preferência no intervalo entre os cuidados com o bebê.
Especialmente para a mãe que amamenta, no intervalo entre as mamadas. E é sempre bom deixar um estoquezinho de leite materno congelado para que a pessoa que estiver cuidado do bebê tenha o que ofertar, em caso de alguma necessidade. É importante também que esse leite seja ofertado no copo ou colher dosadora, para não atrapalhar a amamentação.
Depois que você, seu bebê e a cuidadora já se acostumaram com essas saidinhas rápidas, você pode ir aumentando gradativamente o tempo de ausência, deixando sempre um contato fácil com você para o caso de alguma emergência.
Quando você estiver realmente conseguindo se desligar da preocupação e já tem a segurança que seu bebê ficará bem, já pode até arriscar passeios mais longos e até viagens.
Tanto para as saídas rápidas como as mais longas, o mais importante é deixar o bebê sob a responsabilidade de alguém de muita confiança e que já conheça a rotina e o jeitinho do seu bebê. Não basta a pessoa ter experiência com crianças, ela deve conhecer o seu bebê, pois cada criança é única. Por isso, é bom achar alguém com antecedência, para que possam ficar juntas por um tempo.
Agora, é só curtir e relaxar! Seja em uma saída sozinha, um encontro com você mesma, com as amigas para um café, com seu companheiro ou companheira para um jantar romântico ou para uma viagem de negócios ou à passeio, o importante é você estar em paz e de forma alguma se sentir culpada! Afinal, o bebê precisa de uma mamãe feliz!