Bacharelado em Educação Física pela Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, instituição onde t...
iAo longo do tempo, a musculação foi uma das poucas modalidades de treinamento que podíamos considerar como atemporais. Novas modalidades vêm e vão e a musculação sempre está lá. Qual seria esse segredo para ser a única atividade com aparente imortalidade?
Uma análise séria, fria e profissional nos leva a tentar entender um pouquinho de seus princípios. E dentre vários deles, o princípio que mais se destaca em relação a outras modalidades é a possibilidade de um trabalho com intensidades mais altas devido à utilização de cargas e máquinas que permitem fazermos força em intensidades acima das outras modalidades.
Revolução
No entanto, entramos agora em uma nova fase da atividade física, onde os serviços e produtos começam a ganhar um aspecto mais inteligente em sua elaboração, que é a ideia de buscar no mercado informações, ideias e interesses para que sejam projetados e desenhados de maneira a atingir um maior número de pessoas.
O mercado vem dizendo por décadas que, apesar de saber e entender que a musculação tem um potencial de resultados mais amplo, ela tem um aspecto que muitas pessoas referem como ponto fraco: acham "chata". Entendendo um pouquinho mais dos aspectos psicossociais do ser humano, essa "chatice" aparentemente está relacionada, primeiramente, com a "solidão" do treino; afinal, as pessoas precisam passar ali algum tempo fazendo algo que não gostam e sozinhas; e o segundo ponto se refere aos estilos de treino e métodos utilizados, bastante quadrados, repetitivos e sistemáticos, o que torna a atividade mentalmente cansativa.
Treinos em dupla
Pensando em solucionar essa questão, começam a surgir as aulas que buscam alcançar resultados iguais ou ao menos parecidos aos da musculação. E para que isso aconteça, temos que buscar adicionar às aulas o aspecto positivo da musculação em termos de intensidade, mas sem incluir os negativos, da solidão e dos métodos muito sistematizados.
Como nas aulas não temos as máquinas, precisamos pensar em como subir as intensidades, por exemplo, em termos de cargas. Uma estratégia interessante é o trabalho em duplas, em que alternam-se as execuções entre as pessoas, com o parceiro aumentando ou exercendo a resistência para quem está fazendo, como se faz na modalidade Toning (tonificação muscular). Essa estratégia permite a transformação de uma aula na sala de ginástica, com praticamente nenhum peso, em um verdadeiro treino de musculação.
Os princípios são os mesmos no que diz respeito à execução:
- Uma série com intensidade e curta duração sendo feita por uma das pessoas
- Seguida de um intervalo de descanso para o músculo repor a energia enquanto seu parceiro faz a série e você faz a resistência para ele
Treinos em grupo
Adicionado a isso, temos o princípio do treino em formato coletivo, em uma sala com várias pessoas e ainda um parceiro de treino te ajudando. Ou seja, com muito mais interação e ainda a enorme possibilidade de variações de exercícios, pois agora não temos a limitação dos movimentos que a máquina faz; e, sim, os movimentos que um corpo é capaz de fazer.
E fica a dica que vale tanto para o treino da musculação como das aulas: o resultado está relacionado com seu empenho e capacidade de treinar com intensidades de força, próximos do limite de sua musculatura. Ou seja, é super importante que você tenha isso em mente e não se autossabote com intensidades muito abaixo de sua capacidade muscular, pois, se fizer assim, nenhuma modalidade será capaz de gerar os resultados que você espera.
Abraços e até a próxima!