Iiiixxxiii acho que a minha bolsa estourou! E agora? Vários questionamentos, dúvidas e incertezas surgem a partir do momento em que a gestante percebe que "talvez" a bolsa tenha rompido! Será mesmo? Assim, começam as buscas incessantes no Google, mensagens enviadas no WhatsApp para as amigas gestantes ou a mãe.
A realidade e que a maioria das mulheres se desespera, o marido sai correndo com todas as malas possíveis e TODO MUNDO corre apavorado para a maternidade. Igual cena de filme antiga. Digo antiga, mas vocês sabem que ainda continua a ocorrer esta cena. Depois que vocês lerem esse texto vocês vão agir como cena de filme tecnológico do futuro em que uma mulher empoderada, informada e que sabe o que está acontecendo com o seu corpo e o seu bebê calmamente realiza as devidas decisões.
Como eu sei se realmente a bolsa rompeu?
Se você acha que a sua bolsa rompeu, a primeira coisa que você deve fazer é não entrar em pânico e manter a calma, pois é um evento normal! Olhe para o relógio e anote o horário que você acha que a sua bolsa rompeu (muito importante, pois é necessário iniciar o antibiótico depois de 24 horas do processo). Depois, vá ao banheiro e cheque:
- Sua calcinha está muiiiiiitooooo molhada ao ponto de você ter que trocá-la?
- O corrimento tem cheiro forte de água sanitária ou esperma?
- A cor desse líquido é um verde-escuro?
Se todas as suas respostas forem NÃO ou você ainda continua com dúvidas, coloque um absorvente e comece a avaliar essa perda líquida por algumas horas.
Se realmente a sua bolsa rompeu, você vai trocar esse absorvente pelo menos umas duas vezes e com o decorrer do tempo o cheiro forte de água sanitária ou esperma começa a ser notado, podendo até vazar pelas suas pernas.
Saiba mais: O que levar para a maternidade?
Muitas mulheres acham que a bolsa rompeu mais para o final da gestação pois a vagina começa a ficar mais "úmida". Isso acontece por consequência do aumento da produção de corrimento vaginal ou por pequenas perdas de urina devido a compressão da cabeça do feto e do seu peso sobre a sua bexiga.
Durante essas horas que você está analisando o seu absorvente, se você apresentar um líquido esverdeado escuro (que é o famoso mecônio - primeiras fezes do bebê) e febre se dirija para a maternidade, ok?
A bolsa rompeu! O que devo fazer?
As pesquisas mostram que 45% das mulheres entram em trabalho de parto naturalmente após 12 horas de bolsa rota, 76,5% até 24 horas após a bolsa ter rompido e 90% em 48 horas.
Os estudos revelam ainda que, se a mulher está sob cuidado apropriado, estando gestante e feto sem sinais de infecção, não aumenta o risco de morte para os bebês esperar o trabalho de parto se iniciar naturalmente até 48 ou 72 horas depois que a bolsa rompeu. Entretanto, as gestantes devem se enquadrar dentro dos critérios de baixo risco para infecção, que incluem:
- Acima de 37 semanas de gestação e gestação não gemelar
- Líquido amniótico claro (sem mecônio)
- Sem nenhum foco de infecção, incluindo ser GBS negativo (bactéria Streptocus)
- Sem febre
- Frequência cardíaca fetal normal (110-160)
- Evitar ao máximo o exame vaginal
Se você se enquadra dentro dos critérios, após ter sido avaliada pela enfermeira obstetra ou médico obstetra e ter sido confirmado a ruptura de membrana ovulares, as pesquisam mostram que você pode voltar para o conforto da sua casa e esperar iniciar o trabalho de parto naturalmente até 24 horas de bolsa rota.
Depois desse período você pode ir para a maternidade para dar início à administração de antibióticos para precaução de infecção perinatal.
Por que a bolsa rompe sem eu estar em trabalho de parto?
As pesquisas relatam que em 8 a 10% das gestações a bolsa se romperá antes do início do trabalho de parto. Chamamos esse incidente de Rotura Prematura das Membranas Ovulares (RPMO). Em alguns casos, essa rotura ocorre normalmente porque essas membranas são "programadas" para enfraquecerem durante o processo de trabalho de parto. Isso acontece devido à ação de enzimas proteolíticas que fazem com que as membranas percam colágeno, criando assim pontos fracos na bolsa perto do colo do útero. Com a ajuda da pressão que a cabeça do bebê realiza, ocorre um processo inflamatório que leva à ruptura da bolsa.
A ruptura pode ocorrer naturalmente ou por motivos patológicos, como infecção de urina não tratada, contaminação vaginal por bactérias e fungos. É o caso daqueles famosos corrimentos vaginais fétidos, esverdeados e que provocam uma coceira danada, sabe? A ruptura também pode acontecer após repetidos exames de toque vaginal, que não são recomendados durante o pré-natal, e altas concentrações de vitamina C vindos de suplementação vitamínica.
Layara Ávila é Enfermeira Obstetra e consultora clínica online no aplicativo Canguru gravidez e Stork baby