Se você tem avós, provavelmente já recebeu algum conselho deles, ou os escutou contando alguma história de suas vidas. Esses momentos, apesar de serem cotidianos, são demonstrativos do quanto os mais velhos trazem riquezas emocionais para as nossas trajetórias.
Seja compartilhando suas experiências de vida ou nos alegrando com suas personalidades únicas, os avós estão constantemente sendo um porto seguro para seus netos, os estimulando a observar os detalhes do dia a dia com carinho. É nas entrelinhas que se escondem as lições mais valiosas.
No dia 26 de julho, é celebrado o Dia dos Avós. Para comemorar o dia deles, separamos cinco fatos científicos sobre os avós, que ressaltam a importância deles e oferecem caminhos para aproveitarmos o maior tempo possível com aqueles que amamos. Veja a seguir:
1. Avós que cuidam dos netos vivem mais
Um estudo feito na Alemanha mostrou que avós que cuidam de crianças têm mais longevidade, podendo viver até dez anos a mais do que aqueles que não participam da rotina de seus netos.
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores analisaram a vida de 500 pessoas, entre 73 e 103 anos de idade, que foram acompanhadas pelo Estudo de Envelhecimento de Berlin por quase duas décadas. Idosos que possuíam a custódia das crianças e eram os principais responsáveis por elas não foram incluídos no experimento. O intuito era apenas focar naqueles que serviam como um suporte aos pais.
Ao final do estudo, foi descoberto que conviver com os netos reduzia o risco de mortalidade em 37%. Metade do grupo dos avós presentes viveu por dez anos depois do início da pesquisa. Contudo, no grupo oposto, cerca de 50% deles só chegou a sobreviver mais 5 anos.
2. Ter vínculo com os avós traz felicidade
Manter um relacionamento com nossos avós sempre rende momentos de felicidade. Nós aprendemos com suas experiências e nos sentimos acolhidos. Mas os benefícios não param por aí: Segundo uma pesquisa feita pelo Boston College, a presença dos avós na vida das crianças pode ajudar a reduzir os sintomas de depressão em ambos, potencializando os níveis de felicidade.
O estudo foi realizado com mais de 370 avós e 356 netos adultos, que foram acompanhados durante 19 anos. Segundo os pesquisadores, os laços entre idosos e jovens têm se fortalecido ao longo dos anos, pois a expectativa de vida aumentou.
Como resultado, as pessoas criam fortes conexões emocionais, que trazem benefícios para a saúde mental. Os pesquisadores dizem que quando os avós contam histórias para os netos, todos saem ganhando: Os mais velhos fortalecem o vínculo com o passado, e as crianças ganham ensinamentos que se refletem na vida adulta. Tudo isso traz mais alegria para o dia a dia.
3. Idosos felizes vivem mais
Devemos nos preocupar com nosso bem-estar em todas as fases da vida, especialmente na terceira idade. Quando cultivamos nossa felicidade fazendo coisas que amamos, aumentamos nossa autoestima, e nos sentimos mais motivados para encarar o dia a dia.
Segundo um estudo da Oxford Academic, manter essa alegria na rotina pode nos fazer viver mais. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 4.478 idosos (maiores de 60 anos) de Cingapura. Aqueles que apresentavam maior felicidade tinham menores chances de morrer de qualquer causa.
O experimento foi feito analisando dois indicadores de bem estar entre estes idosos. Um deles era uma pontuação de felicidade, variando de 0 a 6, e o outro consistia em uma classificação entre feliz e triste. Depois, os pesquisadores também coletaram dados de mortalidade destes mesmos idosos que faleceram até 31 de dezembro de 2015.
Cada ponto adicional na nota de felicidade de um idoso implicava em uma probabilidade 9% menor de morrer.
4. Dançar na terceira idade traz importantes benefícios
É difícil não gostar de dançar. A prática traz diversos benefícios físicos e emocionais, além de garantir momentos de diversão. De acordo com uma pesquisa feita pelo setor de Gerontologia da Universidade de Campinas (Unicamp), os idosos que trazem a dança para suas rotinas podem sentir melhorias na memória e concentração.
Os pesquisadores dizem que isso acontece porque dançar exige que façamos um maior esforço para memorizar a sequência de passos, o que estimula áreas cerebrais responsáveis por nossa força, agilidade, equilíbrio e flexibilidade. Com isso, sentimos uma grande melhoria em nossos níveis de atenção.
A descoberta é um lembrete de que a saúde dos idosos depende de fatores práticos, e não apenas de investimento em saúde. Por isso, adotar algumas medidas simples podem garantir um envelhecimento mais saudável e feliz.
5. É possível se sentir jovem na terceira idade
Um estudo publicado no Eurekalert revelou que, para nos sentirmos mais jovens, devemos aumentar o controle sobre nossas vidas. De acordo com os pesquisadores, estar no comando de nossas tarefas no dia a dia, mesmo que elas sejam simples, potencializa a autoestima e a sensação de empoderamento.
Os cientistas entrevistaram 116 idosos (de 60 a 90 anos) e 107 jovens adultos (de 18 a 36 anos). Eles precisaram revelar quais eram os estresses de suas rotinas e se acreditavam ser saudáveis, além de avaliarem a quantidade de controle que tinham sobre o dia a dia e se sentiam-se jovens ou velhos.
Os resultados mostraram que, por mais que alguns idosos fossem estressados, ou não se considerassem saudáveis, estar no controle da própria vida continuava a fazê-los se sentir mais jovens, e consequentemente, mais confiantes para lidar com os desafios da rotina.