Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
É difícil descrever o que é ser pai. Existem diversas verdades e regras sobre a maternidade. Mas, quando o assunto são os homens, as cobranças tendem a ser menos intensas. Por isso, no dia dos pais, é necessário que as figuras paternas reflitam sobre suas funções, e consigam transcender algumas normas sociais para exercerem seus papéis com afetividade e igualdade.
O segundo domingo de agosto é uma celebração aos pais, mas também um lembrete de que devemos, dia após dia, quebrar construções culturais e sermos mais do que esperam de nós.
Portanto, separamos seis fatos científicos que ressaltam a importância do homem, mas que também nos relembram o valor de darmos passos diários em direção a evolução paternal. Veja a seguir:
1. Mulheres preferem homens que colocam a família em primeiro lugar
Quando um casal inicia uma família, o apoio mútuo é essencial. E de acordo com um estudo divulgado pelo Business Insider, as mulheres sentem-se muito mais atraídas por homens que colocam os filhos a frente de suas carreiras.
Isso acontece porque os parceiros que priorizam a família passam a sensação de confiança, por serem pessoas que se engajam em planos a longo prazo.
Para descobrir isso, os cientistas entrevistaram 87 mulheres heterossexuais, e as questionaram sobre quais traços eram os mais importantes para elas na hora de avaliar a qualidade de uma relação.
2. Bebês que puxam ao pai são mais saudáveis
Pouco tempo depois do nascimento do bebê, a família entra em inúmeras discussões para decidir se o pequeno é mais parecido com o pai ou a mãe. Porém, a semelhança com os pais não é apenas uma questão de personalidade.
De acordo com um estudo, crianças que nascem parecidas com os pais tendem a ter uma saúde melhor do que a média. Isso acontece porque os homens investem mais tempo e cuidado na relação paternal quando enxergam semelhanças nos filhos.
Para chegar a esse resultado, os pesquisadores analisaram 715 famílias de pais separados com filhos nascidos entre 1998 e 2000. Cinco entrevistas foram feitas com as mães (com quem eles moravam) e também com os homens: uma quando os bebês ainda eram recém nascidos e as outras ao longo de um ano.
3. Pais podem ajudar filhas a superar solidão
A solidão é um sentimento que faz parte da vida, e não atinge só os adultos. Às vezes, traços de personalidade, bullying ou até problemas emocionais fazem com que as crianças se sintam muito sozinhas. E segundo um estudo, os pais podem amenizar essa sensação.
A pesquisa acompanhou 695 famílias e fez questionários quando a criança estava na 1ª, 3ª, 4ª e 5ª séries. Eles perguntavam aos pais e mães sobre o quanto seus filhos eram solitários e como eram suas relações. Enquanto isso, perguntou às crianças sobre quanto elas se sentiam sozinhas.
Os pesquisadores da Universidade do estado de Ohio descobriram que, quanto menor era a proximidade entre o pai e a filha, maior era a chance de ela se sentir sozinha ao longo do tempo. O efeito não aconteceu para os filhos meninos.
4. Contato pele a pele com o bebê traz benefícios para os homens
Existem diversos estudos que comprovam os benefícios do contato pele a pele das mães com o bebê. O que talvez muitos não saibam, é que a prática também traz vantagens aos pais.
Segundo dados divulgados pelo ScienceDaily, homens que seguram os filhos em seus braços têm os níveis de cortisol aumentados, o que potencializa a probabilidade deles serem pais carinhosos que brincam com os pequenos em seus primeiros meses de vida.
Para comprovar a teoria, os participantes do estudo tiveram amostras de saliva coletadas assim que seus filhos tinham nascido, para mensurar a quantidade do hormônio no organismo.
Os resultados mostraram que além do cortisol aumentado, os pais que fizeram contato pele a pele também tiveram mais dopamina e ocitocina liberadas no cérebro, que são os hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar.
Com isso, os pais associam uma sensação positiva ao fato de interagirem com os bebês, o que instiga seus instintos parentais mais cedo.
5. Homens estão mais sujeitos a depressão após nascimento dos filhos
Existem diversos fatores de risco para que as pessoas desenvolvam depressão. E de acordo com um estudo feito pelo Medical Research Council, em Londres, as chances dos homens terem depressão torna-se 50% maior no primeiro ano de vida dos filhos.
De acordo com os autores do estudo, o aumento nos casos de depressão não é surpreendente e acontece devido a vários motivos como a mudança drástica na rotina do casal pela falta de experiência em lidar com crianças, o aumento da responsabilidade que um filho traz, falta de sono e a diminuição da intimidade com a parceira.
Para os pais mais jovens, a situação é ainda mais agravante, já que a falta de experiência em lidar com um bebê gera insegurança.
Além disso, tanto o pai quanto a mãe sentem um grande impacto em suas vidas sociais, já que não podem mais interagir com os amigos como antes.
6. Licença paternidade aumenta a produtividade
Atualmente, a licença paternidade tem duração de cinco dias. Mas de acordo com um levantamento feito pela Talenses, empresa brasileira especializada em pesquisas no setor executivo, o essencial seria um afastamento de 20 dias nas funções profissionais.
As empresas que adotaram essa medida perceberam que os pais afastados voltaram muito mais produtivos e focados. Porém, a maioria dos ambientes de trabalho não adotam essa medida, pois têm medo que o efeito seja negativo.
Os dados apontam ainda que os 20 dias em casa com o bebê geram 44,8% menos desigualdade de gêneros, 20,7% de retenção de talentos e 13,8% de aumento da produtividade no retorno para o trabalho.
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