Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1989), mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) pela Univ...
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Estima-se que, aproximadamente, 15% das adolescentes têm endometriose, segundo estudos internacionais. A prevalência da doença cresce de acordo com o avançar da idade. No entanto, em casos menos frequentes, devido a malformações uterinas que obstruem o fluxo do sangue para fora do organismo, a enfermidade pode surgir até mesmo em mulheres que nunca menstruaram.
Embora a maioria dos casos seja leve, os registros de endometriose profunda em adolescentes têm crescido. Uma das hipóteses tem a ver com os poluentes ambientais.
Filhas de mulheres com endometriose têm mais chance de ter a doença, portanto precisam de atenção redobrada.
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Sintomas de endometriose na adolescência
O principal sinal da endometriose em adolescentes é a cólica menstrual, que costuma ser mais frequente e geralmente muito intensa: 70% das adolescentes com dores resistentes a analgésicos comuns apresentam o diagnóstico da doença, confirmado pelo exame de laparoscopia.
Dores fora do ciclo menstrual também podem ocorrer. Já o incômodo durante as relações sexuais e a infertilidade, comuns em mulheres com um pouco mais de idade, são menos frequentes. Sobre a dificuldade de engravidar, é importante fazer a ressalva de que a maioria das jovens não tenta ter filhos nessa fase da vida - mas este também pode ser um sinal a se considerar.
Como diagnosticar endometriose
Apesar de a endometriose ser definitivamente confirmada apenas após biopsia na cirurgia, o médico pode ter um forte diagnóstico clínico a partir do relato da paciente e de um exame ginecológico cuidadoso.
Caso o profissional ache necessário, ele também pode recorrer a outros recursos, a exemplo de exames de imagem com preparo especializado, em particular a ressonância magnética.
A dosagem do marcador CA-125 no sangue durante o período menstrual é outro recurso, mas ele só ajuda se os níveis estiverem elevados. Valores normais, no entanto, não afastam a doença.
Descobrir a endometriose precocemente é fundamental para evitar o agravamento do quadro, não só no que diz respeito à intensidade das dores, como para não comprometer órgãos próximos aos focos da doença.
Apesar disso, o tempo médio até a detecção pode chegar a 10 anos, não somente no Brasil, mas também no restante do mundo. Daí muitas adolescentes sofrerem com os sintomas sem saber que estão com a doença - que costuma ser tratada já na idade adulta.
Os sintomas, por serem comuns aos de outros problemas de saúde, contribuem para a demora do diagnóstico. Além disso, a cultura de que cólicas são normais e a não valorização das queixas apresentadas nos consultórios também atrapalham na descoberta precoce da doença.
Tratamento para endometriose
A conduta inicial em adolescentes, na maior parte das vezes, é a prescrição de pílula anticoncepcional de uso contínuo, para interromper a menstruação, e de analgésicos comuns.
Caso não sejam suficientes, são indicadas a videolaparoscopia ou a cirurgia robótica. Ambos os procedimentos são minimamente invasivos, bastante eficazes e seguros. A videolaparoscopia, muito usada para o diagnóstico, hoje é a mais usada no tratamento de endometriose.
Os exercícios físicos também ajudam a liberar substâncias que reduzem a dor, como a beta-endorfina. Praticá-los regularmente é extremamente benéfico para quem tem endometriose.
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