Médica formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em 2012. Cursou residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (...
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Da sensibilidade ao peso da barriga, as mudanças no corpo da gestante vão ser percebidas. Em grande medida, por conta das alterações hormonais. E está tudo bem! É esperado que isso aconteça, afinal um novo ser está em pleno desenvolvimento dentro do corpo desta mulher.
A ginecologista Beatrice Nuto Nóbrega, especialista em reprodução e em ginecologia endócrina, e o psicólogo Romanni Souza listam e explicam, a seguir, as 13 mudanças mais comuns e significativas nesta fase da vida. E lembre-se: tudo isso passa depois de alguns meses do parto.
1. Enjoos sem motivo específico
Não é por causa de um odor forte ou de uma comida que caiu mal: o aumento exponencial do hormônio beta hCG - aquele mesmo do exame que detecta se a mulher está grávida - é o culpado pelos enjoos tão frequentes no primeiro trimestre de gestação.
Ele tende a se estabilizar no início do quarto mês, o que encerra a fase de náusea e vômitos. Caso não passe, ou se os enjoos forem muito fortes (a ponto de causar desmaios), é bom checar se a mulher tem hiperêmese gravídica.
2. Aumento e inchaço dos seios
O fluxo de sangue da gestante é mais intenso que o da mulher que não está grávida, o que faz com que os seios fiquem inchados e maiores. Trata-se de um esforço da natureza para a preparação dos dutos de leite e das glândulas mamárias para a amamentação.
3. Escurecimento das aréolas
As aréolas dos seios ficam mais largas, escuras e com contornos definidos por causa da alta concentração do hormônio estrogênio no organismo da gestante. Mais uma vez, é uma tentativa da natureza para incentivar a amamentação, já que a vista em formação do recém-nascido encontrará as aréolas com mais facilidade se elas estiverem mais escuras.
4. Aumento do apetite sexual
Esta mudança é comum no segundo trimestre de gestação e também é causada pelo estrogênio. Não à toa, estes meses são conhecidos como "a lua de mel da gravidez".
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5. Surgimento de estrias
As estrias surgem, inicialmente, avermelhadas e, em seguida, ficam brancas. Elas ocorrem por causa do estiramento cutâneo causado pelo inchaço dos seios e pelo crescimento da barriga. Hidratação intensiva pode ajudar a evitar esse efeito colateral um pouco indesejado.
6. Sensação de muito sono
O corpo trabalha arduamente para a formação do bebê, gastando energia, aumentando o metabolismo e baixando bastante os níveis de açúcar no sangue. Resultado: sono, muito sono. Isso é mais comum no primeiro trimestre da gravidez - quando os órgãos internos do bebê estão sendo formados e ele cresce de embrião para feto em uma velocidade impressionante - e no terceiro - em que a esse trabalho se une o peso da barriga e o inevitável cansaço a cada mínima caminhada.
7. Aumento de peso
O aumento do peso também é causado pela retenção de líquidos para a sustentação do bebê dentro do útero, especialmente no terceiro trimestre.
Saiba mais: Estrias na gravidez: como evitar e tratá-las após o parto
8. Inchaços localizados
Os inchaços são causados pela retenção de líquidos mencionada no item anterior e normalmente atingem pés, tornozelos, pernas, mãos e rosto.
9. Embelezamento natural dos cabelos
O aumento dos hormônios femininos - estrogênio e progesterona - turbina a circulação sanguínea e faz com que os folículos capilares regulem a oleosidade e "segurem" os cabelos (ou seja, impedem a queda de fios). Vale destacar aqui que a queda de cabelos é normal por volta do quarto mês pós-parto e está relacionada ao reequilíbrio destes hormônios.
10. Possibilidade de hemorroidas
A dilatação do útero "espreme" o intestino e o aumento da progesterona deixa o funcionamento do órgão mais "preguiçoso". Quadro ideal para o desenvolvimento de hemorroidas, uma vez que é preciso fazer muito mais força para evacuar e isso pode causar o inchaço e a inflamação das veias do reto e do ânus.
11. Sensação de "órgãos soltos"
Depois da saída do bebê, a parede abdominal e os músculos, que levaram nove meses se expandindo, precisam de um tempo para voltar para o lugar - algo entre duas e seis semanas. Nesse meio tempo, é normal sentir que os órgãos internos estão "soltos" lá dentro. Mas sem motivo para preocupação: tudo retorna ao seu devido lugar no tempo certo.
12. Inchaço nas pernas, nos pés e no rosto no pós-parto
O inchaço pós-parto é parte da volta ao estado pré-gravidez do corpo. Durante a gestação, o organismo retém líquidos para a sustentação do bebê, como explicado anteriormente. Já depois do nascimento, esse líquido não é eliminado imediatamente e não tem mais função, pois não há mais bebê no útero para ser sustentado.
É assim surge o inchaço, porque o fluido vai sendo liberado aos poucos por meio da urina e da transpiração, ficando acumulado entre as camadas da pele. A tendência é que em duas semanas todo o líquido tenha sido eliminado. Caso o inchaço incomode demais, sessões de drenagem linfática podem aliviar as dores e acelerar o processo.
13. Sensação de vazio no pós-parto
Foram vários meses de gravidez, o crescimento gradativo da barriga e do bebê, o acompanhamento de seu desenvolvimento nas consultas de ultrassonografia e nos exames, ou seja, meses totalmente dedicados ao estar grávida.
Por isso, quando o bebê nasce, muitas mulheres têm um pouco de dificuldade para se adaptar a essa nova realidade e se sentem vazias nesse momento: é o chamado "baby blues", uma melancolia que caminha lado a lado com a alegria de cuidar do bebê. Não é tristeza, é sensação de vazio mesmo.
Saiba mais: Baby blues: qual a diferença para depressão pós-parto?
Atenção: o baby blues costuma passar no primeiro mês depois do nascimento do bebê - na maioria dos casos, passa na primeira semana - e não afeta os cuidados da mãe com o bebê. Mas caso a mulher se sinta sem vontade de ou se recuse a cuidar do bebê ou esse quadro durar mais que um mês, é bom procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra para avaliar se não se trata de depressão pós-parto, uma condição que precisa de medicação e acompanhamento médico.