Ginecologista e Obstetra – Alto conhecimento em Endometriose e Vídeo-endoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscop...
iRedatora especialista em bem-estar, família, beleza, diversidade e cuidados com a saúde do corpo.
O que é ovulação
A ovulação é o nome dado ao processo de liberação de um óvulo maduro pelo ovário. Essa ação ocorre, geralmente, uma vez por mês no corpo feminino. Quando mais de um óvulo é liberado, há maiores chances de ocorrer uma gestação gemelar.
Quando a ovulação acontece, significa que o corpo está no seu ápice de fertilidade, apto para ter os óvulos fecundados por espermatozóides.
Sintomas
Os sintomas de ovulação se diferem de uma mulher para outra. Em alguns casos, esse processo pode passar despercebido para algumas mulheres. O médico ginecologista e obstetra Marcos Tcherniakovsky explica que, no geral, os sintomas se dividem em quatro:
Alta libido: No período ovulatório, é comum a mulher se sentir mais estimulada sexualmente;
Alteração da secreção: O muco vaginal fica consistente e em maior quantidade, com uma textura parecida com clara de ovo;
Aumento a temperatura: O organismo normalmente mede entre 36 e 37 graus. Durante o período pós-ovulatório, ocorre um aumento de 0,3 a 0,5º na temperatura basal, que é quando o corpo está em repouso, durante o sono. Sua medição deve ocorrer assim que acordar;
Dor: Algumas mulheres sentem dor pélvica durante a ovulação. Isso acontece porque quando o óvulo se solta do ovário, ele rompe a estrutura que o envolve.
Como calcular a ovulação
O cálculo da ovulação é feito de acordo com a duração do ciclo menstrual, período entre o primeiro dia de cada menstruação que costuma ser único para cada mulher. A duração média é de 28 dias.
Por isso, é importante conhecer bem o próprio corpo e manter anotações da periodicidade de cada menstruação.
Em mulheres com o ciclo regular, a ovulação ocorre cerca de 14 dias antes da menstruação. Eduardo Motta, médico ginecologista do Hospital Sírio-Libanês, explica que, para realizar o cálculo, basta saber o número de dias desde o primeiro dia da menstruação até o primeiro dia da próxima. Deste número subtraia 14 e se terá o provável dia do ciclo em que ocorrerá da ovulação.
Exemplo 1: Se o intervalo é de 36 dias, a ovulação provavelmente ocorre no 22ª dia (36 - 14 = 22).
Exemplo 2: Se o intervalo é de 30 dias, a ovulação provavelmente ocorre no 16ª dia (30 - 14 = 16).
Exemplo 3: Se o intervalo é de 34 dias, a ovulação provavelmente ocorre no 20ª dia (34 - 14 = 20).
Nos casos de ciclo desregulado, não é possível calcular o dia da ovulação de modo preciso. Porém, é possível detectar o período fértil de acordo com a observação de sinais do próprio corpo.
Teste de ovulação
Há algumas opções de testes de ovulação nas farmácias. As fitas reveladoras, por exemplo, mostram através da coloração da listra se a ovulação está acontecendo ou não. Nesse teste, a mulher coloca a secreção vaginal na fita.
Já o teste de ovulação de urina identifica se um hormônio está presente no xixi. Antes do início da ovulação, ocorre a elevação dos níveis sanguíneos do hormônio LH que será eliminado na urina. Quando o teste dá positivo, quer dizer que ele começou a atuar para estimular a ovulação.
A partir da detecção do pico do LH no teste, é possível concluir que está no período fértil e prestes a ovular e fecundar.
"Recomenda-se que a partir do oitavo ao décimo dia do ciclo, se pesquise este hormônio na urina através de uma fita. Quando o hormônio for detectado (teste positivo), significa que a ovulação deverá ocorrer em 24 horas", explica Eduardo Motta.
Saiba mais: Teste de gravidez de farmácia e sangue: como funcionam
Dor na ovulação
Não é comum que a mulher sinta dores fortes durante a ovulação. Porém, devido ao processo inflamatório que pode gerar na liberação do óvulo, algumas sensações desagradáveis podem aparecer:
- Incômodo abdominal
- Sensação de estufamento
- Dor durante a penetração
Os especialistas alertam que, se a dor permanecer por mais de um dia ou ficar muito intensa e constante, pode ser sinal de endometriose, mioma, cistos, entre outros males que acometem a região pélvica. Por isso, é importante a consulta com um ginecologista.
Ovulação tardia x Ovulação precoce
Esses termos são utilizados para descrever a variedade nas datas de quando ocorre a liberação dos óvulos.
Ovulação tardia: Aquela que ocorre após o 21º dia do ciclo. Pode ocorrer por estresse, alterações de tireóide, fatores emocionais, infecções, entre outros fatores.
Ovulação precoce: Aquela que ocorre entre o 8º ao 10º dia do ciclo. As causas podem ser as mesmas da ovulação tardia.
Dessa forma, para as mulheres que planejam engravidar, é importante acompanhar o modo como seu período menstrual funciona para que se entenda quando a ovulação irá acontecer.
Diferença entre período fértil e ovulação
A ovulação é o processo de liberação do óvulo pelos ovários. Já o período fértil engloba os dias que precedem e sucedem a ovulação, que são mais favoráveis à gravidez, já que o processo para liberar o óvulo está em andamento.
Depois de liberado, o óvulo fica disponível para fecundação por até 24 horas. Já os espermatozoides podem durar 72 horas no trato genital feminino. Logo, é considerado período fértil por volta de três dias antes da ovulação e até dois dias depois da mesma.
Saiba mais: Período fértil: como calcular e quais são os sintomas
O que acontece com o corpo após a ovulação?
De acordo com Marcos Tcherniakovsky, há um processo que se divide em três partes durante a ovulação.
Fase proliferativa: quando ocorre o crescimento do óvulo;
Fase ovulatória: quando o óvulo é liberado;
Fase secretora: quando a progesterona age até que a mulher menstrue novamente, se não há fecundação. Com a menstruação, o ciclo recomeça.
A progesterona é o hormônio responsável por preparar o útero para receber o óvulo fecundado e também o responsável pela TPM (Tensão Pré-Menstrual). Além disso, esse hormônio também causa a retenção de líquido e a alteração de humor, sintomas comuns antes de que o ciclo menstrual se inicie.
Saiba mais: Inseminação artificial: como funciona e preço do procedimento
Fontes
Marcos Tcherniakovsky, médico ginecologista e obstetra, CRM 69445 SP
Eduardo Motta, médico ginecologista do Hospital Sírio-Libanês, CRM 59938 SP
Beatriz de Brito Barbosa, médica ginecologista e obstetra da Clínica Mantelli, CRM 107937 SP
Fernanda Torras, médica ginecologista, mastologista e obstetra, CRM 130332
Cristina Carvalho, geneticista especialista em reprodução humana do Laboratório Igenomix