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Foi confirmado nesta terça (10) o segundo caso global de cura do HIV, em Londres. Em estudo publicado no periódico científico The Lancet HIV, o vírus foi relatado como indetectável no paciente, depois de 1 ano e meio desde a tentativa de tratamento com transplante de células-tronco.
"Nossas descobertas mostram que o sucesso pode ser replicado", revelou Ravindra Kumar Gupta, autor da pesquisa. O último teste foi realizado pela última vez em 4 de março e, apesar de ainda haver restos do vírus em amostras de tecidos, assim como aconteceu com o primeiro caso de cura, os especialistas alegam que não há capacidade de reprodução.
Segundo caso de cura do HIV
Desde 2003, quando descobriu o vírus, o venezuelano Adam Castillejo, de 40 anos, permaneceu anônimo. Mas agora decidiu revelar sua identidade para levar esperança às pessoas. "Eu quero ser embaixador da esperança", disse ele em entrevista ao The New York Times.
Na época, com apenas 23 anos, o paciente ficou assustado, mas teve impulso para começar a adotar hábitos mais saudáveis em seu estilo de vida. Melhorou a alimentação e começou a praticar esportes com frequência, como corrida, ciclismo e natação.
Mesmo depois de descobrir a segunda doença (um linfoma no sangue), encarando sessões seguidas de quimioterapia e a falta de esperança dos médicos, Adam não desistiu. Junto com um amigo, descobriu um hospital em Londres, na Inglaterra, que topou fazer o transplante de medula óssea.
Como funciona o método de cura do HIV
Em 2012, Castillejo descobriu que estava com leucemia. Devido a sua situação crítica já com o HIV, ele foi submetido ao transplante de células-tronco. O doador possuía genes resistentes ao vírus, o que possibilitou a luta e a cura das duas doenças ao mesmo tempo.
Com essas células, o vírus ficou incapacitado de se multiplicar e as células de defesa foram sendo substituídas, alterando seu sistema imunológico. O método foi o mesmo utilizado no primeiro paciente curado do HIV, Timothy Ray Brown, de Berlim, em 2011. Mas até então, as tentativas de replicar o tratamento não haviam obtido bons resultados.
Ainda assim, de acordo com o autor da pesquisa, vale ressaltar que o método é considerado de alto risco e é o último recurso para quem já está em condições mais avançadas da doença. Por isso, não é oferecido amplamente, principalmente para quem está em tratamento anti-retroviral bem sucedido.
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