Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO humor da grávida oscila bastante. Uma hora vem o choro e, de repente, uma explosão de raiva. Com os nervos à flor da pele, é preciso aprender a melhor forma de lidar com a mulher que está passando por essa fase tão linda, mas tão delicada do ponto de vista emocional. Para contornar a situação, o companheiro ou companheira precisa conceder muito apoio, além de entender que o culpado de toda essa transformação são os hormônios - e que logo menos tudo voltará ao normal.
A psicóloga Camila de Cássia Ribeiro, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo explica que é muito comum que essas alterações de humor já aconteçam no início da gestação. "É o momento em que há o pico das alterações hormonais e das mudanças físicas e emocionais", explica.
A responsabilidade de gestar, acompanhada de expectativas, medos, e associada a uma enxurrada de hormônios, portanto, fazem dessa fase uma verdadeira montanha-russa emocional. "Cada fase da gestação tem particularidades tanto hormonais quanto psíquicas. Tudo muda, e se adaptar a esse novo cenário leva a essas alterações de humor tão características", diz a pediatra e hebiatra Talita Rizini, coordenadora do pronto-socorro infantil do Hospital Leforte.
E as alterações de humor podem acontecer no mesmo dia. "A mulher pode se sentir mais irritada, entristecida, ansiosa e por vezes, mais eufórica. Por outro lado, também pode se sentir mais sensível, chorar por qualquer motivo e até mesmo ter seus sentidos mais aguçados, refletindo seu estado emocional e físico", explica Camila.
Paciência é a palavra-chave
A regra número um é não confrontar a mulher - simplesmente porque não adianta. A paciência, durante todo esse período, é fundamental para que as coisas possam fluir com mais tranquilidade. "O pai pode auxiliar ouvindo a companheira e demonstrando preocupação e apoio. Como casal, uma opção é buscar atividades prazerosas que possam fazer juntos, a fim de aliviar as tensões que ambos estão vivenciando no momento", aconselha Camila.
Para isso, vale tanto planejar uma alimentação balanceada, fazer atividade física ou lançar mão de outras medidas que possam amenizar a tristeza ou irritação da mulher. "É também importante o encorajamento por parte do companheiro, mostrando que passarão por tudo juntos", diz Camila.
Apoio é essencial
Para a Camila, o companheiro ou companheira precisa oferecer segurança à mulher. "É importante ser participativo durante todo o período gestacional. E isso significa que acompanhar a mulher nas consultas médicas e pré-natais é uma assistência essencial neste processo", diz.
"Ofertar apoio, proteção e carinho é fundamental para auxiliar a mulher a vivenciar esta fase. O pai poderá ler sobre temáticas da gravidez, entender sobre as mudanças na mulher e o desenvolvimento do bebê. Estar integralmente participativo trará mais conforto e proteção para a mulher, que passará a não se sentir sozinha neste período".
Talita recomenda conhecer as preocupações da mulher e conversar bastante sobre elas. "Ajuda muito nessa fase", diz. É importante, de acordo com a especialista, não levar essas alterações de humor para o lado pessoal.
"É talvez a fase mais especial da vida do casal, e o que está acontecendo todos os dias é o milagre da vida produzindo vida. Amor, respeito e muito diálogo ajudam o casal a passar por todas as dificuldades e oscilações de comportamento que podem acontecer. O pai também gesta à medida que apoia a mulher no gestar", diz Talita.
No entanto, Camila ressalta que, caso as dificuldades do casal sejam persistentes, é recomendado iniciar um acompanhamento psicológico a fim de obter suporte profissional durante o período, evitando que desenvolvam problemas emocionais futuros.