A Dra. Carolina Ambrogini, formada em ginecologia pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, em 2000.Com residência na UNIFE...
iRedatora de saúde e bem-estar, com foco na produção de reportagens sobre saúde mental e qualidade de vida.
Apesar de todas as evoluções e mudanças que aconteceram ao longo dos séculos, a sexualidade feminina ainda é um assunto cercado de mitos e mistérios. Um dos principais temas ligados a isso é o famoso ponto G, considerado como uma "chave" para o prazer da mulher.
As primeiras menções ao termo surgiram no início da década de 1980, quando um grupo de sexólogos revisou os trabalhos do médico alemão Ernst Gräfenberg, de 1950, que tratavam sobre os órgãos genitais femininos e o funcionamento do orgasmo nas mulheres.
Em sua pesquisa, o alemão indicou o descobrimento de uma zona erógena na vagina, que poderia provocar altos níveis de excitação sexual, ocasionando orgasmos intensos e até uma potencial ejaculação feminina. Como homenagem a Gräfenberg, os sexólogos batizaram a tal região de "ponto G".
Décadas se passaram e uma única pergunta perdurou entre homens e mulheres: afinal, o ponto G existe mesmo? Perguntamos essa e outras questões à ginecologista especializada em sexualidade, Carolina Ambrogini, para entender se é possível encontrar esse caminho "mágico" para o prazer feminino. Confira:
Ponto G existe?
De acordo com Carolina Ambrogini, o ponto G existe mesmo. Baseado no estudo da anatomia feminina feito por Gräfenberg, ele é um ponto no terço proximal da parede anterior da vagina, em que a mulher teria uma maior sensibilidade.
Ao longo dos anos, foram feitas diversas biópsias da vagina para determinar se naquela região existiam mais terminações nervosas e a conclusão foi que não havia qualquer modificação na área. Entretanto, este ponto nada mais é do que a base do clitóris - por isso, ele pode, sim, dar prazer à mulher.
Onde fica o ponto G
O que conhecemos do clitóris é sua parte externa, chamada de glande, uma pequena estrutura que se assemelha a uma ervilha e é encapuzada pela pele. Porém, esta é apenas uma pequena parte do clitóris. Na verdade, ele é um corpo anatômico que se divide em duas partes e engloba o canal vaginal.
Carolina explica que o ponto G fica exatamente na base desse corpo, onde ele se divide, a dois ou três centímetros da entrada da vagina, na parede anterior, próximo a uretra. Pela proximidade com o clitóris, a mulher pode sentir mais prazer ali.
Ponto G dá prazer?
Quando descobriu o ponto G, Gräfenberg teorizou que aquele ponto daria maior prazer à mulher, mas esta afirmação não é totalmente verdadeira. A ginecologista Carolina Ambrogini afirma que dificilmente a mulher chegue ao orgasmo apenas com a estimulação do ponto G. Para atingir o clímax, é preciso também uma fricção na glande do clitóris.
Segundo a especialista, durante a excitação da mulher, a vagina sofre diversas alterações: ela se alonga e há maior irrigação sanguínea na região, ficando com mais lubrificação vaginal. Nesse processo, o ponto G não sofre nenhuma mudança.
Em termos anatômicos, o ponto G é igual em todas as mulheres, podendo haver pequenas variações de uma para outra. Porém, o que varia é a sensibilidade de cada uma. "O ponto G pode ser algo fenomenal para algumas mulheres, já para outras pode não fazer diferença", explica a ginecologista.
Isso porque a relação com o sexo e a excitação muda de mulher para mulher: enquanto algumas sentem muito prazer com a penetração vaginal, outras preferem o estímulo clitoriano.
Então, para explorar o ponto G, é possível pedir aos parceiros(as) para massagear a região ou estimulá-la com um vibrador. Lembrando sempre que o prazer proporcionado pela região pode ser diferente em cada mulher.
O sexo para mulheres
8 coisas que mulheres querem dizer sobre sexo oral
8 benefícios do sexo para a saúde
O que é libido: veja como driblar a falta de desejo na cama