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O que é colestase gestacional?
A colestase gestacional é uma doença hepática comum na gravidez e costuma aparecer no terceiro trimestre da gestação. É também conhecida como colestase intra-hepática.
De acordo com a ginecologista e obstetra Carolina Curci, essa doença faz com que a bile produzida no fígado não consiga ser liberada no intestino para facilitar a digestão e isso faz com que se acumule no corpo.
A colestase gestacional não tem cura e o tratamento é feito para controlar os sintomas. Confira abaixo quais são eles.
Sintomas da colestase gestacional
- Coceira no corpo à noite
- Icterícia
- Náuseas
- Falta de apetite
- Fezes claras ou esbranquiçadas
- Urina escura.
O principal sintoma de colestase gestacional é o prurido noturno, que nada mais é do que uma coceira generalizada em todo o corpo durante a noite.
Além disso, também pode surgir icterícia, quando a pele e os olhos ficam amarelados pelo excesso de bilirrubina. "A icterícia surge, normalmente, após 2 semanas do início dos sintomas em 50% das grávidas e permanece até o final da gestação", explica a obstetra Ingrid Schwach Werneck Britto.
Causas
A causa da colestase gestacional é desconhecida. Segundo a obstetra Ingrid Schwach, acredita-se no efeito dos hormônios sexuais nas mulheres suscetíveis à doença. "A incidência varia entre os países, sendo maior em gestações múltiplas e com taxa de recorrência de até 70%", afirma.
Também há estudos que sugerem a deficiência na metabolização da progesterona como causa da colestase.
Risco ao bebê
A colestase gestacional aumenta o risco de:
- Parto prematuro
- Insuficiência respiratória do recém-nascido
- Morte intra-uterina.
O aumento da concentração de ácidos biliares maternos causa sofrimento fetal. "Dessa forma, além da avaliação seriada dos ácidos biliares, deve-se prestar atenção na intensificação da coceira e programar o parto idealmente em torno de 38 semanas", recomenda a obstetra Ingrid Schwach Werneck Britto, especialista em cirurgia fetal.
Diagnóstico
Para diagnosticar a colestase gestacional, a mulher grávida deve ficar atenta aos sintomas e junto ao médico avaliar também outras causas de prurido e icterícia, que podem ser: hepatites autoimunes ou virais, cirrose biliar primária e colelitíase.
É necessário também avaliar os níveis de bilirrubina e transaminases (TGO e TGP) elevados no exame de sangue. Vale também realizar ultrassom abdominal para excluir a opção de cálculos biliares.
Tratamentos
O tratamento consiste em aliviar os sintomas e com o prognóstico diminuir o risco de complicações ao bebê. Geralmente é indicado o medicamento chamado ácido ursodesoxicólico para a coceira do corpo.
A ginecologista e obstetra Carolina Curci, especialista da Clínica Curci, recomenda a indução do parto em alguns casos, quando a gravidez atinge 37 semanas. Isso pode reduzir a exposição do feto à bilirrubina.
No entanto, é necessário fazer acompanhamento médico, pois somente ele poderá avaliar de perto seu caso específico para receitar o melhor tratamento.
Prevenção
Não é possível prevenir a colestase gestacional. Vale ressaltar a importância do monitoramento nos exames do pré-natal durante a gestação e atenção aos sintomas para que ocorra um diagnóstico antecipado da doença.
Fontes
- Ginecologista e obstetra, Ingrid Schwach Werneck Britto, especialista em cirurgia fetal (CRM: 105267 - SP)
- Ginecologista e obstetra, Carolina Curci, especialista da Clínica Curci (CRM: 111858 - SP).