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A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença respiratória comum em pessoas acima de 40 anos. É uma enfermidade sem cura associada à piora da qualidade de vida e ao agravamento progressivo dos sintomas. No entanto , com o tratamento adequado e o comprometimento do paciente, pode ser bem controlada¹.
No Brasil, estima-se que 7 milhões de pessoas vivam com esta doença, que é caracterizada pela obstrução do fluxo de ar nos pulmões, refletindo em falta de ar. É uma doença que limita as atividades do dia a dia¹ e, a cada ano a DPOC tira a vida de mais de 40 mil pessoas no país, o que se traduz em 4 óbitos por hora².
Por isso, é importante que o diagnóstico e tratamento sejam adequados de acordo com o grau da doença e, para isso, é necessário também uma boa relação médico-paciente para traçar um plano de tratamento que atenda todas as suas necessidades¹.
Mas como identificar e diagnosticar a DPOC?
A principal causa da DPOC é o tabagismo, mas além dela existem outras , como poluição e exposição a substâncias tóxicas¹.
Os principais sintomas são:
- Falta de ar;
- Tosse crônica;
- Secreção;
- Cansaço;
- Chiado.
Se a pessoa apresenta algum dos sintomas acima, é indicado que procure um médico. A confirmação do diagnóstico é feita por meio de uma análise do histórico da pessoa e por um exame de prova de função pulmonar (espirometria).
Ao receber o diagnóstico, é importante conversar com o seu médico para entender mais sobre a enfermidade e o tratamento mais adequado de acordo com a sua rotina e grau da doença. Dessa forma, vocês poderão desenvolver um plano individualizado, o que favorece a redução dos sintomas e melhora da qualidade de vida.
Isso é muito importante porque a DPOC apresenta piora progressiva e pode se agravar de forma que até mesmo atividades da vida diária, como conversar, andar, comer e se vestir tornam-se um desafio.
Diagnóstico precoce com exame correto é fundamental na DPOC
Assim como acontece em outras doenças crônicas, o diagnóstico precoce e correto da DPOC é fundamental para que o paciente inicie o tratamento e reduza os quadros de agravamento dos sintomas, além de melhorar sua qualidade de vida. O melhor método para diagnosticá-la é a espirometria, exame que avalia a função pulmonar.
De acordo com o estudo Projeto Latino-Americano de Investigação em Obstrução Pulmonar (PLATINO), realizado com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)/Hospital São Paulo, o subdiagnóstico é um dos principais gargalos da doença, que até o final deste ano deve ser a terceira maior causa de morte no mundo¹.
Principais constatações do estudo PLATINO [1-3]
- O estudo contou com mil participantes em São Paulo e teve a duração de 9 anos;
- Em São Paulo, a prevalência de DPOC é de 15,8%;
- O baixo uso do exame de espirometria foi o principal fator relacionado ao subdiagnóstico;
- Cerca de dois terços dos casos novos e de todos os casos de DPOC diagnosticados no estudo PLATINO não haviam recebido um diagnóstico prévio da doença;
- A população que participou do estudo e que não havia sido previamente diagnosticada apresentavam poucos sintomas respiratórios, melhor função pulmonar e menor gravidade da doença em relação aos previamente diagnosticados;
- 70% dos pacientes diagnosticados com DPOC no estudo haviam sido diagnosticados incorretamente anteriormente;
- Taxas de subdiagnóstico reportadas no Brasil foram similares em uma amostra de unidades básicas de saúde em estudos epidemiológicos transversais realizados em outros países, como Espanha e EUA, com 78,2% e 74,9%, respectivamente;
- O estudo PLATINO indica a necessidade de ampliar o uso do teste de espirometria em unidades de atenção primária à saúde para a detecção da DPOC;
- O estudo constatou que 83,3% dos indivíduos diagnosticados com DPOC na cidade de São Paulo não recebiam qualquer tratamento farmacológico.
A medicação inalatória tem um papel importante no tratamento da DPOC, por isso é importante que ela seja utilizada de forma correta e o dispositivo inalatório tenha baixa complexidade na administração, pois isto favorece que o tratamento seja incluído facilmente na rotina do paciente e também ofereça os benefícios necessários¹.
O treinamento para a minimização de erros na utilização dos dispositivos é fundamental para se alcançar o melhor efeito da medicação. Além disso, as diretrizes para o tratamento da DPOC recomendam que um profissional de saúde forneça instrução e demonstre a técnica correta de uso ao prescrever um dispositivo inalatório¹.
Há dois tipos deles disponíveis: os inaladores de pó seco e os de spray ou aerossol, popularmente conhecidos como "bombinhas".
Referências
1. PROBST, V. et al. Effects of 2 Exercise Training Programs on Physical Activity in Daily Life in Patients With COPD. Respir Care, 56(11): 1799-1807, 2011.
2. GLOBAL INITIATIVE FOR CHRONIC OBSTRUCTIVE LUNG DISEASE. Global strategy for Diagnosis, Management and Prevention of COPD. Updated 2020. Disponível em: https://goldcopd.org/wpcontent/uploads/2019/11/GO LD-2020-REPORTver1.1wms.pdf. Acesso em: 16 ABR 2019.