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A cardiotocografia (CTG) é um exame não invasivo e indolor que consiste em avaliar a vitalidade fetal, ou seja, a oxigenação do feto no útero da mãe. O exame tem como objetivo mostrar o batimento cardíaco do bebê e as contrações uterinas.
Quando fazer cardiotocografia?
O exame de cardiotocografia pode ser feito em dois momentos: nas consultas com o obstetra ou durante o trabalho de parto.
O ideal é que este exame seja iniciado após a 26ª semana de gestação, conforme recomenda a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Antes desse tempo não é indicado por imaturidade do sistema nervoso central e por ocorrer muita variação nos parâmetros que são medidos.
De acordo com a ginecologista e obstetra Karina Tafner, este procedimento deve ser considerado em situações em que existe alto risco de sofrimento fetal, como nos seguintes casos:
- Condições de saúde materna, como hemorragia vaginal
- Diminuição da movimentação fetal
- Crescimento fetal anormal durante a gravidez
- Gestação prolongada
- Possibilidade de atividade uterina excessiva, como ocorre no trabalho de parto induzido ou aumentado.
Além disso, a cardiotocografia também é recomendada quando são detectadas anormalidades durante a ausculta fetal intermitente.
Segundo a pediatra Andressa Tannure, a periodicidade do exame vai depender de cada gestação.
"Isso porque, gestações de baixo risco realizam geralmente nas últimas semanas da gestação (após o terceiro trimestre). Porém em gestações de alto risco o exame pode ser solicitado mais cedo e mais vezes, dependendo de cada caso", completa a especialista da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Como é feito o exame de cardiotocografia
A obstetra Karina Tafner explica que o exame é realizado por meio de dois sensores, posicionados sobre a barriga da grávida, capazes de captar a atividade dentro do útero.
"Um sensor é utilizado para captar os batimentos cardíacos do bebê e o outro é utilizado para captar a frequência e a intensidade das contrações uterinas", ressalta a especialista em Endocrinologia Ginecológica e Reprodução Humana pela Santa Casa.
A cardiotocografia pode ser feita de três jeitos:
- Basal: a gestante fica em repouso e não recebe nenhum estímulo, são apenas observados os padrões de movimentos e batimentos cardíacos do bebê
- Estimulada: é feito quando há necessidade de avaliar se o bebê irá reagir após algum estímulo que pode ser uma vibração, um toque ou um som
- Sobrecarga: é realizado com estímulo de remédios, podendo intensificar a contração do útero da gestante, a fim de avaliar o efeito da contração no bebê.
No geral o exame dura cerca de 20 minutos para ser feito. As informações captadas pelos sensores são transmitidas ao monitor de computador e então impressas em papel. Essas informações serão interpretadas pelo médico, posteriormente.
Quando a cardiotocografia indica sofrimento fetal?
Como dito anteriormente, a cardiotocografia pode indicar o sofrimento fetal. De acordo com a pediatra Andressa Tannure, especialista em Suporte de Vida em Pediatria pelo Instituto Sírio-Libanês e pelo Hospital do Coração (HCOR), as situações que podem indicar são:
- Taquicardia (frequência cardíaca elevada)
- Bradicardia (frequência cardíaca diminuída)
- Desacelerações, (queda da frequência cardíaca fetal relacionada às contrações uterinas).
Entretanto, só os profissionais de saúde que fazem o exame podem avaliar quando isso acontece.