Dermatologista, é membro efetivo e diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (RJ), coordenadora m...
iPode parecer estranho para alguns, mas espinhas também podem surgir no couro cabeludo. Na verdade, o tecido basicamente é pele revestida de pelos e, por isso, a acne é frequente naqueles que têm propensão e que apresentam excesso de oleosidade, acúmulo de sebo e transpiram muito na região. Elas ainda podem estar associadas a outras patologias como dermatite seborreica (a caspa).
Entretanto, essas espinhas são observadas comumente nas pessoas que já apresentam acne, por exemplo, na face ou nas costas. Esse processo normalmente é motivado ainda devido a outros fatores, que contribuem para favorecer o seu aparecimento, como:
- Uso de condicionadores, leave-in ou finalizadores no couro cabeludo
- Alterações hormonais ou nas glândulas sebáceas
- Má higienização
- Excesso de resíduos de produtos que não são apropriadamente retirados nas lavagens.
Essa acne capilar, em geral, abrange toda a extensão do escalpe, mas dependendo do caso pode atingir apenas algumas partes. Sua formação se deve porque os folículos capilares que constituem o cabelo foram obstruídos por óleo e células mortas causadas por um ou mais dos fatores já citados.
Vale ressaltar que é nos folículos que nascem novos fios e, quando estão obstruídos, costumam ficar inflamados, o que pode resultar em acne e até dificultar ou impossibilitar o crescimento saudável do cabelo.
Além disso, é importante acrescentar que o estresse é outro aspecto que estimula e desencadeia seu aparecimento. E, neste cenário atual, é bom destacar que em meio a uma pandemia isso tem sido bem mais comum de ocorrer.
Outro ponto é que as espinhas no couro cabeludo dificultam pentear os fios, além de incomodarem bastante porque, geralmente, deixam a área dolorida, como acontece também com a acne facial.
A princípio, não são consideradas algo grave. Entretanto, não são sinônimo de um couro cabeludo saudável e exige tratamento com um especialista médico. Se não cuidadas, essas espinhas podem provocar e acentuar a queda de cabelo assim como provocar coceira, inflamação e até mesmo o aparecimento de feridas.
Uma questão essencial e aconselhada a todos que têm espinhas, tanto capilar como facial, é que não se deve cutucar ou espremê-las. Isto pode gerar lesões e um processo inflamatório mais profundo ou até um quadro infeccioso e, aí sim, se tornar um fator agravante e mais sério.
Como tratar as espinhas no couro cabeludo
Existem produtos e medicamentos tópicos para tratá-las, que são prescritos de acordo com cada caso e o estágio da acne capilar, além de xampus e condicionadores específicos para estas condições, que irão favorecer o controle e o equilíbrio necessário da oleosidade no couro cabeludo.
Pode ser necessário emprego de antibióticos para uso local ou para uso oral e estes somente devem ser prescritos por um médico. Para quem já sofre com este problema é recomendado consultar um médico tricologista.
Para prevenir ou evitar a acne capilar, é indicado adotar uma higienização regular, ou seja, não espaçar mais do que dois dias a lavagem, principalmente aqueles que têm cabelos oleosos. Quando lavar os cabelos, tenha a atenção de não esfregar com força o couro cabeludo ou enfiar as unhas, porque isso vai estimular a produção de mais oleosidade e ainda provocar lesões.
Portanto, o ideal é massagear o couro cabeludo suavemente com movimentos circulares, que ativam a circulação sanguínea. É fundamental ainda usar produtos adequados ao seu tipo de cabelo e não aplicar nunca o condicionador no couro.
Ao final, enxágue bem para remover qualquer vestígio dos produtos. Se mesmo tomando as medidas de prevenção o problema persistir ou tornar-se um quadro recidivante (reaparecendo com frequência), busque a orientação do médico tricologista.