Mestre em educação médica com residência médica em Pediatria. Pós-graduada em Neurologia e Psiquiatria com formação em H...
iO que é parestesia
A parestesia (CID 10 - R20.2) é toda sensação não dolorosa e subjetiva que atinge uma área do corpo. Em geral, todos os indivíduos já experienciaram uma parestesia em algum momento da vida, uma vez que o motivo é sempre uma alteração na função do nervo da sensibilidade. Portanto, qualquer sensação alterada advinda das terminações nervosas, como dormência ou formigamento, é uma parestesia.
Outros exemplos comuns de parestesia são:
- Queimação
- Sensação de calor
- Sensação de frio
- Fisgadas
Uma parestesia bastante frequente ocorre quando as pessoas permanecem muito tempo sentadas sobre um membro, provocando dormência. Por engano, é comum que se confunda esse quadro à causa dessa sensação com a modificação do fluxo sanguíneo, quando, na realidade, isso ocorre por acometimento de algum nervo.
A condição é capaz de atingir qualquer parte do corpo humano, principalmente as extremidades, como braços, pernas e face. Parestesias prolongadas, no entanto, são provocadas por uma ampla gama de doenças e, nesses casos, é sempre recomendado procurar o auxílio de um médico neurologista para que a possível causa dessa alteração seja identificada.
Parestesia temporária
A parestesia temporária se define como um tipo que vai e volta, ou seja, acontece num determinado tempo e melhora espontaneamente. Pacientes que sofrem com episódios de pânico e quadros de ansiedade aguda podem ter a sensação de dormência no corpo todo, mas que acaba passando sozinha.
Parestesia crônica
Por outro lado, quando a parestesia dura por períodos maiores que o de uma semana, ela pode ser chamada de crônica. A neurologista e neuropsiquiatra Gesika Amorim esclarece que, nesses casos, a condição pode ser pensada como decorrente de alguma doença ou condição crônica.
Pacientes com diabetes, por exemplo, possuem um acometimento do sistema nervoso periférico e isso pode causar parestesia. Etilistas crônicos, que sofrem com deficiência de vitamina B12, também podem apresentar parestesia, com a sensação de dormência e de perda de sensibilidade nos membros inferiores e nas extremidades.
Causas
De acordo com Custódio Michailowsky Ribeiro, médico neurologista do Centro Médico Consulta Aqui, entre as causas primárias da parestesia estão os pinçamentos ou traumas no nervo da sensibilidade por doenças articulares, ósseas e de tendões.
Entre as causas secundárias, estão as doenças neurológicas, especialmente aquelas do tipo desmielinizante, como a esclerose múltipla, AVC, doenças da medula e dos discos vertebrais.
Outros inúmeros fatores podem provocar parestesia, como:
- Alergia
- Falta de vitaminas
- Doenças cerebrais
- Estresse
- Inflamações das articulações
- Doenças vasculares em geral
- Compressão de nervos
Em casos menos frequentes, está a parestesia oral e bucal, geralmente decorrente de algum dano nos nervos da mandíbula inferior, provocado por procedimento cirúrgico, como extração do siso. Este tipo é mais incomum e costuma ser bastante incômodo.
Parestesia, paralisia e paresia
A parestesia é uma alteração da sensibilidade, enquanto a paralisia é a perda da função motora voluntária. A paresia, por outro lado, indica a dificultação e restrição dos movimentos, quando as funções motoras estão fracas ou limitadas.
Tratamento para parestesia
Para tratar a parestesia, é preciso, primeiramente, descobrir a causa do quadro e utilizar medicação para diminuir o incômodo. Só então será decidido o curso do tratamento, que pode incluir administração de vitaminas, compressas de água quente e fisioterapia - tudo a depender da raíz da sensação.
Para retomar a sensibilidade normal dos nervos, é preciso melhorar a função e condição dos mesmos. Por isso, a maioria dos tratamentos envolve uma associação de medicamentos que nutrem e melhoram as condições nervosas, com terapias que estimulam sua sensibilidade e controle, como a fisioterapia neurológica.
Na fisioterapia, as áreas do corpo afetadas são estimuladas de diversas maneiras, para que os nervos sejam forçados a funcionarem e, com o tempo, se recuperarem. Os graus de melhora vão depender dos graus da lesão ao nervo, ou gravidade do problema.
Medicamentos
Entres os tipos de medicamentos que podem ser apontados por especialistas no combate à parestesia, estão anticonvulsivantes, vitaminas, antidepressivos e analgésicos. No entanto, nunca é recomendada a automedicação, sendo sempre necessária a indicação de um profissional, por conta das causas múltiplas que podem provocar a condição.
Parestesia tem cura?
A possibilidade de cura dos quadros crônicos da parestesia depende das causas subjacentes, como explica a neurologista Gesika Amorim. Havendo a possibilidade de tratamento para a condição responsável pela parestesia, é possível dar fim total ao sintoma.
Como prevenir parestesia?
Os meios de prevenção contra a parestesia crônica são justamente as modificações no estilo de vida. Praticar hábitos saudáveis, com dietas equilibradas e exercícios físicos diários, e evitar a obesidade são algumas das recomendações.
Referências
Gesika Amorim, médica neurologista e neuropsiquiatra - CRM 580830/RJ
Custodio Michailowsky Ribeiro, médico neurologista do Centro Médico Consulta Aqui - CRM 73303