Dr. Alexandre Naime Barbosa é Infectologista e Especialista em Pesquisa Clínica da Faculdade de Medicina de Botucatu - U...
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Em tempos de pandemia do novo coronavírus, higienizar e desinfetar ambientes se tornou um hábito essencial. Mas será que você está fazendo certo? Já se questionou se é necessário continuar com os mesmos cuidados do início do ano? Para esclarecer todas essas dúvidas e orientar a maneira correta de manter a boa higiene e segurança, o Minha Vida ao Vivo - com o apoio de Lysol - recebeu a biomédica Jaqueline Goes e o infectologista Alexandre Barbosa.
Abaixo, veja algumas questões respondidas pelos especialistas.
Minha Vida: Quais são as principais doenças provocadas por vírus e bactérias?
Alexandre Barbosa: Existem milhares de doenças causadas por esses agentes patogênicos - os vírus e bactérias. Podemos dividir, para ficar mais didático, em infecções respiratórias: aquelas que causam gripes, resfriados e pneumonias, e também em infecções de pele, que podem levar a abscessos, celulites, furúnculos, infecções que acometem a pele e tecidos mais profundos.
Há uma série de vírus implicados nisso: na parte respiratória, conhecemos muito o vírus influenza, causador da gripe, e hoje em dia o novo coronavírus é um exemplo (o Sars-CoV-2, que causa a Covid-19). Mas há, literalmente, milhares de outros vírus que causam infecções respiratórias, além de bactérias que levam a esse mesmo tipo de problema.
Minha Vida: Qual a importância da desinfecção para se proteger contra esses vírus e bactérias?
Alexandre Barbosa: A desinfecção de alguns objetos ou de superfícies que temos contato frequente é muito importante porque uma das possíveis vias de transmissão dessas doenças respiratórias é a transmissão pelo contato. Dando o exemplo da Covid-19, a principal forma de transmissão é aquela respiratória - por gotículas, quando estamos conversando. As gotículas saem da minha boca e caem na boca, nariz ou olhos da pessoa que está conversando comigo. Se eu estiver infectado, há a chance de transmitir a doença.
Portanto, ao desinfectar as superfícies e matar esses germes - sejam eles vírus ou bactérias, você elimina - ou ao menos diminui bastante - a chance da transmissão por contato.
Minha Vida: Qual a diferença entre limpar, desinfectar e higienizar os ambientes e qual a melhor opção quando se trata de vírus ou bactérias?
Jaqueline Goes: Quando fazemos o processo de limpeza nós removemos a poeira, que é a sujeira mais superficial. No momento em que fazemos a higienização, trabalhamos com alguns agentes (como detergentes) que fazem uma remoção um pouco mais específica, principalmente de agentes bacterianos ou virais. Essa higienização reduz a quantidade desses agentes nas superfícies vivas ou nas superfícies inanimadas, como objetos que tocamos.
Os desinfetantes, por exemplo, reduzem esses agentes em um percentual muito maior do que quando se trata somente de uma limpeza. E isso varia muito sobre qual agente patogênico estamos tratando no ambiente. Em algumas situações a limpeza não é suficiente e a higienização pode conter ou reduzir, mas a desinfecção é a ideal para que a gente tenha uma redução drástica desses agentes patogênicos.
Minha Vida: Os desinfetantes, portanto, inativam os vírus e bactérias?
Jaqueline Goes: Exato. Os desinfetantes atuam normalmente na superfície desses agentes patogênicos e, entre vírus e bactérias, trabalhamos com a superfície da partícula viral (no caso de vírus) ou da parede celular (no caso de bactérias). Os desinfetantes são substâncias químicas que atacam a superfície dessas partículas ou células e, ao fazer esse ataque, consegue desestruturar os agentes patogênicos.
Quando trabalhamos para além do nível superficial, podemos ter também a inativação de algumas enzimas, que são moléculas dentro das células necessárias para que ela viva ou que a partícula viral consiga exercer a sua função ou seus movimentos no ambiente. E ao desnaturar essas enzimas e ao tirar a função dessas proteínas, acabamos realmente eliminando o patógeno.
Minha Vida: O desinfetante age instantaneamente para inativar os vírus e bactérias ou é preciso alguns minutinhos para ter eficácia?
Jaqueline Goes: Os desinfetantes têm amplas formas de ação. Os desinfetantes comuns levam de 10 a 30 minutos para agir. O desinfetante Lysol, no entanto, tem uma ação mais rápida. De 30 segundos a 2 minutos é suficiente, se quisermos fazer o processo de sanitização e higienização. Basta aplicar o produto e deixá-lo em contato com a superfície por esse período, e teremos a sanitização - que é a higiene.
Quando deixamos por um tempo maior - e isso varia de 5 a 10 minutos em contato com o produto - temos o processo de desinfecção, que é a redução de 99,9% dos agentes que podem causar doenças, entre eles bactérias e também vírus, incluindo também o coronavírus.
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