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O Reino Unido se tornou o primeiro país no mundo a aprovar uma vacina contra a COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (02) pelo departamento de saúde e serviço social do governo britânico, após aprovação da Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA), órgão similar à Anvisa no Brasil.
De acordo com o comunicado, na próxima semana, a população do Reino Unido deve receber as primeiras doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica Pfizer em parceria com a alemã BioNTech. Mais detalhes sobre o programa de vacinação no país ainda serão divulgados, informando quais grupos de pessoas devem receber os imunizantes e por quanto tempo deve durar a vacinação por lá.
A notícia do início da vacinação no Reino Unido contra a COVID-19 mostra um avanço significativo no combate à pandemia de coronavírus que se alastra no mundo desde o final de 2019. Ao todo, mais de 200 pesquisas de imunizantes são feitas globalmente para tentar frear o vírus e a vacina da Pfizer é a primeira aprovada por um órgão de saúde para ser aplicada na população.
Enquanto o britânicos saem na frente na corrida global pela imunização, no Brasil, a vacina da Pfizer encontra entraves para ser utilizada em larga escala. Isso porque a fórmula da farmacêutica americana necessita de armazenamento a 70ºC negativos e o Plano Nacional de Imunização do país está preparado para produtos que podem ser guardados a temperaturas entre 2ºC e 8ºC.
Ainda sem ter um imunizante definido para uso na população, o Ministério da Saúde brasileiro já definiu quais grupos terão prioridade na campanha de vacinação contra a COVID-19. Começando pelos profissionais de saúde, a cobertura vacinal dará preferência, inicialmente, para idosos a partir de 75 anos e indígenas.
De acordo com o Ministro Eduardo Pazuello, o país deve receber entre janeiro e fevereiro cerca de 15 milhões de doses da vacina do laboratório AstraZeneca, a conhecida vacina de Oxford. A expectativa é que essas ações ocorram março e junho de 2021.
Segundo Pazuello, a expectativa é ter 100 milhões de doses da vacina no primeiro semestre e mais 160 milhões no segundo. A ideia é que o país tenha, ao todo, três opções de vacinas contra a COVID-19 no Plano Nacional de Imunização.
Vacina da Pfizer: como funciona
A vacina da Pfizer é uma das fórmulas mais inovadoras em pesquisa, que utiliza a técnica de RNA mensageiro. De maneira simplificada, uma vacina de RNA mensageiro é uma forma de "dar a receita" para nossas células produzirem um pedaço do vírus - no caso, a proteína S, que tem sido a chave para o corpo identificar o novo coronavírus e se defender do agente patógeno.
"Enquanto uma vacina tradicional usa vírus inativados ou atenuados, as de RNA mensageiro utilizam um pequeno fragmento do código genético do vírus, envolto em camada lipídica, para formar nanopartículas que são injetadas no paciente. Isso não é capaz de causar uma infecção, mas pode ser suficiente para que as nossas células passem a produzir uma proteína que gera uma resposta do sistema imunológico", explica João Prats, infectologista do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Na opinião da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), as vacinas de RNA mensageiro podem ser promissoras não só por propiciar uma alternativa contra o coronavírus, mas por serem uma oportunidade de pesquisa com uso de material genético. "Essas vacinas são inovadoras e podem revolucionar a área de produção. São sintetizadas rapidamente a baixo custo e utilizadas sem muitas dificuldades para vários tipos de doenças", declarou a SBI em comunicado.
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