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Quando o corpo é posto em exercício, o coração passa por alterações em sua frequência cardíaca que ajudam a monitorar a intensidade do treino.
Mas como saber qual é a frequência cardíaca ideal para que o treino tenha bons resultados? Consultamos especialistas em medicina do esporte para obter a resposta.
Por que a frequência cardíaca é importante?
De acordo com o médico Fernando Torres, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), existe uma relação entre a intensidade dos exercícios físicos e a frequência cardíaca - logo, o ritmo do coração está ligado ao desempenho e à qualidade do treino.
Por isso, o treino pode ser monitorado e controlado pelo nível de batimentos por minuto (bpm) da pessoa, fazendo com que ela se exercite dentro de um ritmo que pretende realizar a atividade (leve, moderada ou intensa).
Qual é a frequência cardíaca ideal para treino?
Exames fisiológicos, como o teste ergoespirométrico, ajudam a determinar os limites individuais e as respectivas frequências cardíacas para o treino.
"Na ausência ou inacessibilidade do exame, outras estratégias podem ser usadas, como tabelas de intensidade de exercício, que são baseadas em níveis percentuais de Frequência Cardíaca (FC). A mais simples delas é a que utiliza percentuais da frequência cardíaca máxima da pessoa", diz Torres.
Para calcular a frequência cardíaca máxima, há fórmulas como a chamada "207 - (0,7 x idade em anos)" ou "220 - idade em anos".
Mas é importante lembrar que, por serem equações que mexem com estimativa, essas tabelas nunca dão um número exato sobre a frequência cardíaca a ser alcançada.
Torres cita, ainda, a tabela do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), que dá um panorama sobre possíveis frequência adotadas durante os treinos:
Intensidade e porcentagem da FCmax
- Muito leve: menos de 57
- Leve: 57 a menos de 64
- Moderada: 64 a menos de 77
- Intensa: 77 a menos de 96
- Máximo de 96
Smartwatches: bons monitores de frequência cardíaca
Atualmente, os aparelhos eletrônicos inteligentes, como smartwaches, vêm com dispositivos que permitem o monitoramento da frequência cardíaca.
Segundo João Felipe Franca, médico do exercício e do esporte, diretor da Clinimex e da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Estado do Rio de Janeiro, os relógios inteligentes são uma boa ferramenta para observar como anda o ritmo do coração.
"Os smartwatches são melhores do que frequencímetros ou pulsômetros porque cruzam com informações de GPS, análise do sono, pedômetro e calorímetro", diz o médico.
Sinais para se preocupar no treino
Franca lembra que exercícios físicos não devem ocasionar dores no corpo durante sua execução. "O sinal mais simples a ser percebido quando um exercício está intenso é a respiração. Quando a pessoa fica mais ofegante e usa a boca para respirar, ou se torna difícil para falar, significa que o exercício se tornou intenso", diz o especialista.
Quando os limites da frequência cardíaca são ultrapassados, o corpo também começa a manifestar as consequências da exigência física com dores musculares e, em casos extremos, mal-estar, tontura e lesões.