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A quimioterapia é um tipo de tratamento contra o câncer que utiliza substâncias para combater células doentes no organismo. Ela utiliza a aplicação de medicamentos anticancerígenos que interferem no ciclo das células tumorais com a finalidade de eliminá-las.
A quimioterapia durante o tratamento do câncer pode ser usada de forma adjuvante, no estágio pós-cirúrgico, mas também pode ser usada em casos de pacientes com metástases para que haja controle da evolução do câncer. Quando é utilizada simultaneamente com a radioterapia, a intenção é que um tratamento potencialize o outro.
Um dos empecilhos do métodos, porém, é que ele traz muitos efeitos colaterais ao corpo, como náuseas, vômito, diarreia, perda de apetite, fraqueza, perda de cabelo, entre outros sintomas, como:
- Fraqueza
- Queda de cabelo
- Perda de peso
- Feridas na boca
- Diarreia
- Constipação
- Tontura
- Formigamento nas mãos e nos pés
- Perda de sensibilidade nas mãos e pés
- Diminuição da imunidade
- Náuseas
- Vômitos
- Feridas nas mãos e nos pés
- Espinhas
Para aliviar os efeitos colaterais da quimioterapia, é possível recorrer a métodos alternativos que tornam menores os impactos do tratamento ao corpo. Listamos alguns deles a seguir.
Métodos alternativos para aliviar os sintomas da quimioterapia
1. Maconha medicinal
O uso da Cannabis sativa, a maconha, é uma opção para aliviar os efeitos da quimioterapia, como náuseas, vômitos e anorexia. Isso porque substâncias encontradas na planta, como o THC, quando administradas na dose correta, podem promover sensações analgésicas. O CBD, conhecido como canabidiol, é outra substância presente na Cannabis que ajuda com os sintomas e com a melhora do sono.
No Brasil, o uso da Cannabis é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "É necessário o médico ter uma inscrição na Anvisa para a prescrição da medicação rotineiramente. É importante também que pacientes reportem o uso da Cannabis ao médico, mesmo que ela não tenha sido prescrita, para que ele tenha noção dos efeitos que o paciente possa ter", indica Manoela Arruda Spada, oncologista da DaVita Serviços Médicos.
2. Sorvete do bem
Bebidas e alimentos gelados são uma alternativa para quem passa pela quimioterapia. Pensando nisso, uma equipe de nutricionistas da Universidade Federal de Santa Catarina desenvolveu o chamado "sorvete do bem", uma sobremesa que funciona como suplemento alimentar e alivia os sintomas de quem luta contra o câncer.
"O principal objetivo da criação desse produto é proporcionar aos pacientes o consumo de um alimento saboroso e nutritivo, que contemple não apenas a questão nutricional, pois ele tem alta densidade energética e é fonte de fibras e de proteínas, mas que também seja saboroso e que contribua com a redução dos efeitos colaterais da quimioterapia, proporcionando um tratamento mais humanizado", explica nutricionista Paloma Mannes, uma das desenvolvedoras do produto.
O sorvete leva açúcar orgânico, a polidextrose, que é uma fibra solúvel, a proteína isolada de soro de leite, mais conhecido como whey protein, e o azeite de oliva sem sabor. É possível adquiri-lo pelo site da fabricadora.
O cuidado, porém, em relação ao sorvete, é quanto à interação do sorvete com alguns medicamentos usados na quimioterapia, pois há remédios que não podem ter contato com o gelado. "É sempre necessário perguntar ao médico. Na grande maioria já damos essa orientação na primeira consulta. De todo modo, o gelado pode ajudar na prevenção de mucosite (inflamação na boca) e alguns pacientes podem chupar gelinho, sorvete e gelos para evitar aftas", diz a oncologista.
3. Gengibre
O uso do gengibre é uma terapia que ajuda a aliviar a sensação de náusea, vômito, gosto ruim que fica na boca durante a quimioterapia e o excesso de salivação. A indicação é usar o gengibre em chás, sucos, em pedaços para mascar ou mesmo em cápsulas.
4. Água aromatizada
Como recomendação para o tratamento com quimioterapia, Manoela indica que as pessoas que estejam passando pelo processo bebam muita água durante todo o período. Para diversificar a bebida, uma alternativa é saborizá-la e aromatizá-la com rodelas de gengibre, limão, hortelã e outras frutas e ervas.
5. Temperos
Pacientes em tratamento quimioterápico tendem a perder o apetite. Para deixar o paladar mais aguçado, procure enxaguar a boca com água ou chá de camomila antes das refeições. "Se não existirem feridas na boca, balas azedas ou ácidas e alimentos ácidos também realçam o paladar, assim como manjericão, orégano, hortelã e outros temperos naturais", aconselha o nutricionista Vitor Rosa.
6. Não usar talheres
Para aliviar o gosto metálico da boca, uma opção é substituir o uso de talheres tradicionais pelos descartáveis ou então dispensar o uso do objeto em alimentos que permitam a utilização das mãos nas refeições.
7. Laserterapia
Uma alternativa para tratar as feridas na boca (mucosite) é a laserterapia, um método que utiliza de feixe eletromagnético que incide sobre uma área do corpo. Segundo a oncologista, o tratamento pode ser feito por cirurgiões dentistas ou um bucomaxilos
8. Medicina personalizada
Muitas quimioterapias podem ser revistas se elas trazem efeitos colaterais em demasia. "As doses podem ser reavaliadas ou reduzidas", diz Manoela. Existe, também, a possibilidade da medicina personalizada, com base na determinação genômica.
"Determinamos o tratamento farmacogenômico da pessoa e conseguimos determinar geneticamente como ela tolera os medicamentos. Se ela vai ter mais diarreia, neutropenia (diminuição de neutrófilos no sangue), neuropatia (perda de sensibilidade e formigamento), náusea e vômito. Isso tudo pode ser alterado através da análise genômica", indica a médica.
9. Crioterapia
A crioterapia é um tratamento que submete o corpo a baixas temperaturas e que pode ser aplicada para reduzir a queda dos fios durante a quimioterapia. Neste caso, a pessoa usa uma touca gelada, podendo chegar a até -20 ºC, que resfria o couro cabeludo e leva à contração dos vasos sanguíneos, fazendo com que as substâncias da quimioterapia não cheguem à cabeça, dificultando a queda de cabelo.
Para que o efeito da crioterapia na quimioterapia aconteça, a pessoa começa o resfriamento cerca de 20 minutos antes da quimio, continua a realizá-la durante a sessão e por mais 90 minutos após seu término. Para a eficácia completa, é indicado fazer o uso da touca em todas as sessões de quimioterapia
Embora os resultados sejam animadores, nem sempre a crioterapia pode dar certo. "Em casos de quimioterapia vermelha as chances de eficácia são de 45%, já em casos de quimioterapia branca (taxol) as chances aumentam para 85%", indica Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista de Oncologia - CPO (Grupo Oncoclínicas).
Câncer e quimioterapia
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