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Durante a gravidez o corpo da gestante passa por diversas mudanças, desde internas, como mudança de metabolismo e trocas hormonais, quanto externas, como mudança de peso, na pele e até mesmo do cabelo.
O cabelo da mulher durante a fase gestacional pode ficar mais forte e brilhante como também mais ressecados e com frizz. Com isso, muitas mulheres podem acabar recorrendo a procedimentos capilares. Mas será que todo procedimento é permitido?
Entenda mais sobre o alisamento artificial e se a gestante durante a gravidez pode optar pela técnica.
Grávida pode fazer alisamento artificial?
O recomendado é que a gestante não faça alisamento artificial durante a gravidez, especialmente durante o primeiro trimestre de gestação, período de formação dos principais tecidos do feto e em que o crescimento das células é acelerado para formar os órgãos do bebê.
Segundo Regislaine Miquelin, médica e dermatologista, durante a gestação os produtos são ainda mais facilmente absorvidos pelo couro cabeludo por ser uma região altamente vascularizada.
"Com isso chegam na corrente sanguínea, podendo passar para o feto pela circulação da mãe", explica a médica.
Alisantes com formol e amônia estão totalmente fora de cogitação, já que podem ser altamente tóxicos e passíveis de causar danos no desenvolvimento do feto, como por exemplo má formação, baixo peso entre outras anomalias.
"O uso do formol e seus derivados pode estar mascarado por diferentes nomes: escovas inteligente, marroquina, egípcia, de chocolate, selagem, 'botox' capilar, entre outras. Por isso tenha atenção ao cheiro forte do produto", alerta Regislaine Miquelin.
O formol é proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e não pode ser mais usado em cosméticos.
Conforme explica Mariana Corrêa, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o formol em altas concentrações pode causar irritação da pele, olhos e vias respiratórias.
"Alisantes proibidos como o formol, o ácido fórmico, o glutaraldeído e o ácido glioxílico levam a situações incontroláveis e imprevisíveis."
Alisantes que não contêm química podem ser recomendados para a gestante?
A dermatologista Regislaine Miquelin cita o uso da guanidina na gravidez (ativo alisante) como uma opção segura - desde que a substância seja utilizada corretamente e as instruções da embalagem sejam seguidas.
"A guanidina não causa malefícios às grávidas, mas é muito importante que seja aplicada por profissionais experientes e que não seja aplicada no couro cabeludo".
De acordo com Mariana Corrêa, alisantes sem química só devem ser usados após avaliação médica. O ideal é que a gestante tenha orientação do médico que a acompanha nesse momento e conheça todas as suas questões.
"Nesse período devem sim ser evitadas descolorações, uso de amônia e tingimentos dos fios", finaliza a dermatologista.
Cuidados na hora de comprar produtos capilares e quais componentes se atentar no rótulo
Regislaine alerta as gestantes para embalagens de alisantes, shampoos e outros cosméticos com a função de "domar as madeixas". Verifique ainda o status atual da substância junto à Anvisa - para saber se o produto é registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), acesse o endereço https://consultas.anvisa.gov.br/.
"Devem ser evitadas, tanto durante a gestação quanto no período de amamentação, outras substâncias tóxicas como as provenientes das tinturas de cabelo e cosméticos com parabenos, retinóides, uréia acima de 3% e ácido salicílico acima de 2%."