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Bruno Covas, prefeito licenciado de São Paulo, morreu no domingo (16) vítima de complicações de um câncer no esôfago, segundo boletim médico do Hospital Sirio Libanês, onde ele estava internado desde o começo do mês. Esse tipo de câncer foi o quinto que mais matou homens em 2019 no Brasil, segundo dados do Atlas de Mortalidade do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Foram 8.716 vítimas no total, sendo que mais de 70% eram homens.
Desde 2019, Covas tratava o câncer no trato digestivo e, recentemente, havia descoberto novos tumores na região. Entenda, a seguir, como foi a evolução do quadro de saúde o prefeito de São Paulo:
Morre Bruno Covas: entenda como foi evolução do câncer
2019
Em outubro de 2019, Covas foi diagnosticado com um adenocarcinoma localizado entre o esôfago e o estômago.
O adenocarcinoma, de acordo com o Inca, é responsável por 95% dos casos de tumor do estômago e, embora não seja o tipo mais frequente de câncer no esôfago, vem crescendo significativamente.
Segundo boletim médico divulgado na época, o prefeito foi submetido a um tratamento com quimioterapia.
A descoberta do adenocarcinoma ocorreu após Covas dar entrada no hospital para um tratamento de erisipela.
2020
Já em 2020, com a persistência do câncer, foi dado início ao tratamento com a imunoterapia - uma estratégia que permite ao próprio sistema imune do paciente combater a doença, conforme descrevia o boletim médico de Covas da época.
As sessões eram feitas a cada três semanas, com média de 30 minutos. Ainda de acordo com o boletim, Covas estava liberado para seguir com suas atividades habituais do dia a dia - tanto que, ao longo do último ano, era comum ver o prefeito realizar seus compromissos públicos.
Em complemento às sessões de imunoterapia, Covas também passou a realizar radioterapia em dezembro de 2020.
2021
Apesar do sucesso da radioterapia para o controle do câncer no estômago, em fevereiro de 2021 foi identificado um novo nódulo no fígado do prefeito. Naquele mês, a imunoterapia foi interrompida para que a quimioterapia fosse retomada a fim de tratar esse novo foco de câncer.
Em abril, entretanto, as complicações no quadro de Covas começaram. Novos focos de câncer foram encontrados também nos ossos, fazendo com que a imunoterapia, que estava cessada, fosse retomada em paralelo à quimio.
Ainda naquele mês, o prefeito foi diagnosticado com derrame pleural, quadro caracterizado pelo acúmulo de líquido no espaço entre os pulmões e a pleura.
No começo de maio, ele chegou a ser internado na UTI, com sangramento no local do tumor inicial.
Em 14 de maio, um boletim médico oficial divulgado nas redes sociais do prefeito informava que seu quadro era irreversível. Naquele momento, Covas já encontrava-se sob cuidados paliativos, recebendo analgésicos e sedativos.
O prefeito, porém, não resistiu e morreu no último domingo, 16 de maio, aos 41 anos, às 08h20, em decorrência de um câncer da transição esôfago gástrica, com metástase e complicações após longo período de tratamento.