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O uso de laxantes é recomendado para induzir a evacuação ou modificar a consistência das fezes, facilitando sua eliminação e resolvendo quadros de prisão de ventre. Mas, na hora de escolher o medicamento que irá resolver a constipação é preciso, primeiro, identificar a causa do problema. Isso porque os laxativos agem de maneiras diferentes no organismo - com ação lubrificante, hidratante ou de formação do bolo fecal -, e uma indicação errada, como doses excessivas, por exemplo, podem causar efeitos colaterais indesejados, como cólicas abdominais.
Se mal indicados ou orientados ao paciente, os laxantes podem não funcionar, provocar dor ou até mesmo agravar o quadro de constipação. Os medicamentos que causam aumento do volume do bolo fecal, por exemplo, se não forem acompanhados de uma ingestão adequada de água podem causar uma fermentação elevada no interior do intestino, por causa das bactérias da microbiota, ocasionando uma produção excessiva de gases.
Já os laxantes que estimulam diretamente o sistema nervoso intestinal podem causar desconforto se usados em excesso. Aliás, o uso exagerado de laxantes fora da indicação médica que condiz com a condição pode provocar uma agitação anormal no intestino. E isso gera distensão da alça intestinal e, consequentemente, dores abdominais, com diferentes níveis de intensidade. Por isso, se utilizado de forma inadequada ou em excesso, o laxante pode, sim, causar cólicas intestinais. Nos usos dentro das doses e frequência adequadas o medicamento é considerado seguro. Por isso, sempre recomendamos seguir a dose recomendada na bula.
Apesar do desconforto, a cólica, em alguns casos, pode ser apenas uma indicação de que a movimentação intestinal necessária para expulsar o bolo fecal começou e a prisão de ventre está perto de ser resolvida.
Doses elevadas de laxante
O uso de laxante em doses mais elevadas é indicado somente antes da realização de exames que exijam uma limpeza completa do cólon, como a colonoscopia, o enema opaco e algumas tomografias.
Em casos de uso crônico do medicamento - ou seja, uso prolongado -, é necessário escolher um laxante que irá exercer sua função na menor dose possível e sem causar cólicas ou dor. E isso é, normalmente, possível de fazer após uma correta avaliação e escolha do laxativo.
Porém, os efeitos colaterais dos laxantes acontecem, na maioria das vezes, porque os pacientes acabam procurando aconselhamento médico só depois do uso espontâneo, prolongado e abusivo do medicamento. Por isso, é preciso compreender que a constipação intestinal é uma doença, e precisa ser avaliada e tratada corretamente, e de forma individualizada.
Como o laxante age no organismo?
Existem múltiplas causas relacionadas à constipação intestinal; a mais comum é o erro alimentar, como uma dieta pobre em fibras. Para solucionar esse problema, cada laxativo funciona de uma forma diferente no organismo, a fim de facilitar a evacuação.
Os laxantes formadores de bolo fecal, como as fibras solúveis e insolúveis, agem aumentando o volume das fezes. Já os lubrificantes, como o próprio nome indica, ajudam no "deslizamento" do bolo fecal. Tem ainda os agentes osmóticos - lactulose, hidróxido de magnésio, polietilenoglicol e lactitol -, que promovem maior hidratação na região, fluidificando as fezes. Há também os com ação estimulante - sene, aloe, cáscara sagrada, bisacodil -, que ativam o sistema nervoso intestinal e provocam a liberação das fezes.
Errata: este conteúdo foi alterado em 24/05/2021.